capitulo 16

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16
As moedas de Sebastian, o ouro, toda a riqueza que acumulara no mundo,
tinham desaparecido.
A cabeça se ergueu para o alto e as presas pareceram ainda mais afiadas.
Nikolai. Só poderia ser! Largou a pá no chão e, cerrando os punhos que
sangravam, teletransportou-se para dentro de Blachmount, espiando de sala em
sala e mal reparando nas mudanças em toda parte. Encontrou o irmão caminhando
pelo salão principal – onde Sebastian e o restante da família tinham morrido.
Nikolai pareceu chocado ao vê-lo, antes de receber um soco violento no rosto.
– Onde está a porra do meu ouro? – gritou Sebastian, aplicando outro golpe no irmão.
– Eu o resgatei. – Nikolai tentava desviar, mas levava novos golpes sem revidar. – Estava tomando
conta do seu tesouro.
– Pois não tinha esse direito! Fez isso para que eu me visse forçado a vir me confrontar com você.
– Isso mesmo – reconheceu Nikolai, com simplicidade.
Sebastian o agrediu mais uma vez; em seguida, deu um pulo ágil para frente e empurrou Nikolai
contra uma parede, prendendo-o com o braço esticado e a mão sob o queixo do irmão. Tudo aquilo
lembrava-o demais a noite em que tinha voltado à vida, trazendo junto toda a dor do passado.
– Você quer um confronto? Exatamente como antes?
Nikolai se recusara a lutar com ele no passado, exatamente como fazia agora. Naquela última noite,
se Murdoch não tivesse tirado as mãos de Sebastian da garganta de Nikolai, ele teria matado o irmão.
Sebastian recordou aquele momento como se enxergasse tudo através de uma névoa; lembrava-se de
estar vivo e morto ao mesmo tempo, sem batimentos cardíacos ou respiração, aprisionado numa espécie
de crepúsculo. Passara por terríveis momentos de fraqueza, acordando à noite com uma sede pavorosa
que só poderia ser saciada com sangue.
Tinha sido amaldiçoado, pois seu irmão ignorara o seu desejo desesperado de morrer com o restante
da família. Deu um soco na parede bem ao lado do rosto de Nikolai.
– Você me transformou numa abominação.
– Eu salvei a sua vida! – explodiu Nikolai, como se mordesse as palavras.
– E na mesma hora quis que eu me juntasse ao seu exército. Uma vida mortal de batalhas e mais
batalhas não foi o bastante! Você queria que eu e Conrad lutássemos numa guerra eterna.
– Vale a pena lutar.
– Essa não é a minha guerra.
– Você continua a me odiar tanto assim pelo que fiz? – quis saber Nikolai. – Foi por isso que nunca
mais voltou aqui?
Sebastian o largou depois de algum tempo.
– Eu não odeio você – disse, por fim, surpreso ao notar que o que dissera era verdade. – Eu não ligo
para coisa alguma na vida, pelo menos o suficiente para odiar seja lá o que for. Não ligo mais,simplesmente… Trezentos anos fizeram isso comigo. – Recuou lentamente. – Eu só quero que você fique
fora da minha vida.
– Quer um pedido formal de desculpas? Posso lhe oferecer isso.
– Não quero suas desculpas porque sei que, se a situação se repetisse, você faria tudo de novo… – A
atenção de Sebastian foi desviada quando uma figura feminina entrou no salão.
– Nikolai? – Ela olhou para o rosto muito machucado de Nikolai e, em seguida, voltou-se para
Sebastian. – Pelo visto, ele não vai se defender e agredir você, mas eu vou.
Reconhecendo as feições dela, Sebastian perguntou: – Você é uma Valquíria?
– Como você sabe o que eu sou? – indagou a recém-chegada, olhando para Nikolai. – O coração dele
está batendo. O sangue está circulando!
Nikolai sempre fora reservado, dono de um admirável e rígido autocontrole. Por isso, foi inesperado
quando ele olhou da Valquíria para Sebastian, e seus olhos assumiram uma expressão selvagem. O
primeiro golpe de Nikolai atingiu Sebastian antes mesmo de ele ter tempo de ficar tenso.
– Foi ela? – berrou Nikolai. – Foi ela que fez seu coração voltar a bater?
Sebastian reagiu e aplicou um cruzado de esquerda no queixo de Nikolai.
– Não! – retrucou, com raiva.
Nikolai baixou os punhos e se afastou, respirando mais lentamente.
– Então você encontrou sua Noiva antes de vir aqui?
Sebastian olhou com raiva e passou a manga sobre o lábio que sangrava.
– Eu… eu… – gaguejou Nikolai. – Desculpe… Eu pensei que…
– Limite-se a me contar onde o meu ouro está.
Nikolai passou os dedos pelo cabelo.
– Esse reencontro não está acontecendo exatamente como eu imaginei, Sebastian. Estou arrependido
por ter batido em você. Sempre perco a cabeça por causa dela. Certamente, você me entende, agora que
seu sangue também corre.
Você não sabe nem metade da história.
– Sebastian, esta é Myst.
– Estivemos procurando você em toda parte – disse ela, com o mesmo sotaque de Kaderin. Embora
as cores fossem muito diferentes, pois Myst tinha cabelo ruivo e olhos verdes, suas feições eram
parecidas com as de sua Noiva. – Ouvi muita coisa a seu respeito.
Ele ergueu rapidamente o queixo em sinal de saudação e se virou para Nikolai, exigindo: – Quero
meu ouro.
– Muito bem. – Apesar de Nikolai não deixar transparecer nenhuma emoção, Sebastian o conhecia o
bastante para reconhecer que estava amargamente desapontado. – Siga-me, por favor.
Quando Nikolai levou o irmão para o velho escritório do pai, Myst os seguiu, observando Sebastian
com ar de desconfiança, como se ela se considerasse a guardiã pessoal de Nikolai. Se tivesse metade da
fúria de Kaderin, já seria perfeita para essa função.
O escritório onde os três entraram estava sendo reformado, e persianas tinham sido instaladas
recentemente em todas as janelas.
– Não acredito que você esteja reformando Blachmount, nossa velha casa – reclamou Sebastian, com
tom de desagrado.– Planejamos morar aqui. É claro que você será bem-vindo, se também quiser residir nesta
propriedade – completou Nikolai, mas Sebastian fez uma careta diante da ideia. – Poderá se
teletransportar para esta sala a qualquer momento, sempre que precisar de um abrigo com urgência –
acrescentou Nikolai. – Todas essas janelas ficarão sempre fechadas durante o dia.
Até parece que Sebastian aceitaria alguma vez ir para lá de forma voluntária.
– Como foi que você encontrou meus baús? – quis saber.
– Senti a sua presença uma noite dessas aqui na propriedade e vasculhei todo o terreno para ver se
encontrava alguma pista da sua visita. Não tinha muita esperança de localizá-lo, ainda mais depois dos
acontecimentos recentes. – Pigarreou para limpar a garganta e trocou olhares de cumplicidade com Myst.
– Encontrar a pá e ver a terra recentemente revirada foi um grande alívio e…
– Leve-me até o meu ouro.
Os lábios de Nikolai se apertaram, mas ele seguiu até a parede dos fundos do escritório e exibiu um
pequeno cofre de parede. Os tijolos ao redor eram novos, como se tivessem sido recolocados ali depois
de terem sido arrancados da parede.
– Como é que você sabe o que eu sou? – perguntou Myst, e Sebastian a fitou longamente. – A maioria
confunde Valquírias com ninfas. – Balançou a cabeça para os lados e murmurou para si mesma: – Odeio
aquelas pequenas prostitutas.
– Já vi seres da sua espécie, antes – disse ele.
– Onde? – quis saber Nikolai, pegando uma caixa pesada no cofre.
– Por aí. – Os olhos de Sebastian se estreitaram quando Nikolai colocou a caixa sobre a mesa.
