Sabe aqueles dias que você acorda e depois de algumas horas percebe que era melhor não ter acordado? Bem,espero que não. É incrível como uma coisa extremamente boba consegue destruir sua manhã.
- Você pretendia me contar que não cumpriu como o nosso combinado?- Tia Rose pergunta depois de despejar na minha cara que não sou confiável.
- Foram só vinte minutos!- Respondo já cansada de ouvir.
Depois que desci e encontrei com Rose não paramos mais de discutir. Eu realmente não entendo o porquê disso tudo. Eu só me atrasei,isso não faz de mim inconfiavel,mas para ela parece que faz.
- A questão não é seu atraso! Toda vez que confio em você,você vai lá e quebra isso. Se lembra da última vez? Se lembra de como você estava?
- Por que você sempre tem que relembrar isso?!- Eu elevo a voz.
Aperto meus olhos quando as memórias da noite em específico invadem minha mente.
- Como não relembrar quando no final sempre sobra pra mim?!- Ela pergunta e eu a encaro.
- Se está tão cansada por que não desiste de mim logo?- Sinto algumas lágrimas escaparem de meus olhos.
- Acha mesmo que eu seria capaz de desistir de você?- Ela pergunta e eu fico quieta.- Por mais fria e rude que você possa ser às vezes,mesmo não percebendo,ainda é a minha sobrinha.
Encaro seus olhos secos e escuros enquanto sinto tudo o que eu estava sentindo ir embora e só sobrar a raiva.
- Adimita,tia Rose. Adimita que sou um peso na sua vida.- Ela me olha como se eu tivesse dito a pior coisa do mundo.
- Você não é um peso na nossa vida,Anna.- Olho para porta apenas para encontrar tio Martin me olhando.
- Eu não teria tanta certeza disso.- Respondo limpando meu rosto.
- Você ter vindo ficar com a gente foi a melhor coisa que aconteceu,mas em circunstâncias horríveis. E nós sabemos como isso pesa, para todos.
Eu nego várias vezes enquanto tento não deixar mais lágrimas saírem.
- Não! Chega de mentir. Eu tenho escutado isso por cinco anos e sabemos que não é verdade! Vocês nunca quiseram mais alguém na família de vocês! Eu fui...Eu sou só um problema que surgiu do nada.
- Anna...- Vovó Grace começa mas eu a interrompo. Eu realmente não a vi chegar.
- Não, vovó. Não precisa me dizer que vai ficar tudo bem. Eu já sei. É o que todo mundo diz.
Caminho até a porta parando ao lado de Martin. Olho para tia Rose,que agora tinha lágrimas nos olhos. Eu me odeio. Me odeio por causar esse tipo de lágrimas nas pessoas, me odeio por tudo o que fiz e tenho feito.
- Eu sinto muito por tudo isso...-Falo tão baixo que eu mesma mal escuto.
Ela olha para mim e tenta falar algo mas nada sai de sua boca. Suspiro e saio dali. Subo as escadas e entro em meu quarto me trancando ali.
Sinto meu coração acelerar e a respiração pesar. Deixo o choro vir para tentar suprir minha vontade incessante de gritar. Sento no chão e fico ali tentando controlar meus pensamentos e respiração.
Levo minhas pernas até altura do peito e choro,choro enquanto espero isso passar. Tento pensar no que tem sido bom para mim como minha psicóloga disse para fazer. Tento achar alguma coisa em minha mente, procuro bastante até uma mensagem chegar em meu celular.
O tiro do bolso com minha mão trêmula. Encaro a notificação por longos segundos e percebo que achei o que estava procurando.
Conrad.
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Cruel Summer - Jeremiah Fisher
Fanfiction- É verão e você está de casaco. - Acho que não sou uma garota do verão. ou Aonde Jeremiah tenta mostrar para Anna que existe luz em todas as estações e não só um inverno triste e frio.