Capítulo 22 - Everlasting Love

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"Hearts gone astray 
Keeping up when they go 
I went away 
Just when you needed me so 
You won't regret 
I'll come back begging you 
Don't you forget 
Welcome love we once knew 

When life really flows
No one really knows
The sun will have to show them
Everlasting love

Like the sun it shines
Endlessly it shines
You always will be mine
Eternal love

Whatever love went wrong
Ours would still be strong
We'd have our own
Everlasting love

This love will last forever
This love will last forever"

~Everlasting Love, U2 Version

-:-:-

-O que é que achas que eu toque? - perguntou o Luke, depois de ter tirado a sua guitarra acústica do seu estojo preto. - Qualquer coisa que tu digas, eu toco.

Levantei as sobrancelhas em jeito de questão, divertida.

-A sério? E se eu te pedir Justin Bieber ou One Direction?

-Então eu mando-te dar uma curva porque não toco nada disso nem que me ameacem de morte. Agora, qualquer coisa de jeito que tu digas, eu toco.

Em vez de responder, tirei-lhe a guitarra das mãos para a colocar no meu próprio colo e olhei para ele.

-E se tocasse eu uma música para ti? - trocei.

-Não, muito obrigado, quero manter os meus tímpanos até ter, pelo menos, 70 anos. Por favor devolve-me a minha bebé.

-Bebé? - repeti com uma gargalhada. - Deve ser a única "bebé" na tua vida.

Ele recuperou a sua guitarra e deitou-a no seu colo, olhando-a cuidadosamente como que para se certificar que eu não a tinha estragado minimamente.

-Ao contrário de ti, a minha bebé trata-me bem. Ela sim, é a minha miúda preferida.

Ele passou as pontas dos dedos pelas cordas, tendo o cuidado para não fazer nenhum som. Tendo-se fartado da aula de Físico-Química, o Luke, para não variar, inventou uma dor de barriga e mandou-me mensagem para ir ter com ele ao refeitório. Não hesitei em fazê-lo; já não podia ver o Calum a passar as mãos pela Mariah e a sussurrar-lhe coisas ao ouvido. Como estávamos basicamente a baldar-nos à aula, não podíamos realmente tocar guitarra, se não ainda éramos apanhados por algum professor.

-Acho que é melhor ires indo, não? - sugeriu o Luke. - O teu professor deve saber que não precisas de tanto tempo por causa de uma só lente seca.

-O que é que ele me vai fazer, pôr de castigo? - ri-me. - Por favor, só volto daqui a uma semana.

O Luke franziu o sobrolho.

-Tens noção que não voltamos a ter férias até daqui a dois meses, certo?

-Sim, e tu tens noção que os meus pais passam a vida a marcar viagens para Londres, certo? Eles marcaram uma para esta semana, temos o voo amanhã às cinco da manhã, e só voltamos daqui a seis dias, acho.

-Tu odeias ir a Londres, - lembrou ele.

-Não é como se eu tivesse voz no assunto. Ou vou, ou vou, tão simples quanto isso.

Não morria de amores por viagens, principalmente com a minha família. Não tinha nada contra eles, apenas não tínhamos uma relação extraordinariamente próxima. Eles dedicavam-se aos seus empregos, eu dedicava-me às minhas relações pessoais na escola. De vez em quando, eles lembravam-se de marcar uma viagem - normalmente a Londres, se bem que já houvera uma a Milão e uma a Barcelona - para tentarem "criar laços" comigo, se bem que não demorava mais de dois dias até eles terem uma emergência qualquer de trabalho e terem que passar o resto das férias no quarto de hotel, com a cara enfiada nos computadores.

Why Try • Calum Hood/Luke Hemmings {AU}Onde histórias criam vida. Descubra agora