Azriel estava estressado. Continuamente remoendo os últimos dias e todos os acontecimentos, tudo em cima de um galho que encontrara para descansar do turno que começou a horas.
Tinha mandado os espiões que ficariam naqueles arredores pra dentro da corte dos pesadelos, por saber que seria melhor o mesmo ir pessoalmente pra ver se encontrava algo suspeito mas - quase - mudou de idéia depois dos dois novatos insistirem pra ficar, se era por medo ou pra provarem algo, não tinha decifrado.
Suas sombras estavam em volto de si o suficiente para que ninguém o visse, apesar de que, elas não foram tão úteis para achar qualquer suspeita ou prova de que algum assassino passou por ali.
Rhys já tinha noção da existência do assassino antes de sob a montanha, mas estava sabendo da atual situação e de como os dados se desenvolveram depois de cinquenta anos quando Azriel convocou uma reunião com seu grão-senhor para tomar medidas protetoras, o encantador de sombras não tinha se preocupado com detalhes quando o mesmo chegou com Feyre na corte noturna ou quando suas irmãs foram jogadas no caldeirão.
Mas já fazia seis meses que o parto de Feyre havia sido feito e Rhys queria tudo o que sabíamos sobre os perigos eminentes de sua corte, até mesmo contatou Hélion para fortificar as proteções.
Azriel pulou do galho onde estava e decidiu vasculhar a área perto dá entrada novamente, se encontraria com alguns de seus espiões que examinaram os cortes do corpo dos mortos de seus colegas.
Ele se culpou por isso. Três deles tinham filhos e seria incapaz de olhar na cara dos familiares depois disso. Mataria quem os matou lentamente, e nessas horas ele agradecia a mãe por fazer o que fazia sem que para ele fosse um crime.
Resolveu caminhar para acalmar um pouco os pensamentos que estavam o perturbando, tinha a mania de coçar as cicatrizes e esconder as mãos quando pensava demais ou ficava nervoso. Já deviam estar como pimentões a essa altura.
Azriel estava perto da entrada, ao Sul, onde tudo havia acontecido mas quis vasculhar um pouco mais, o lugar era bonito e verde, tinha algumas flores que lhe lembravam Elain, as mais belas estavam com espinhos mas tinha certeza de que ela iria amar tudo naquele pedaço de lugar, e iria sim plantar se não fosse as circunstâncias.
Tinha a ajudado com seu jardim tempo atrás como ela tinha o pedido e gostou da companhia dela. Como sempre. Era calma, silenciosa e tinha uma delicadeza invejável, uma das mulheres mais bonitas que já vira. Depois de a ajudar tomaram chá com biscoitos e conversaram sobre a adega que Elain queria embutir com a biblioteca, ele gostou da idéia e a ajudaria caso sobrasse tempo.
Pegaria a flor pra ela, por mais que tivesse espinhos. Caminhou até o arbusto e puxou a rosa que estava bem no meio, era de um vermelho sangue, mais escuro que as outras, e a mais linda. Com o impulso que fizera pra puxar a rosa acabou – como previsto – cortando a lateral da mão.
– Merda – Xingou avaliando o corte, ardia mas não iria mata-ló. Se mataria caso aquilo o matasse.
De repente outro tipo de dor lhe atingiu. Soltou um grunhido quando uma faca com o punhal feita de ossos se cravou na sua coxa direita. No mesmo segundo tirou suas adagas da armadura e se virou no mesmo momento em que outra faca ia na direção da sua cabeça. Desviou e arrancou a que ainda estava na sua perna, a guardando na parte de traz da sua armadura.
– Não me lembro de ter dado isso a você como presente.
Uma voz vinda do alto disse, se virou para ver quem estava o atacando, muito provavelmente se escondendo nas árvores. O corpo do encantador já estava em torno das sombras e lentamente começou a andar em passos até a voz que lhe causou arrepios. Não de um modo bom.
Era de tarde, era mais difícil se esconder entre as sombras quando a luz do sol ia em lugares que precisava ir.
