✿ Capítulo 2

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  Entramos no colégio de mãos dadas, algo que nunca fizemos. Apesar de estar feliz por isso, confesso que estou um pouco nervoso. Ainda não é algo tão comum para mim. Ficamos um tempo juntos, conversando sobre a banda e outros assuntos aleatórios na sala dele, até que o maldito sinal toca, me despeço de Mafuyu e vou para a minha classe. Eu queria ficar com ele por mais tempo, mas o horário não permite.

- Por que a demora? Não vai dizer que se atrasou de novo - Ueki questiona o horário que eu chego todos os dias. Ele ainda não sabe, nenhum dos meus amigos sabe. Fico apenas imaginando a reação deles.

- Acordei tarde, só isso.

- Não seria mais fácil você apenas colocar o despertador para mais cedo?

  O ignoro e retiro o material da minha mochila. Tenho que estudar para as provas finais mas minha cabeça anda tão cheia, só de pensar em todos aqueles livros chatos quero me matar. Olho pro quadro, apenas texto e mais texto. Será que a aula do Mafuyu também está chata? Vou mandar um sms pra ele.

*Sms on

- E a aula de Japonês Moderno, como está?

- É a única matéria que não passei ainda, não consigo me concentrar.

- Talvez eu possa te ajudar com isso mais tarde.

*Sms off

       
                    ~Mafuyu on~

  Isso não é mentira. Eu não consigo me concentrar em aula nenhuma. Mas a culpa não é minha, isso tudo só tem um motivo. Uenoyama. Não consigo parar de pensar nele. Toda hora, a todo momento. É como se eu estivesse incompleto quando estou longe dele. E eu necessito desse cara. Necessito de cada parte dele. Ele é incrível. Ele, o que ele faz, tudo. Sinto falta de seus toques. A última vez que dormimos juntos foi semana passada, estivemos muito ocupados com as provas finais. As vezes eu quero, mas tenho receio em pedir. Sinto como se estivesse usando ele como um objeto sexual que só tem utilidade pro prazer. Não quero que ele pense isso. Quero que ele entenda que ele é tudo pra mim.
  Após começar a pensar no Uenoyama, sinto meu membro subir. Entro em desespero. Não, agora não dá. Eu estou na escola, devo ser um aluno exemplar, preciso me conter. Fecho meus olhos para ver se passa, mas tudo o que vejo são imagens dele nu em cima de mim. Não consigo, não dá. Preciso ir ao banheiro.
  Peço permissão ao professor e então vou. Me tranco em uma das cabines, me encosto na parede e tiro ele pra fora da calça. Começo com movimentos leves e lentos, fecho os olhos e começo a pensar no Ue. Sua boca quente e macia me chupando... imaginar isso apenas aumenta meu tesão. Aumento a velocidade da minha mão, não consigo conter os gemidos baixos que acabo soltando. Vou indo cada vez mais rápido, meu membro estava latejando querendo gozar. O sinal toca, em seguida aquele líquido quente começa a escorrer pela minha mão, me possibilitando usar o som do sinal para que meu último gemido não fosse ouvido. Caramba, isso foi muito bom. Eu fiquei mesmo metade da aula me masturbando? Não sei o que está acontecendo comigo.
  Saio do banheiro e Uenoyama está me esperando na porta da minha sala.

- Onde você estava?

- A aula estava acabando então aproveitei para ir ao banheiro.

- Vamos pro refeitório.

  Ele segura minha mão e começamos a caminhar em direção à cantina. Pegamos apenas uma barra de cereal e colocamos no bolso até encontrarmos Ueki e Itaya.

- O que??? - Itaya pulou os cumprimentos e logo percebeu as nossas mãos. - V-vocês estão namorando?

- Bem que eu desconfiei. - Ueki diz com um sorriso satisfatório no rosto, percebi que ele não demonstrou muita surpresa. - De qualquer forma, se vocês se gostam, apenas sejam felizes.

- Obrigado, Ueki. - digo isso e sorrio para o mesmo. Ue não disse nada desde o início, deve estar com vergonha. Ele sempre foi meio tímido pra essas coisas, principalmente porque ele não ficava com meninos antes de mim. Acho que ele só precisa de tempo.

  O sinal bateu e voltamos para as salas. O resto da manhã foi meio tediosa, já que nós estudamos em classes separadas. Mas tudo bem, desde que nos encontremos no intervalo.
  Saímos da escola e fomos direto para o ensaio da banda. Estávamos com fome mas combinamos de comer depois que acabasse. Não queríamos deixar Akihiko e Haruki esperando.

                    ~Uenoyama on~

  Chegando ao ensaio já peguei minha guitarra e começamos a tocar. Confesso que fiquei impressionado com a evolução da banda, principalmente do Mafuyu. Ele não sabia tocar e hoje faz um estrago. Nossas músicas combinam perfeitamente com a voz dele. Ela é suave, da um toque muito especial. Me emociono facilmente com isso. É como se tudo o que ele oculta aos ouvidos das pessoas, ele demonstrasse com a música. Ele coloca todos os seus sentimentos ao cantar, e eu admiro isso.

- Ok, vamos dar uma pausa. - Akihiko sempre percebe quando perco o foco da música, acabou acontecendo de novo. - Quero fumar. Haruki, vamos lá fora um pouco.

- Certo. Vocês dois, se comportem aí.

  Largo a guitarra e vou em direção ao Mafuyu. Ele parece estar pensativo, resolvo não perguntar. Se ele precisasse, me diria.

- Mafuyu - ele se vira para mim mas não responde, apenas espera para ouvir o que eu irei dizer. - Você ficou estranho depois da aula. Aconteceu algo?

- Não, é só que... - ele parece hesitar em me dizer, mas sinto que ele precisa conversar, mas não tenho certeza se eu posso servir para isso.

- Sabe que pode me dizer né? Eu entendendo ou não, sou seu namorado, e estarei aqui para te apoiar. Não quero que guarde nada principalmente se for algo que te machuca. Eu estou aqui pra você, Mafuyu.

  Ele não diz absolutamente nada, simplesmente pula em mim e me surpreende com um beijo. Esse jeito dele, de não conseguir demonstrar tudo com palavras traz uma sensação estranha. Mas agora o que eu sinto é um sentimento bom. Um sentimento mágico. A primeira  vez que me senti assim foi quando ele se confessou para mim. Aquele momento me mudou completamente, e esse gesto só me fez pensar que quero fazer o possível e o impossível por ele. Por isso decidi, não importa o que eu tenha que sacrificar, não importa o que eu perca, só quero estar com ele.

Meu Amor Por Você (Given)Onde histórias criam vida. Descubra agora