Dyana havia decidido odiar mosquitos a anos mas naquele momento o ódio se tornou mais intenso. Insetos amaldiçoados feitos para dificultar a sua vida e torna-lá miserável. Tinham chegado a menos de um dia na corte primaveril, não tinha sido difícil entrar em um lugar onde a estrutura caia aos pedaços.
O espião só falava quando era necessário avisando quando chegariam ou quando repassava os planos pra bruxa, que por sua vez, estava tão quieta quanto ele desde a saída da corte invernal.
Azriel tinha os atravessado e desde então o seu treinamento tinha começado, nas palavras dele. Já tinha procurado vestígios, avaliado o local, pegou alguns documentos que poderiam ser úteis de um féerico bêbado e também roubou um pouco de ouro de um guarda qualquer que estava dormindo no turno.
– Não consegue mesmo segurar a sua mão – Foi o que ele tinha dito a ela quando a viu brincando com o saco de ouro na mão.
Naquele momento estava cada um em uma árvore agachados em um galho escondidos observando o movimento de uma mansão muito descuidada, por sinal. Sabia que aquela casa era do grão-senhor antes mesmo de Azriel a avisá-la, já tinha matado alguns machos moribundos lá e até dormiu com um homem ruivo que parecia ter fogo entre as pernas.
Mas tinha sido a muito tempo atrás, quando aquele lugar ainda era digno de ser chamado de corte. Mas se tivesse a chance, com certeza colocaria o papo em dia com o ruivo que não se preocupou em saber o nome. Ele também não tinha se preocupado.
– Recebi informações de que Tamlin, não está aqui nesse momento – Azriel disse em um tom que apenas ela poderia ouvir de cima da árvore – Vamos entrar no escritório dele e levar o que for útil.
– Achei que ele não fosse uma ameaça plausível.
– Não era, mas agora está quieto demais e rumores sobre ameaças estão aparecendo.
– Ele é uma ameaça porque está quieto? – Questionou, brincando com uma folha – Você poderia facilmente ser uma então.
Ele a ignorou, parecia conversar ou ouvir sussuros de suas sombras.
– Não podemos entrar de uma vez – Dyana pontuou, observando cinco machos saindo da mansão.
– Como?
– Não é porque ele não está aqui, que todos os outros não estão – O espião observou a bruxa se sentar na árvore colocando uma perna de cada lado e tirar uma caixinha do manto que a cobria – Se ele tem algo a esconder não deixaria tudo tão fácil pra entrada.
– Tamlin não tem forças para fortificar nem mesmo sua corte, quem dirá a entrada.
– Então porque teria forças para ser uma ameaça plausível para o filho de Feyre?
– Ele pode ser aliado de alguém que tenha – Azriel indagou.
– E acha mesmo que Tamlin não pediria algo em troca a esse alguém? Como fortificar sua própria corte ou dinheiro?
– Ele tem motivos o suficiente para ser uma ameaça.
– Ok, você é o mestre-espião aqui, eu já sei – Dyana se virou para encara-lo enquanto tirava um cigarro da pequena caixinha e colocava na boca o acendendo – Mas acho que você deveria ouvir os outros as vezes, amor. É só uma dica
– O treinamento aqui, bruxa, serve pra você e não pra mim – Azriel apesar do tom baixo para não chamar atenção, falava com raiva – E como você já disse, eu sou o seu mestre-espião, portanto, você segue as minhas ordens.
– Eu não sigo ordens, sombrinha – Dyana abriu um sorriso divertido enquanto soltava fumaça – Nem de você, nem de ninguém.
– Aqui, você segue. Tenho que lembra-la de quem é agora?
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Corte de Espadas e Sombras • Azriel •
General Fiction" - Eu não preciso recorrer a poemas, bruxinha. Um sorriso ladino apareceu no rosto da fêmea quando saiu em direção a porta, olhando por cima do ombro antes de responder: - Vai precisar recorrer a muito mais que poemas, sombrinha."