Capítulo 2 - Fool Me

1K 104 12
                                    

"Going slow on the road to nowhere

Free falling as fast as they can

Now it's hard to hold on to anything

When there's holes in the palm of your hand


So walk pass the night sky

Just hoping I can see


I don't wanna learn my lesson

So i'll keep on making the same mistakes

I don't wanna learn my lesson

So baby fool me fool me again"

~Fool Me, Neon Jungle

-:-:-

-Há um aluno novo na turma do Luke, - disse-me a Anna, dois dias após o início das aulas.

Olhei de relance para ele, mas não sem antes trocar um olhar de espanto com a Madison e a Beatrice. Era a primeira vez que ela me falava desde a manhã do primeiro dia de aulas - tinha passado o tempo todo desde então com a Mariah e tinha acabado de se esquecer de mim por completo.

-Há no mínimo três, - respondi, obrigando-me a beber um pouco da minha garrafa de água.

-Sim, eu sei, mas os outros dois não me interessam. Sabes quem é o Ashton?

Pensei por um momento.

-Só sei qual é o que está a repetir o ano, não sei nomes.

-Mas é esse mesmo. Nem te passa o que me contaram! Pelos vistos...

-Não me interessa, - interrompi num tom de voz frio. - Não quero saber de mexericos. Muito menos de um tipo que nem conheço, como o repetente.

A Anna pareceu surpreendida com a minha resposta. Ela não estava habituada a que eu a tratasse daquela maneira, uma vez que eu sempre fora a "queridinha" das duas.

-Nia! - exclamou ela.

-Importas-te de ir? Estávamos a conversar.

Ela ficou com uma expressão magoada, mas pegou na sua carteira e foi-se embora. A Madison tinha um sorriso quase que orgulhoso nos lábios.

-Fizeste bem, - disse-me.

Não respondi.

Quando tivemos que voltar para a sala, reparei que alguém tinha decidido juntar a minha mesa à do Calum, e algo me dizia que esse alguém tinha sido o rapaz de cabelo negro sentado no lugar à esquerda do meu.

-Olá, Nia, - o Calum sorriu como fazia sempre.

Não respondi como fazia sempre. Da mesma maneira que a Anna me andara a ignorar, eu começara a ignorar o Calum. Não queria falar com ele - ainda não era capaz de o fazer.

-Oh Nia, fala comigo! - exclamou o Calum de maneira a que o professor não o ouvisse. - Não tens saudades das nossas conversas?

Eu queria conter-me, impedir-me de lhe responder, mas a minha boca conseguia ser impossível de controlar.

-Se a tua memória estiver tão boa como a minha, então hás de te lembrar que não passávamos o nosso tempo a conversar.

Mal acabei de falar, apercebi-me que tinha dito a coisa errada e repreendi-me mentalmente de imediato por ter aberto a boca e ter dito o que disse.

O sorriso do Calum mudou - ele já estava à espera que eu dissesse alguma coisa há dois dias -, e foi aí que percebi que tinha que começar a pensar antes de falar, em vez do contrário.

Why Try • Calum Hood/Luke Hemmings {AU}Onde histórias criam vida. Descubra agora