Pai?!

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Na manhã seguinte, voltamos para Greencity. Eu precisava fazer algumas coisas no meu apartamento e o Jake tinha que se livrar das provas do seu computador, apagar tudo e fechar a conta do hotel. Eu fiquei com carro e fui direto para o meu apartamento, quando cheguei lá encontrei a minha senhoria varrendo a calçada.

- Olá, Eloise. Como vai? - Parei na frente dela.

- S/N, sabia que tem polícias caçando você?

- Ah, é mesmo? - fui sarcástica e sai andando, tentando acessar a escadaria do prédio.

- Você está aqui a muitos anos e nunca me deu problema. Agora tem um cara muito estranho lá em cima te esperando. - Ela disse na maior naturalidade.

- O que? Como você pode ser tão imprudente? Se esqueceu do que eu te falei da última vez que vim aqui? - fiquei nervosa e quase arranquei a vassoura das mãos dela.

- Menina, não me ameace! Quem está lá em cima não é um policial. Ele me disse que é o seu pai, por isso o deixei subir. - Eu não disse mais nada pra ela, só subi as escadas correndo.

Eu não podia acreditar em uma só palavra que aquela bruxa disse. Subi correndo as escadas com tanta força e fôlego, que nem sei da onde tirei. Quando abri a porta vi o meu pai sentado no meu sofá e ele comia um pouco de sorvete que deixei na geladeira. Ele me olhou, sorriu e disse:

- Ora, ora. Eu sabia que um dia você ia voltar pra casa.

- A quanto tempo você está aqui? - Cruzei os braços.

- Uns dois dias. Aliás, sua senhoria é muito ambiciosa. Ela é capaz de fazer qualquer coisa por dinheiro - Ele debochou e levantou o pote de sorvete - Quer um pouco?

- O que faz aqui? Achei que estava na puta que pariu, fugindo do FBI.

- Eu não te eduquei assim, S/N. - Ele se levantou.

- Vai, fala! O que você quer? - Disse em a voz alta, quase gritando.

- Eu achei que seria melhor recebido, eu sou o seu pai - Eu revirei os olhos com força - Eu quero o envelope preto.

- Não sei do que você está falando. - Meu coração disparou.

- Ah, sabe sim. Acontece que eu revirei todo o apartamento e não encontrei ele. Mas, o rapaz que eu contratei me garantiu que passou ele por debaixo da porta.

- Bom, ele mentiu. O que tinha nesse tal envelope? - Eu me senti burra por não ter aberto e visto o conteúdo. Achei que fosse dinheiro.

- Tem uma carta, um chip e alguns dados de contas bancárias. Eu enviei pra você, porque são provas que incriminam o papai - Ele se aproximou e acariciou o meu rosto - Foram até a nossa casa com um mandato de busca e apreensão. Sorte que eu enviei esse envelope pra você, se não eu tinha me encrencado muito.

- Você me usou de novo? Mesmo longe você ainda tem a coragem de continuar me usando para as suas falcatruas? - Dei um tapa na mão dele e me afastei.

- Se acalme, querida. Se você tivesse aberto o envelope, tu saberias exatamente do que se tratava. Você enganou a si mesma. - Ele sorriu de canto.

- Você sabe que eu jamais aceitaria alguma coisa que veio de você!

- Onde está o envelope, S/N? - Meu pai tirou um canivete do bolso e começou a brincar com ele. Tentando me ameaçar.

- Você está me ameaçando? - Dei um passo pra trás.

- Alguma vez na sua vida eu levantei a mão pra você? - Ele me olhou seriamente.

Duskwood - Depois do AmanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora