Protegida

Capítulo 7

MELISSA

— Me desculpa? — Felipe me diz implorando.

Estávamos andando em direção à saída do colégio. 

Ele está tentando se desculpar pelo ocorrido do racha desde que a gente chegou no colégio.

— Você me deixou no meio da pista. Se os polícias tivessem me pegado? O que eu iria dizer aos meus pais? — Digo.

— Melissa… eu não fiz isso por querer, eu pensei que você estava atrás de mim. Nós estávamos correndo e… 

— E seu amigo chamado Rafael me viu correndo e logo me deu uma carona.

— É… eu sei que ele tinha me ligado e falando que você estava no apartamento dele que não iria dá tempo de ir até a sua casa. Perdoa eu?

— Tudo bem, eu te desculpo. 

Logo fomos caminhando em direção a calçada do outro lado até que ouvíamos uma voz.

— Aí estão vocês — Escutei a voz de Alice logo atrás de nós dois.

— Não. Não. Não. — murmurou Felipe.

Em seguida, viramos logo para trás.

— Oi — Disse o Felipe olhando pro chão, como se estivesse com vergonha.

Vergonha?

— Ah... oi pra você também — Disse ela com vergonha olhando pra ele.

Porque eles tão assim? Eles não tinham um rolo?

— Melissa é melhor a gente ir embora, o meu carro tá lá na esquina… — Alice o interrompi.

— Melissa a gente combinou que iríamos fazer alguma coisa juntas, não é? — Comentou ela.

Pensei que a gente só iria fazer isso nas minhas férias.

— É... hoje não dá, eu tenho que estudar pra prova que eu tenho daqui a duas semanas, e...

— Vamos sair hoje, por favorzinho — Disse pegando uma das minhas mãos e juntando com as delas. 

Pra eu ter que sair, eu teria que falar alguma mentira pros meus pais ou algum do tipo.

— Os pais dela não vão deixar ela sair — Argumentou o Felipe.

Alice ficou pensativa, mas logo falou.

— Ela não é maior de idade? — Diz e eu assenti com a cabeça. 

— Sou — Sussurro. 

— Não entendi. Você é maior de idade e não pode sair? Vocês só devem tá de brincadeira com a minha cara, né? — Questionou e logo solta a minha mão.

— Infelizmente não. Não estamos mentindo — Comentou o Felipe encarando a Alice.

— Mas como é que ela foi ao racha sem falar com eles, pelo menos para não se preocuparem. Mas que porra você tinha na cabeça pra chamar a Melissa ao racha!? Você sabe que esse tipo de lugar é perigoso. Se os pais dela soubessem que você a chamou pra ir para esse tipo de lugar!? Você estaria fudido Felipe. 

Acho que ela já tinha sacado que meus pais eram bastante conservadores, porque com essa idade eu poderia ter mais liberdade pra sair para outros lugares que eu quisesse sem autorização de ninguém.

— Merda! — murmurou baixo.  — Eu sei o que aconteceria se desse algum de errado lá, você sabe disso Alice.

— Então porquê a levou?

— Porquê… Alice isso é assunto pra outra hora, depois conversaremos disso a sós.  

— Tudo bem — Suspirou.  — Vou pedir para o Felipe te passar meu número Melissa. Pra gente manter contato uma com a outra.  

— Claro.

— Vamos Melissa, temos muita coisa pra fazer hoje.  — Fala caminhando em direção ao carro na esquina.

— Não vai falar nem um tchau Felipe!? — Exclamou alto para que ele ouvisse. 

— Tchau! — Gritou e logo entrou no carro.

— É… tchau — Digo um pouco envergonhada pela situação.

— Tchau — Fala me abraçando. — Não deixe o Felipe fazer merda — Fala colocando a mão em meus ombros. — Não se meta em alguma besteira desses lugares, tá bom?

Assenti.

Eu nunca mais iria pra esse tipo de lugar, nem se alguém ajoelhar aos meus pés eu não iria.

— Vai lá antes que o Felipe fique mais bravo. — Disse e nós duas rimos.

Caminhei em direção aonde o carro estava.

— Finalmente você chegou — Disse Felipe, assim que eu fechei a porta do passageiro.

— Eu nem demorei muito — Digo rindo dele.

— Sei. 

Ficamos em silêncio durante alguns minutos, até que Felipe fala algum.

— Bora ir no racha hoje de novo? — perguntou.

— Não, claro que não. Você só deve tá ficando louco né Felipe.

Alice tinha acabado de falar com ele praticamente.

— Não estou louco  — Ele deu uma risada.  — A Alice deve ir ao racha hoje, vocês poderiam… se conhecer melhor lá ou alguma coisa do tipo. 

— Não faz nem dois minutos direito em que a Alice falou com você sobre me levar nesse lugar e você ainda quer me levar?

— Quero, mas parece que eu vou ter que me ajoelhar para pedir. — Disse e nós dois rimos.

— Sério que você iria se ajoelhar pra eu ir nesse lugar?

— Pode ser que sim ou pode ser que não —Rimos.

— E se eu faço tudo que você quiser? Vai por favor? — Implorou.

— Tudo bem eu vou — Suspiro. 

— Tá bom. Eu poderia inventar alguma coisa para sua mãe. Poderíamos falar pra sua mãe que você e eu iríamos fazer um trabalho que o professor mandou fazer e que vale ponto para prova final e teria que ser lá em casa.

Arregalei os olhos, como ele teria coragem de fazer isso?

Meu Deus.

— Como você teria coragem de fazer isso, Felipe? 

Ele riu.

— Calma, quando a gente chegar lá na sua casa eu falo com ela sobre isso. Seu pai tá em casa né? — Perguntou.

Assenti com a cabeça.

— É… vai ser mais complicado eu falar com ele, mas eu dou conta com seu pai.

— Claro, meu pai te adora.

— Claro que sim — Debochou e nós dois rimos.

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É cada coisa que o Felipe enventa.

Espero que tenham gostado do capítulo.

Não esqueça de deixar seu voto.

Beijos e até o próximo.