Depoimento (capítulo longo)

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Chegando a delegacia da cidade, falei diretamente com uma das recepcionistas que me atendeu muito bem. Ela foi chamar o Alan e não demorou muito até ele aparecer na minha frente:

- S/N, seja muito bem vinda a Duskwood - Alan me cumprimentou, dizendo o meu nome e o meu sobrenome. Coisa que eu nunca disse isso a ele.

- Alan Bloomgate. Pelo visto você fez uma boa pesquisa sobre mim.

- Impressionante, não é? Não é só o seu grupo que sabe fazer boas investigações. - Alan disse com desprezo.

- Eu vi mesmo, quando se trata da polícia, vocês são bem úteis. - Respondi com sarcasmo.

- Vou fingir que isso não foi um sarcasmo da sua parte. Está preparada para o depoimento? - Alan me conduziu até a sala de interrogatório.

- Claro. - O segui.

Alan abriu a porta e revelou uma sala fria e cheia de espelhos. Parecia realmente uma sala de interrogatório tirado de algum filme policial. Nos sentamos um de frente para o outro e uma mesa de ferro estava no meio, dando uma distância segura entre nós. O delegado tirou um gravador do bolso, colocou sobre a mesa e disse:

- Posso começar?

- Você vai gravar essa conversa? - Arqueei a sobrancelha.

- Você quer a presença do seu advogado? - Alan me encarou seriamente.

- Não será necessário. Pode começar. - Com as mãos sobre o colo, apertei os meus dedos com muito nervosismo.

- Ok - Alan ligou o gravador - Aqui é o Alan Bloomgate, delegado de polícia de Duskwood. Estamos no mês de Junho, ano de 2022. Agora são 10:17 da manhã. Estou com a testemunha, S/N. Você pode me dizer o seu nome completo e a cidade de onde veio?

- Claro. Me chamo S/N, sou de Greencity - Fui direta e reta, sem gaguejar.

- A senhorita está ciente de que tudo o que você disser aqui pode ser usado e arquivado no inquérito sobre o sequestro de Hannah Donfort e o suicídio do senhor Richy Roger?

- Sim, senhor.

- A senhorita está ciente que se você mentir nesse depoimento, isso pode categorizar como um falso testemunho e que poderá ser processada pelo estado? - Alan tentou me intimidar com o seu olhar frio.

- Alan, você quer que eu levante a mão e diga: Eu juro dizer a verdade, somente a verdade em nome de Deus? - Encarei ele novamente, o que fez ele desviar o olhar rapidamente.

- Não será necessário, você não está em um tribunal. - Alan tirou um pequeno bloco de notas do seu bolso - Vamos começar desde o início. Como você conheceu os envolvidos no caso? Estou me referindo a Hannah, Lilly, senhorita Jessica, Cleo, Thomas, Daniel e Richy.

- Como eu já te disse antes por mensagem. Eu caí de paraquedas nesse caso, não sei quem e como fizeram isso.

- Eu sei que a senhorita me disse. Mas, gostaria de saber de sua boca como tudo aconteceu. - Alan sorriu de canto.

- Era domingo, eu estava lendo um livro e recebi uma mensagem do Thomas. Ele disse que o meu número de celular foi enviado por mensagem pelo celular da Hannah. Ele recebeu a mensagem e achou que fosse uma pista importante, por isso entrou em contato comigo.

- E por que a senhorita resolveu respondê-lo?

- Pela aventura. Parecia tão estranho e a minha vida é tão monótona. Achei que fosse uma boa dar uma apimentada nas coisas - Sorri de canto também - Se você fez uma boa investigação, assim espero, deve saber que eu sou apaixonada por casos criminais. Viver um na vida real e tentar juntar as peças desse quebra-cabeça, foi excitante pra mim.

Duskwood - Depois do AmanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora