Capítulo - 35

378 53 10
                                    

RAFAEL

Ao longo do trajeto que fazíamos, sentia fortes dores nas pernas, por conta da forma que tinha pisado, tão forte, no acelerador do carro.

Sempre acelerava o carro de uma forma que fosse normal. Nunca me ocorreu nenhuma dor desse jeito, mas depois dessa corrida minhas pernas estavam doendo pra caralho.

- Tem alguma coisa de errado - Melissa murmura.

Sigo o seu olhar para o retrovisor e vejo dois carros pretos blindados seguindo-me.

- Eles estão seguindo a gente por algum tempo.

- Merda! - Acelero e viro o carro para a direita na avenida.

Provavelmente esses devem ser os capangas do Apollo atrás de mim. Eu sabia que ele não iria sair daquela pista como se tudo que ocorreu fosse normal para ele.

Apollo era daquelas pessoas que não aceitavam perder nada na vida. Era um apostador de carros, mulheres, entre outras coisas que ele fazia.

Eu teria que fazer uma fuga. Por esses caras eu sairia daqui morto, algo que não vai acontecer.

Buzino para o carro da frente ir mais rápido, do contrário ele continua na mesma velocidade, lento.

- Você vai bater? - Melissa arregala os olhos.

Acelerei ainda mais o carro, encostado na sua traseira e quando o carro percebe que eu estou insinuando bater, ele aumenta a velocidade, ligando a seta para o lado esquerdo fazendo com que o carro de passagem.

Acelero o carro e tento ultrapassar os carros em minha reta. Olho no retrovisor e ainda os vejo seguindo o mesmo trajeto.

Franzo o cenho ao ver que nenhuma arma fora das janelas, normalmente uma organização criminosa como essa, sempre resolve os seus problemas com a violência.

- Coloca o cinto - Avisa, me fazendo puxar ele rápido e o colocar em volta de mim.

Respiro fundo e acelero o carro o mais rápido possível. Desvio de qualquer carro da minha frente, encostando na traseira deles, mesmo que essa intenção seja para que eles soubessem que eu iria bater em seu carro, coisa que nem sequer passava na minha cabeça.

Arfo, apertando o volante com força. Minha dor na perna aumenta a cada pisada que eu dou no acelerador.

Observo pelo retrovisor os carros pretos lá trás e viro o carro para a pista da direita que me dá acesso para uma rua deserta.

Desligo o carro, olho para trás e vejo os outros automóveis pretos passarem direto sem nos ver.

- Eu vou levar você para um dos meus apartamentos. É perto daqui e vamos estar mais seguros - Coloco a mão na minha perna. Essa dor era insuportável.

- Você está bem? - Coloca sua mão em cima da minha, fazendo-me apreciar o seu toque.

- Eu vou ficar bem - Giro a chave do carro novamente ligando-o.

Sigo o caminho pela rua deserta e aparentemente esburacada até uma farmácia vinte quatro horas na mesma localidade.

Por pura sorte, a farmácia estava aberta.

- Eu já volto - Paro o carro em frente da farmácia e logo saio dele.

A cada passo que eu dava, mais a dor aumentava.

Entro na farmácia e vou em direção ao caixa falar com o frentista, que mexe no celular com os pés em cima do balcão. Aparentemente um adolescente.

- Boa noite - Diz seco erguendo o queixo em minha direção. - O que deseja?

- Remédio para dor na perna - Digo.

ProtegidaOnde histórias criam vida. Descubra agora