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Antonella

Senti um toque leve no meu ombro. Meu corpo atacou quase sem perceber. Avancei envolvendo meu braço no pescoço de quem quer que fosse. Em uma chave de braço rolei para o chão, caindo da cama, com um corpo pesado e forte enrolado entre meus braços e pernas.

As mãos grandes e com veias saltadas começaram a tocar em antebraço em busca de ar.

Vi o anel do meu marido.

Merda.

O soltei e ele caiu para o lado respirando com dificuldade. Levou a mão para o pescoço tentando levar a todo custo o ar de volta ao seus pulmões.

Nero ainda usava as roupas do casamento, apenas a camisa abotoada incorretamente.

Uma batida soou na porta.

Ele tentou se levantar, mas foi impedido por mim subindo nele. Ele faz menção de falar eu levo o dedo indicador à boca.

— Nero — A voz de Rico se fez presente, baixa. — Ouvi um baque, está tudo bem?

Aceno com a cabeça para que Nero responda.

— Sim, eu me bati em um dos móveis. — Ele disse alto o suficiente para que Rico ouvisse, mas ainda como um sussurro, para que desse indício de que eu ainda dormia.

Ouvi um concordar de Rico e passos, o que supus ser ele se afastando da porta.

— O que você estava fazendo? — Esbravejei, baixinho. Estava furiosa. Era como se Nero ainda não tivesse noção do que eu era capaz. — Eu poderia ter te matado.

— Estava tentando te acordar. — Ele olhou para o lado se sentindo culpado, porque ele era mesmo.

Mas mesmo assim segurei seu queixo e o fiz me encarar.

— Para que?

— Quero te mostrar uma coisa.

Pisquei algumas vezes confusa.

Me mostrar uma coisa?

Suas mãos subiram pelas minhas coxas e por algum motivo me arrepiei. 

Eu não devo sentir nada. Fui treinada para não sentir, apenas executar.

Nero continuou subindo suas mãos até chegar em minha cintura. Nossos olhos estavam grudados um no outro.

Senti meu corpo aquecer. Porém, logo passou, pois ele apenas me tirou de cima dele e se levantou.

Me ofereceu a mão para me ajudar a me erguer, mas me levantei sozinha.

Otário.

Segui ele para dentro do banheiro. Ele ligou o chuveiro, fazendo subir uma fumaça de água quente.

— Assim ninguém pode ouvir. — Eu tinha entendido o que ele estava fazendo, mas resolvi ignorar e esperar que ele continuasse falando. — Quero te mostrar o closet.

— Você quase morreu para tentar me mostrar o nosso closet? — Ergui minhas sobrancelhas. — Eu vou passar muito tempo na mansão até Aquiles preparar um apartamento para mim. Uma hora ou outra eu descobriria onde fica o closet, Nero.

Pare de ser bruta comigo, Tesouro. Apenas me siga em silêncio. — Revirei os olhos, mas o segui para fora do banheiro depois dele desligar o chuveiro.

Próxima a cama tinha um espelho, que era uma porta. Quando ele abriu avistei outro quarto. Um lado todo colorido com inúmeros vestidos, calças e blusas diferentes. Do outro preto, cinza e branco em roupas penduradas e perfeitamente bem passadas.

A filha do consigliereOnde histórias criam vida. Descubra agora