Azriel estava atrás da casa do vento vendo Cassian e a bruxa lutarem. Fazia apenas alguns minutos que tinha chegado e pôde ver todas as suas táticas de luta, o jeito como ela conduzia a espada e a lâmina o fazia embrulhar o estômago.
Teria que levá-la contra gosto para a corte primaveril para treinamento. Não que ele achasse que ela precisava, afinal 60 anos escondida como uma covarde era muito tempo, mas sim porque Rhys insistia que a colocassem em atividade pelas suas habilidades.
Colocar em sua mente que ficaria dias preso aquela mulher o deixava enojado. Não conseguia parar de lembrar na forma como ela olhava pra ele com sarcasmo como se o mesmo não fosse nada mais que um impecilho. Não enxergava nela nada a mais que um peso morto para sua corte. Um peso morto que causaria problemas e desgraça.
Desde que as possíveis ameaças contra Nyx começaram, Feyre e Rhysand tinham ficado mais atentos a cada passo que as cortes inimigas davam. Hélion tinha vindo mais uma vez para fortalecer os escudos e resolver assuntos políticos com os seus grão senhores. Pela aliança e amizade que a corte Diurna e a corte noturna tinham, Hélion já tinha dado sua palavra que atenderia a qualquer chamado que fizessem a ele.
O mestre-espião observou quando Cassian deu uma rasteira na bruxa, um golpe baixo, mas ótimo pra quem o estava recebendo.
Se virou e caminhou até seu escritório, tinha que colocar tudo em ordem antes de sair e não confiava nem um pouco nos seus espiões pra fazer o que ele fazia. Estava quase virando o corredor quando deu de cara com uma cabeleireira loira. Mor.
– Vai passar e fingir que não me conhece, Az? – Disse, havia ficado alguns dias fora, provavelmente em uma das suas aventuras que não queria que ninguém soubesse.
– Poderia?
– Não ousaria – Mor respondeu rindo – Estava indo falar com a nossa nova recém chegada – Sabe aonde ela está?
– Não sei – Azriel mentiu – Deve estar ocupada com algo mais importante.
– Mas já? Ela mal chegou e já está tão ocupada ao ponto de não ter tempo pra nós conhecer – Mor um tanto surpresa disse.
– Culpe a Rhysand por isso – Azriel já estava quase se envolvendo as suas sombras, não queria começar uma conversa sobre aquela fêmea.
– Ele nos passou o que havia acontecido, já se recuperou da surra que levou? – O provocou.
– Eu não levei uma surra e acho a presença dela um tanto incoveniente nessa corte – Murmurou.
Mor olhou para os lados, pareceu chocada com a sua confissão: – Porque está dizendo isso? Ela te fez algo... além da surra?
– Ela fez algo para todos nós. E esconde coisas.
– Todos nós escondemos coisas. Eu escondo, você esconde e até mesmo Rhys.
– O problema é que ela esconde muitos.
– Não seja um desnecessário insensível Az. Todos nessa corte tivemos um começo aqui, como ela está tendo então não dificulte as coisas – Mor disse.
Azriel não estava afim de receber sermões sobre suas opiniões. Deveriam concordar em questionar sobre a confiança da própria corte, mas tratavam como se não fosse de muita importância quem entrava ou saía. Se despediu e saiu em direção ao seu escritório.
Com o mestre-espião já sentado em sua mesa tentava organizar os novos documentos que tinham chegado. Ao que parece seus espiões na corte dos pesadelos - aqueles que graças ao deuses tinha dispensado no dia, relatavam sumiços de cartas e objetos de Keir. Aquilo não era de muita importância, sempre tiveram sumiços deles.
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Corte de Espadas e Sombras • Azriel •
Ficción General" - Eu não preciso recorrer a poemas, bruxinha. Um sorriso ladino apareceu no rosto da fêmea quando saiu em direção a porta, olhando por cima do ombro antes de responder: - Vai precisar recorrer a muito mais que poemas, sombrinha."