– Deseja brincar de esconde-esconde porco illyriano?
Parou quando sentiu a voz a centímetros de si.
– Quem é você? – Perguntou o mestre-espião baixo, devagar pegando a espada da bainha e trocando a posição da adaga.
Ninguém respondeu, mas sentiu quando mais duas facas foram jogadas em sua direção. Bateu sua espada contra as duas e quando finalmente se virou, viu quem o atacava.
Uma pessoa vestida inteiramente de preto com um pano que deixava apenas os olhos a vista, estava encostado a uma árvore girando uma faca semelhança a que tinha jogado.
Sentia a pessoa observando cada passo que dava. O olhar sobre ele era de uma atenção desnecessária que quase o deixava intimidado. Como conseguia se estava entre as sombras?
– Diga quem é você e oque quer? – Precisava distrai-lo e levá-lo consigo.
– Não se preocupe com isso.
O homem parecia menor naquele amotoado de roupa, Azriel era obviamente maior e mais forte. Vira apenas uma espada e a adaga que girava na mão do desconhecido, mas não sabia quantas armas tinha na roupa.
Azriel se surpreendeu com a velocidade impressionante que o miserável teve ao avançar por cima com uma espada e dar um soco em seu estômago com a outra mão.
Não se deu ao luxo de esperar e o acertou com um soco no rosto, puxou a adaga da bainha com a mão esquerda e a jogou na lateral do rosto do homem bem no momento em que o mesmo se recuperava do soco. O mestre espião avançou em sua direção com a espada posta e o atacou com três golpes seguidos, todos sendo desviados. Azriel em uma tentativa de perfurar o seu estômago foi em direção ao homem que, para sua surpresa, agarrou com a mão sua espada e rasgou sua bochecha jogando a faca que tirou de sua roupa e lançou longe sua espada.
Uma onda de ódio invadiu o encantador de sombras que partiu pra cima do desconhecido que cambaleou ao receber um violento chute do estômago e uma sequência de socos. Sentia o cheiro de sangue e não sabia de quem era.
O homem olhou com raiva para o mestre espião. Mas Azriel só ficou imóvel quando a pessoa tirou o capuz do rosto e revelou a criatura mais bela que já tinha visto em toda a sua vida.
Uma fêmea.
– impressionado ou arrependido? – A mulher disse cuspindo o sangue dos lábios – Acho que prefiro a primeira opção.
A mesma não lhe deu tempo para responder quando, em pouco tempo, deu um soco tão forte no mestre espião que sua visão ficou turva e preta por alguns segundos.
A mulher agarrou se cabelo por traz e deu uma sequência de três chutes antes do macho agarrar o seu joelho, puxar a mão que lhe segurava e joga-lá contra uma árvore.
Pegou sua adaga do chão e foi em direção a fêmea que igualmente tirou duas facas da roupa.
– Consigo fazer isso o dia todo – Disse Azriel.
– Seus subordinados não conseguiram – O encantador de sombras parou – Vou me assegurar de que você tenha o mesmo final que eles.
Então tudo se acendeu para o espião, como uma lâmpada em cima da sua cabeça. Ela era a assassina de Prythian. Ela matou os seus espiões. Ela quem vem atormentando todos nas últimas seis décadas.
O ódio se instalou mais forte no peito de Azriel. E a fêmea sorriu vendo o que tinha feito. Mas o encantador já tinha contatado o seu grão-senhor e Cassian pelo laço, gritara o nome deles tantas vezes que duvidava que não tivessem ouvido e a última coisa que vira foi uma escuridão assolar os dois que sumiram da densa floresta, finalmente atravessando.
Tendo como último pensamento a promessa de que acabaria com aquela mulher.
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Corte de Espadas e Sombras • Azriel •
Ficção Geral" - Eu não preciso recorrer a poemas, bruxinha. Um sorriso ladino apareceu no rosto da fêmea quando saiu em direção a porta, olhando por cima do ombro antes de responder: - Vai precisar recorrer a muito mais que poemas, sombrinha."