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- Nem sei porquê estamos tentando, não vamos descobrir quem foi. E o que isso importa agora,afinal?- Eu falo me sentando na cama.

Conrad que estava sentado de frente para a minha mesa de desenhos olha para mim. Ele sai de lá e se senta ao meu lado.

- Tem razão. Agora o que você tem que fazer é falar com o Jeremiah.

- Ele não quer falar comigo.

- E quem se importa? Ele vai ouvir mesmo assim.- Eu solto uma risada nasal e finjo choro logo depois.

Apoio meu rosto no ombro de Conrad e escondo meu rosto ali.

- Eu juro que não aconteceu nada...- Eu sussurro sentindo a mão de Conrad em meu cabelo.

- Eu sei,eu sei.- Fecho meus olhos.- Mas quem tem que saber disso não sou eu.

Eu me afasto dele e fico olhando para a parede. Connie se deita de costas na cama e me puxa depois me obrigando a deitar com ele. Acabo apoiando minha cabeça em seu peito levando meu olhar para o teto.

- O que vocês fizeram?- Eu me aproximo mais dele para poder escutar seu coração.

- Fomos à uma galeria de artes...- Digo me lembrando.- Foi divertido. Fazia tempo que eu não fazia nada estúpido e imprudente.

- Tipo fugir né.- Eu suspiro cansada.

- Sei que foi imaturo. Honestamente, eu não sei o que eu tava pensando...Acho que eu só queria sentir como era fazer essas coisas idiotas de novo.

- Você era uma pré adolescente sem noção?- Conrad pergunta e eu sorrio.

- Foram as companhias.- Falo lembrando de Isak e Olivia.- Mentira,eles eram perfeitos. A gente só tava numa fase meio rebelde.

Me arrumo na cama apoiando meu peso no meu braço. Olho para Connie e sorrio minimamente para ele.

- Obrigada por estar aqui.- Ele não diz nada,só olha para mim.

- E como eu não poderia estar?

- Você podia ficar do lado do seu irmão, eu super entenderia.- Ele nega desviando o olhar.

- Jeremiah pode lidar com isso sem mim. Mas você...Você precisa muito de mim!- Ele brinca.

- Preciso mesmo.- Ele franze o cenho.

- Pensei que ia retrucar ou dizer que estou delirando.

- Não estou com vontade de mentir brincando.- Sou honesta sem olhar em seus olhos.

Sinto uma sensação estranha de vulnerabilidade e tristeza. Não quero perder Jeremiah, ele foi a única coisa boa que aconteceu comigo em muito tempo.

- Vem cá.- Conrad percebe minha mudança de humor e me chama para um abraço.

Sem pensar em recusar eu faço. Me aconchego em seu corpo e fecho os olhos tentando evitar as lágrimas.

- Vai ficar tudo bem.- Ele volta a fazer carinho no meu cabelo.

- Promete?- Sussurro.

- Prometo,Anninha.

Pela primeira vez,não senti vontade de retrucar por causa do apelido. Na verdade, gostei muito de ser chamada assim agora.

(...)

Depois que Conrad foi embora, fui para a cozinha ficar com os outros. Me sento no balcão e fico mexendo nas frutas da fruteira.

- Não tem nada nessa casa!- Tia Rose reclama abrindo os armários.

Cruel Summer - Jeremiah Fisher Onde histórias criam vida. Descubra agora