A aposta

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Chegando ao restaurante chinês, o que mais me impressionou foi o ambiente muito bem arrumado, limpo e decorado. O aroma o local se misturava entre o cheiro da comida e algo parecido com lavanda. Era tudo muito caricata, típico e para a nossa sorte o restaurante não estava tão cheio.

Após nos acomodarmos e pedirmos a nossa refeição, começamos a beber um pouco de baijiu. É uma bebida destilada, típica da china. O garçom explicou que é uma bebida que é considerada exótica e é muito comparada com a nossa água ardente. Não demorou muito e a nossa comida chegou. Os dois esfomeados já começaram a comer sem nem esperar esfriar, enquanto isso, fomos conversando:

- Me diz, você sempre foi inteligente assim? Digo, em relação a tecnologia. - Puxei assunto.

- Eu sempre gostei disso, desde a adolescência. Mas, tudo isso aconteceu porque eu precisei aprender muitas coisas sozinho.

- Precisou aprender? - Arqueei a sobrancelha, curiosa.

- Sim, é basicamente isso. - Jake só disse isso. Acho que ele não queria tocar nesse assunto.


- Então podemos concluir que você sempre foi um cara inteligente, não sociável e muito charmoso?

- Eu não diria charmoso. - Jake corou.

- E as namoradinhas? - Brinquei.

- O que você quis dizer com isso?


- Você sabe exatamente o que eu quis dizer com isso, Jake. Quero saber sobre o seu passado. Você teve alguma namorada?


- Porque você quer saber isso?

- Eu quero saber se eu devo me preocupar com uma ex sua aparecendo do nada para estragar tudo. - Jake riu e balançou a cabeça.

- Na minha vida só tem espaço pra uma única mulher. - Jake passou o braço atrás de mim, me abraçando. Sua mão quente acariciou a minha cintura e me causou um arreio misturado com uma sensação de calor intensa.

- Então você nunca teve uma namorada? - Me remexi na cadeira, cruzei as pernas e as apertei uma contra a outra. Somente para abafar aquela sensação.


- Não. Nunca tive tempo para essas coisas e nunca pensei que um dia teria. - Jake ficou sério. Ali eu soube que ele estava falando sério.


- Jake... - Cheguei mais perto dele, ficando a cinco centímetros do ouvido dele - Você já esteve com uma mulher, certo?


- S/N??? - Jake abaixou a cabeça, ficou corado e sem reação.


- Desculpa, eu não resisti - Ri - Mas, não precisa responder nada. Eu já sei a resposta.


- Você deve estar achando que eu sou um... - Jake respirou fundo - Eu só não tive tempo pra isso, eu...


- Não precisa se explicar, amor - Coloquei a mão na coxa dele. Jake olhou para baixo e mordeu o lábio - Agora eu entendo o motivo de você não querer, naquele dia na cachoeira.


- Não é que eu não queria, S/N...


- Então, você quer? - Apertei a coxa dele e olhei no fundo dos seus olhos. Ele abafou um sorriso e voltou a morder a boca. Era excitante ver ele daquela forma.

- Você acha mesmo que eu não quero? - Jake veio até o meu ouvido, com a voz baixa e rouca - Você me provoca, S/N, me deixa no limite. Quando eu toco em você, sinto que vou perdendo o pouco de juízo que ainda me resta. Tudo o que eu desejo no momento é ter você só pra mim.

- Jake, não exagera... - Apertei mais uma vez a sua coxa e sem querer, bati o braço na virilha dele. Senti que ele estava excitado - Jake, você está...

- Me desculpa - Jake se afastou um pouco de mim e eu tive que segurar a minha risada - Acho melhor pedirmos a conta.

- É, também acho. - Sorri.


Enquanto o Jake pagava a conta para que pudéssemos ir embora, recebi outra mensagem. Parecia um inferno:

Lilly: S/N, preciso falar com você.


*Ignorei e ela insistiu.

Lilly: Eu sei que você está online, então me responda por favor.


S/N: Lilly, não posso falar agora. Me manda mensagem amanhã. "S/N está offline ".


Jake pagou a conta e se levantou, mais calmo aparentemente. Na hora que ele levantou, eu dei uma olhadinha para a calça dele. Só para ter certeza de que nada estaria marcado ali. Saímos do restaurante e fomos andando de volta para o hotel. Eu ignorei qualquer tipo de distração que poderia ter naquela noite, então me concentrei só na gente. Desliguei o celular e fui andando de mãos dadas com ele por todo o caminho. Jake me perguntou:


- Você me relatou que era líder de torcida? Como foi isso?

- Foi ridículo, apenas! - Ri de nervoso - Eu não era capitã, eu era apenas a ajudante. Quem era a líder do grupo era a JoJo, minha melhor amiga na época. Aquela que ficou com o meu ex, o John.

- Você gostava de estar lá com elas?

- Na verdade não. Eu fazia para chamar a atenção dele, infelizmente deu certo. - Respirei fundo - Minha praia é mais a leitura mesmo. Eu ficava horas na biblioteca com a cara enfiada nas pilhas e mais pilhas de romance de época. Eu amava.

- Eu imagino. - Chegamos na entrada do hotel - Você se lembra do grito de guerra?

- O que? Bom, eu me lembro. Não tem como esquecer, o time Tyson Tigers era um dos melhores da cidade. A JoJo cobrava muito da gente, tínhamos que dar um show. Não importa quantas vezes tivéssemos que ensaiar, de baixo de sol ou de chuva.

- Quero fazer uma brincadeira com você - Jake sorriu maliciosamente - Eu vou te fazer uma pergunta. Se você acertar, tem o direito de ter o que quiser de mim. Se você errar, vai ter que dar o grito de guerra do TT.

- Ok, espertinho. Eu topo, pois sei que não vou perder. - Fiquei animada.

- Quantas casas decimais tem o número pi? - Jake me encontrou no muro do hotel.

- Essa foi tão fácil - Puxei o Jake pelo cós da calça, o deixando grudado em mim - São infinitas. Estou certa, não?


- Está sim. - Jake sorriu.


- Então, eu ganhei. Posso ter o que quiser de você.

- O que você quer de mim, S/N?


Cheguei perto do pescoço do Jake e comecei a beijar a sua pele macia e perfumada. Ele por sua vez, deixou a mostra o seu pescoço, como se ele estivesse totalmente entregue pra mim. Jake colocou suas duas mãos em minha cintura, uma de cada lado e as apertou forte. Enquanto isso, minhas mãos estavam adentrando a sua camiseta, sentindo a pele quente e arrepiada dele. Cheguei perto do seu ouvido e disse baixinho:

- Eu quero fazer amor com você, Jake. - A reação dele foi inesperada. Ele deu um gemido baixo, isso foi o suficiente para aumentar a minha líbido.

- S/N, não me provoca...

- Não estou provocando, Jake - Olhei nos olhos dele e ele nos meus - Eu te quero de verdade.

- Você não sabe no que está se metendo, pequena... - Jake praticamente me atacou ferozmente, me beijando com força e vontade.

Eu nunca vi ele daquela forma. Era como se ele estivesse descontando em mim uma vontade que estava guardada a muito tempo. Ele me beijava, me apertava e me colocou contra aquela parede de tijolos. Aquilo estava me levando a louca....

(Continua)....

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