Capítulo 11 - Only Love Can Break Your Heart

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"I have a friend
I've never seen
He hides his head
inside a dream
Someone should call him
and see if he can come out.
Try to lose
the down that he's found.

But only love
can break your heart
Try to be sure
right from the start
Yes only love
can break your heart
What if your world
should fall apart?"

~Only Love Can Break Your Heart, Neil Young

-:-:-

-Ei, onde é que estás? - perguntou a Anna. Conseguia ouvir imensas pessoas a falarem do outro lado da linha, o que, aliado às horas que via no meu relógio, me fez concluir que ela estava no corredor durante o intervalo. - Faltaste à primeira aula.

-E vou faltar às outras todas também, não te preocupes, - respondi, deixando a minha cabeça cair de novo na almofada. - Estou com uma dor de cabeça enorme, mal consigo pensar.

-Sabes, isso aconteceu-me quando eu e o Andrew tínhamos aquela coisa no ano passado.

Levantei as sobrancelhas. No ano anterior, a Anna e o Andrew tinham-se enveredado numa relação demasiado complicada, ao ponto de eu nunca ter a certeza se eles estavam juntos ou se tinham tornado a acabar. O Andrew vira-me então como uma aliada, e a Anna vira-me como uma confidente. Tinha quase a certeza que fora aquela relação que fomentara a minha amizade com a Anna, apesar de ela nem ser capaz de falar com o Andrew nos tempos que corriam.

-O Andrew não te fez promessas que não fazia tenções de cumprir, - revirei os olhos.

-O Andrew nem saberia soletrar "promessas" se lhe pedisses, - gargalhou Anna, antes de tornar a ficar séria. - Mas não penses no Cal, okay? Se há rapaz na casa de horrores que é a nossa escola por quem não vale a pena ficar nesse estado é o Cal.

-Eu sei, estou a tentar convencer-me disso. Mas é capaz de demorar.

A Anna não me respondeu por uns momentos; ouvi-a explicar a situação toda à Mariah, que pediu de imediato o telemóvel para falar comigo.

-Nia, vou passar à Mariah, okay? Até porque o Luke está a fazer sinais nada discretos para eu ter com ele; deve estar preocupado contigo. Mas pronto, falamos depois!

Tentei chamá-la para ela me explicar melhor o que raio é que o Luke queria falar com ela, mas ela não me deve ter ouvido - ou então ignorou-me por completo, também era uma possibilidade - porque a única coisa que ouvi a seguir foi a voz da Mariah.

-Achas que cabelo vermelho me ficava bem?

-Uh... porque é que perguntas?

-Porque tens o cabelo azul. E porque pelo que já ouvi pelos corredores, também já o tiveste loiro, preto, ruivo, cor-de-rosa, verde e roxo quando és uma morena, por isso deves entender qualquer coisa disto.

Deixei escapar uma gargalhada ao ouvi-la, apesar das dores de cabeça que me continuavam a atormentar. Pensar que pintara o meu cabelo daquelas cores todas num só ano letivo era algo chocante, principalmente tendo em conta que ele agora estava azul.

-Isso não me faz uma especialista em cabelos, Mariah, - expliquei. - Só pintei o cabelo porque estava aborrecida, não porque as cores me ficavam bem. Porque acredita, as cores estavam longe de me ficar bem. Pergunta a qualquer pessoa nesse sítio.

-Pronto. Então imagina-me de cabelo vermelho.

-Com esta dor de cabeça, tu podias estar à minha frente com o cabelo vermelho e eu não mesmo assim não conseguiria imaginar. Desculpa.

-Não, não, eu compreendo! As melhoras, Ni!

Agradeci-lhe e desliguei a chamada. Ao fazê-lo, reparei que tinha recebido uma nova mensagem através do meu Facebook e que nem me tinha apercebido devido à Anna e à Mariah. O meu estômago deu um nó ao ver a fotografia de perfil do Calum no canto do ecrã do meu telemóvel, mas abri a mensagem na mesma.

Why Try • Calum Hood/Luke Hemmings {AU}Onde histórias criam vida. Descubra agora