– Entendo – disse Nikolai, sem insistir. – Troquei quase todo o seu ouro por dinheiro e investi tudo
com sabedoria. Nesta pasta, você vai encontrar toda a sua carteira de investimentos. Além de
informações sobre o seu banco e suas contas. Há também um notebook, um celular e uma carteira de
identidade estoniana. Mas você vai precisar de uma foto recente para validá-la. Também há cartões de
crédito. Você está tão estabelecido e legalizado quanto qualquer ser humano.
Sebastian fervia de raiva. Nikolai continuava fazendo o que sabia fazer de melhor: exatamente o que
queria.
– Você não tinha esse direito.
– Esperava estar ajudando. Você não poderia ter lidado de forma mais segura com a sua riqueza.
Aliás, você e Conrad são homens muito ricos.
– Você sabe onde está Conrad? – Ele perdera contato com seu outro irmão depois de deixarem
Blachmount, já como vampiros. Se Sebastian rapidamente enlouquecera de sede e confusão mental,
Conrad certamente tinha enfrentado coisa muito pior.
Nikolai exibiu uma expressão triste.
– Não. Tenho procurado muito por vocês dois. Por acaso, você o encontrou recentemente?
Depois de uma curta hesitação, Sebastian balançou negativamente a cabeça. Não via Conrad desde
algumas poucas semanas após a transformação de ambos. No dia em que tinham se encontrado pela
última vez, Conrad comentara, de forma enigmática, sobre algumas coisas que deixara inacabadas quando
era mortal. Ao anoitecer, ele desaparecera e nunca mais voltara.
– E quanto a Murdoch? – perguntou Sebastian, curioso para saber se ele conseguira viver ou morrera.
Quantos irmãos ele ainda tinha, afinal?– Posso levar você até ele agora mesmo. Murdoch está na fortaleza dos Abstêmios.
Sebastian lançou-lhe um olhar sombrio.
– Esse é um lugar aonde não pretendo ir, mesmo que tivesse muita vontade de vê-lo.
Myst se colocou entre os irmãos para quebrar o momento tenso.
– Por que você está tão furioso com o passado? Acho que deveria estar grato a Nikolai. Não fosse
ele, você nunca teria encontrado a sua Noiva.
Eu não a tenho agora, do mesmo jeito.
– Será que isso realmente é uma bênção? – Pegou a caixa e se teletransportou dali.
Às margens do oceano Atlântico, em uma bela villa isolada na praia, Kaderin estava deitada na cama,
olhando para o teto e se sentindo infeliz.
Precisava de ação, mas era forçada a aguardar os pergaminhos das tarefas, que estavam sendo
atualizados. Sim, tinha necessidade de ação… e também de dormir um pouco.
Normalmente, precisava de não mais que quatro horas de sono diariamente, mas conseguia ficar dias
sem dormir, quando pressionada. Dessa vez, porém, queria se sentir cem por cento recuperada após a
viagem à Antártida. Ainda estava com o corpo muito dolorido pela subida e descida extenuantes, e os
ferimentos iriam piorar ao longo das provas.
Entretanto, não conseguia adormecer. A camiseta que estava usando apertava os seios, e isso a
deixava louca. Odiava dormir com qualquer peça de roupa, mas naquela noite precisava se preparar
para a possibilidade de ter companhia. Até mesmo as finas roupas de cama daquela luxuosa residência
alugada eram como sacos de estopa quando comparadas aos seus lençóis Pratesi. O pior é que o quarto
era grande, o som ecoava e o ambiente era muito escuro. Demais, até.
Embora destemidas nos campos de batalha, as Valquírias, muitas vezes, tinham fraquezas secretas.
Lucia, a Arqueira, sentia verdadeiro terror diante da possibilidade de errar o alvo; desde a infância, fora
amaldiçoada a sentir dores indescritíveis cada vez que isso acontecesse. Nïx temia terrivelmente prever
a morte de uma Valquíria. Até hoje, porém, isso nunca acontecera. Regin, sempre a primeira a correr
entoando gritos de guerra numa briga ou batalha, tinha medo de… fantasmas.
E Kaderin? Quando sozinha, ela já havia sofrido de nictofobia, medo do escuro e de lugares
sombrios, apesar de conseguir enxergar perfeitamente na completa escuridão.
