As horas se passaram, quando pegamos a estrada já era noite. Fomos de carro, comendo comida chinesa e fazendo vários planos para o nosso futuro. Ver o Jake dirigir era muito atraente aos meus olhos, ver aquelas mãos trabalhando sempre foi um incentivo a mais para a minha líbido. Eu olhava de canto para ele, enquanto ele sorria e conversava, porém depois de um certo tempo eu já não conseguia ouvir mais nenhuma palavra que saia da boca dele. Meus instintos mais profundos estavam me atormentando e uma saudade repentina dele se fez presente. Enquanto eu olhava fixamente para sua mão, o Jake falava:
- Você não acha? S/N, você está me ouvindo? - Ele me chamou a atenção.
- O que? Me desculpa, eu estava distraída.
- Eu disse que temos que encher o tanque. Tem um posto de gasolina logo a frente.
- Tá bom. - Desviei o olhar para a janela do carro.
- Você ficou distraída de repente. Você está bem, S/N? - Jake colocou a mão na minha perna.
- Estou ótima, divina e com o humor bem elevado. - Sorri.
- Que bom. - Jake voltou a colocar a mão no volante.
Não sei porque a minha líbido me atacava nos momentos menos oportunos e me causava todo esse incômodo. A minha vontade era de agarrar o Jake ali mesmo e eu tentei ao máximo me controlar. Jake estacionou o carro em uma das bombas de combustível do posto. Nessa parte do país era normal que os próprios motoristas tivessem autonomia e enchessem o seu próprio tanque, sem precisar de nenhum funcionário para fazer esse trabalho. Então ele desceu, passou o cartão na máquina e foi abastecer o carro. Eu sai do carro e disse:
- Vou pegar alguma coisa para beber na loja de conveniência. Quer alguma coisa?
- Não, obrigado. Leva isso com você - Jake me deu o cartão e eu lógico, peguei - Não demora.
- Deixa comigo. - Sai andando.
- E não fica rebolando. - Jake riu.
- Só rebolo se for no seu colo. - Olhei pra trás rapidamente antes de entrar na lojinha e vi o Jake tentar esconder o rosto todo vermelho.
Entrei na lojinha simples e pequena. Só tinha uma senhorinha bem simpática atendendo, então fui até a geladeira do estabelecimento e peguei uma lata de energético. Quando cheguei até o caixa, olhei pela porta de vidro da loja e vi o Jake mexendo no celular. Sua cara não estava tão boa, seu semblante mudou e eu fiquei preocupada. Peguei um pirulito e paguei. Sai dali bem rápido e me aproximei do Jake:
- O que foi? Aconteceu alguma coisa?
- Não. Já acabou? Podemos ir? - Ele guardou o celular no bolso e forçou um sorriso.
- Podemos. Você tem certeza de que está tudo bem? - Jake não disse nada, juntou na minha cintura e me beijou. Eu quase derrubei a sacola no chão, tamanha a emoção.
- Agora está tudo bem. - Ele me soltou e entrou no carro.
- Sei. - Entrei dentro do carro também e seguimos viagem.
Conforme foi passando o tempo, eu já tinha tomado toda a lata de energético e terminado o pirulito. Minha bexiga estava estourando e eu precisava urgentemente fazer xixi. Então me virei para o Jake e disse:
- Jake, tenho uma má notícia.
- O que foi?
- Já faz meia hora que eu estou segurando o que tá preso na bexiga. - apertei uma coxa na outra a fim de segurar um pouco mais.
- Falta vinte minutos pra gente chegar em Duskwood. Não dá pra esperar mais um pouco? - Jake gargalhou.
- Não ri de mim, seu Pateta! Eu estou falando sério, Jake! - Bati no braço dele, tentando não rir junto da situação. Se eu desse uma risada, ia ser o fim.
- Desculpa, o que você quer que eu faça? - Ele continuou rindo.
- Para o carro.
- Só tem floresta dos dois lados, S/N.
- Perfeito. Não tem ninguém pra ver a minha intimidade. - Jake riu mais ainda.
- Intimidade? É assim que você chama as suas partes íntimas?
- Partes íntimas? É assim que você chama as suas? - Eu engoli o riso - Para o carro, por favor!
- Tá bom, sua mimada. - Jake parou o carro no acostamento.
- Mimada? Depois eu acerto as coisas com você.
Sai do carro praticamente correndo, quase fiquei presa no cinto de segurança. Corri para dentro da floresta e rezei para nenhuma cobra noturna picar a minha buzanfa. Enquanto desvaziava a minha bexiga, olhei pro céu com o maior alívio do mundo e tudo veio ao chão quando ouvi a voz do Jake bem perto de onde eu estava:
- Quer ajuda?
- Jake, sai já daqui!! - Cortei o xixi pela metade.
- Onde você está? Só consigo ouvir a sua voz, está escuro aqui.
- Se você chegar perto de mim, eu juro que te arrebento no cacete! - Fiquei brava enquanto ele ria da minha cara.
- Eu só quero saber se você está bem.
- Eu estou bem, Jake. Vaza! - Dei um berro.
- Tá bom, eu te espero no carro. - Ele riu e depois ficou quieto. Acreditei que ele tinha voltado.
Acabei de soltar o resto que estava guardado e me levantei rapidamente. Fui andando devagar e mesmo estando escuro segui as luzes do farol do carro. Quando eu estava saindo da floresta e assim que pisei o meu pé no acostamento da estrada, senti alguém me agarrar e eu revidei com o cotovelo. Quando olhei para trás, vi o Jake com a mão no nariz:
- Jake? Céus! Por que diabos você estava atrás de mim?
- Eu ia te dar um susto. - Jake soltou o nariz e vi um pouco de sangue escorrendo.
- Ah, Deus! Você está sagrando, amor! - Fui até ele desesperada.
- Está tudo bem, não é a primeira vez que eu levo uma cotovelada na cara, Mike Tyson.
- É isso que dá não obedecer a fêmea alfa que tem em casa! Eu disse pra você lavar direito as minhas calcinhas, seu mané! - Ri.
- Você está achando isso engraçado? - Jake levantou a cabeça para conter o sangramento.
- Desculpa, eu não resisti. - Ri um pouco e só depois eu fui ajudar ele.
Fui até o carro, peguei uma camiseta minha da mala e entreguei pra ele. Nós voltamos para o carro e ficamos ali por um tempo, até o sangramento do Jake passar. Logo passou e rimos muito daquela situação. Já fazia muito tempo que eu não ria daquela forma e isso só serviu para nós aproximar.
Em um momento tão difícil das nossas vidas, um tempo assim serviu para relaxar e nos aproximar ainda mais.( Continua)...
✨ Um capítulo humorístico para treinar a minha escrita. Espero que tenham gostado! :) Deixe seu voto e um comentário ✨
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Duskwood - Depois do Amanhã
أدب الهواةSinopse: Depois que o sequestro de Hannah Donfort foi solucionado, a cidade de Duskwood foi voltando ao normal. Porém, isso não foi o fim. Há perguntas que ficaram sem respostas, vidas que foram unidas e desunidas, houve encontros e desencontros. A...