Pelo jeito como olhava para o interruptor de luz do banheiro naquele instante, parecia sentir mais uma
vez esse medo singular. Mais uma fraqueza antiga, do tempo em que ainda não tinha seu dom, mostrava
sua cara feia. Ela se levantou para acender a luz do aposento e voltou.
Uma terrível Valquíria que dependia da luz para não ter medo do escuro – essa era Kaderin.
Ali, ela se sentia intranquila e desconfortável, exatamente como acontecera na sua townhouse de
Londres. Já se acostumara a viver no seu coven em Val Hall, em meio aos gritos tranquilizadores de suas
meias-irmãs, sem falar nos raios e trovões que sacudiam a mansão. A noite toda havia Valquírias
entrando e saindo pelas pesadas portas de carvalho da frente da casa, que rangiam muito.
Virou-se para o lado num acesso de raiva, olhando para a sua companheira de cama – a espada. Mais
uma fungada de raiva a fez virar-se de costas para a arma. Kaderin se sentia… solitária. Ainda não selivrara do pesado sentimento de solidão de Sebastian, que tinha vivenciado naquela madrugada, em seu
castelo deprimente.
Por que não pensar nele? Por que não se permitir sonhar com o vampiro para acabar logo com aquele
sentimento?
Poderia tentar compreender, por exemplo, o motivo de ele querer morrer. Teria perdido um ente
querido? Uma mulher? Isso faria sentido. Ele aparentava pouco mais de trinta anos; provavelmente, já
tinha sido casado. Se Kaderin tivesse perdido o marido, era possível que também entendesse a atração de
se tornar uma eremita. Poderia mesmo considerar a morte como uma libertação, caso achasse que isso a
levaria a encontrar novamente a pessoa amada.
Por outro lado, se ele já tivesse sido casado, por que parecera tão estranhamente inseguro no
momento de beijá-la pela primeira vez? É claro que já devia fazer algum tempo que não passava por
aquilo, mas existia também uma hesitação inesperada em seu comportamento.
Logo depois, ele rapidamente retomara o controle da situação.
De repente, ela se pegou pensando sem parar em seus beijos abrasadores, revivendo tudo o que
acontecera naquela madrugada. O pior é que, sempre que recordava os detalhes do que fizera com ele,
não sentia apenas vergonha. Lembrou que havia sentado sobre seu membro enorme, ainda dentro da
calça, e fora aí que percebera a umidade que havia entre suas pernas. Seus seios tinham ficado inchados e
doloridos. Suas garras haviam se lançado para fora, como se quisessem puxá-lo para junto dela.
Todas essas mudanças em sua personalidade não poderiam ser explicadas. Ela sempre acreditara que
um deus ou outro poder maior abençoara-a com aquele torpor e a falta de sensações. Um simples encanto
não teria durado tanto tempo. Além do mais, as Valquírias não eram suscetíveis a feitiços de tipo algum.
Não… Ela fora abençoada por um poder extraordinário.
Será que esse poder poderia ser neutralizado pela sua atração por um vampiro com voz de trovão?
Sua ferocidade reprimida tinha o poder especial de seduzir o antigo amortecimento dos sentidos de
Kaderin. Talvez fosse isso que a atraísse tanto nele. Os dois eram iguais.
Mas por que ela teria de recuperar os sentimentos logo agora, quando havia tanta coisa em jogo?
Inconveniente era um adjetivo que não chegava sequer a começar a descrever tal situação. Kaderin ficou
deitada de costas na cama e deixou deslizar os dedos lentamente para dentro da blusa, mas as palmas de
suas mãos pareciam macias demais contra seus seios. As mãos dele tinham lhe parecido tão
sedutoramente calejadas e tão hesitantes, a princípio, quanto seus beijos.
Mãos ásperas, lábios deliciosamente firmes, olhos intensos. Tudo nele fora criado para decadentes
sonhos sexuais. Só que Kaderin não sonhava desde a bênção que lhe tirara as sensações.
Mas conseguia fantasiar, e facilmente acessou a lembrança do corpo musculoso dele. Mordeu o lábio
inferior. A verdade era que havia muitas coisas interessantes nele. Kaderin não tivera muitos amantes,
mesmo no tempo em que possuía sentimentos, porque sempre lhe fora difícil confiar em alguém. Entre os
poucos que tinha levado para a cama, nunca existira um imortal. E nenhum deles tinha sequer a metade da
força dela.
O vampiro, porém, era mais forte que ela.
Mas ela nunca dormiria com ele.
Se ele está vindo, onde está que não chega?Durante horas, Sebastian vasculhou todos os papéis e documentos que havia na pasta que recebera,
tentando entender se realmente ainda possuía alguma riqueza. Mas sua mente estava completamente
tomada por outros pensamentos.
Sabia que ela não poderia sair para a etapa seguinte antes de os pergaminhos serem atualizados.
Portanto, não acreditava que Kaderin pudesse estar em perigo. Mesmo assim, ao pôr do sol, finalmente
cedeu à tentação e se teletransportou até ela.
Viu-se em pé num quarto espaçoso que parecia pertencer a uma residência particular. O relógio lhe
informou que passava pouco das quatro da manhã. Isso significava que ele fora parar no outro lado do
mundo. Havia uma cama bem no centro do aposento. Ele se teletransportou até os pés do leito e olhou
para baixo.
Sua Noiva dormia no meio da cama.
Será que um dia ele conseguiria se acostumar ao singular teletransporte que o levava diretamente a
ela? As vantagens eram incalculáveis.
Suas autocongratulações desapareceram quando percebeu que ela dormia com movimentos
espasmódicos do corpo. Estava deitada de barriga para baixo, as costas parcialmente cobertas pelo
cabelo que descia e se espalhava em cascata. A blusa que certamente vestia antes parecia ter sido
embolada e largada ao lado da sua cabeça. Um dos seus braços finos estava esticado na direção da
espada que repousava junto dela.
Uma sensação de desconforto o invadiu. Será que ela dormira com a espada ao lado como defesa
contra a possibilidade de ele encontrá-la, ou a sua vida era sempre tão perigosa quanto parecia? Se essa
última hipótese fosse a verdadeira, ele não sabia se conseguiria mantê-la longe da sua vista novamente.
Os olhos dela corriam de um lado para outro atrás das pálpebras, e sua orelha pontuda se mexia sem
parar, como se detectasse o som de algum perigo iminente. Estaria ouvindo os passos de um possível
inimigo que se aproximava?
Sua respiração era feita de ofegos irregulares, do jeito que os animais muito jovens respiram ao
dormir.
Em torno do punho da espada, seus dedos se enroscaram com mais força, e ver aquilo fez o peito dele
se apertar. Ele só poderia protegê-la se ela permitisse.
Surpreendentemente, Kaderin pareceu se acalmar com a presença dele. Sebastian tirou o cinto com a
sua espada e também a jaqueta. Colocou-os sobre um banco junto da cama. Com toda a calma do mundo,
pôs-se a estudá-la e bebeu dela com o olhar. Nunca imaginara as costas de uma mulher como algo
extremamente sexy, mas as de Kaderin eram assim. Ele queria apertar seus ombros magros, puxá-la para
junto dele e beijar ao longo do delicado recuo de sua coluna vertebral.
Sua pele dourada e macia parecia chamá-lo. Não poderia ser tão suave quanto aparentava.
Ela murmurou alguma coisa em meio aos sonhos e mudou de posição, virando a cabeça para o outro
lado. Encolheu a perna, e o lençol que a cobria deslizou um pouco para cima, expondo o curtíssimo
shortinho rosa que vestia. A ponta de um dos lados do short fora repuxada com o movimento; Sebastian
teve um vislumbre roubado de sua parte mais feminina e gemeu baixinho. Ela era loura ali também,
igualmente perfeita e bela.Nascida de deuses? Ele acreditava nisso.
Precisava tocá-la e beijá-la bem ali. Nunca tinha possuído uma mulher usando apenas a boca, mas
fantasiava sobre isso com muita frequência, como qualquer homem mortal. Mal conteve um tremor de
prazer diante da ideia de fazer isso ali, com ela.
Com o pênis duro como ferro, aproximou-se um pouco mais…

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