can something save me?

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No dia seguinte na escola, Rose passou todo o intervalo encarando Heather com um olhar mortal.

Matthew estava alternando o olhar de uma para a outra.

M – Rose..? Você não acha que isso parece meio... Esquisito?
R – Esquisito vai ser o soco que eu vou dar na cara dela se ela der em cima do seu namorado de novo. – Ela disse sem tirar os olhos da garota do outro lado do refeitório.
M – Pela décima vez, ela não deu em cima dele. Foi ele que deu o suéter pra ela.
R – Tanto faz.

Quando o sinal tocou, Matthew soltou um suspiro de alívio. Finalmente Rose deixaria Heather e se concentraria em alguma aula. Pelo menos era o que ele pensava.

R – Fica aí. – Ela disse se levantando e começando a caminhar na direção de Heather

Matthew não podia deixar ela estragar tudo que ele estava construindo com Brandon agora. Então se levantou rapidamente e puxou ela pelo braço na direção da saída do refeitório.

R – O que você tá fazendo?? Me larga!
M – Tô te impedindo de causar um desastre.

Ela bufou e revirou os olhos, mas seguiu andando junto com ele, mesmo contrariada.

Chegando na sala do professor Ben, eles se sentaram ao lado um do outro. Ela cruzou os braços impaciente.

M – Dá pra parar de birra?
R – Não.

O professor olhou os dois por cima do livro que estava lendo. Só estavam ele, Matthew e Rose na sala.

P.B – Senhorita Reynolds? Está tudo bem?
R – Sim, professor. É só o idiota do meu melhor amigo que não faz nada pra parar de ser injustiçado e também não me deixa fazer nada.
M – Não liga, professor, ela tá passando por uma crise de identidade.
R – Crise de identidade é o seu...
P.B – Sem palavrões dentro da sala de aula, senhorita.
R – Desculpa, professor.

Um silêncio repentino tomou a sala e, de repente, Matthew levantou o braço

M – Professor, posso ir ao banheiro?
P.B – Claro! Só não demore!

Ele se levantou e, antes de ir, se virou para Rose

M – [sussurrando] Vou lá ver o Brandon, a gente combinou esse horário. Se eu demorar, não precisa sair que nem uma doida me procurando.

Rose apenas levantou os dois polegares para ele e colocou os pés em cima da carteira.

Matthew chegou perto do armário de Brandon devagar, onde o mais baixo estava arrumando suas coisas com o rosto tampado pela porta do armário.

M – Oi! Cheguei

Brandon permaneceu em silêncio, o que fez Matthew se preocupar levemente

M – Tá tudo bem..?
B – Uhum – Ele disse com a voz baixa
M – Você tá me assustando. Aconteceu alguma coisa?

Brandon fechou a porta do armário, mostrando o rosto com um olho roxo e o nariz parecia ter sangrado por algum tempo.

M – Brandon... Quem fez isso..? – Ele disse ainda mais preocupado
B – Não é nada... Relaxa. Só não sei se podemos continuar juntos...
M – O que..? – O mundo de Matthew parecia estar desabando, as lágrimas queriam descer pelo seu rosto, mas ele não deixava. – O que você quer dizer com isso..?
B – Meu pai... Ele viu a gente ontem, na porta de casa. E o resto você já deve imaginar.
M – Mas... A gente consegue... Podemos superar isso, é só...
B – Não! Não é tão simples! Eu não quero viver tendo que me esconder dele, muito menos que ele me expulse de casa! Então acabou.

Brandon saiu andando até sua sala. Matthew não pôde mais se conter, então se sentou no chão, abraçando seus joelhos e começou a chorar.

Ele pensava que finalmente as coisas iam começar a se ajeitar, mas não. Estava tudo piorando. Acabou tudo com Brandon, Rose ainda estava estranha com ele. Ele preferia nem pensar na situação com seu próprio pai, que nunca foi muito boa.

Um grupo de alunos passou por ele, o que o fez lembrar de que estava bem no meio do corredor, então ele foi correndo até o banheiro. Ali ele continuou por longos minutos.

Enquanto isso, na sala de aula, o professor passava algumas questões no quadro, mas Rose continuava com os pés  cima da carteira, fazendo qualquer coisa que não fosse prestar atenção na aula.

Mas, mesmo que Matthew tivesse dito para ela não se preocupar, ela estava estranhando ele estar demorando tanto para voltar.

Assim, ela levantou o braço e chamou pelo nome do professor.

P.B – Sim, senhorita Reynolds?
R – Posso ir beber água, professor?
P.B – Claro!

Ela já estava abrindo a porta da sala quando o professor foi até ela e falou só para ela ouvir.

P.B – Aproveite e descubra onde está seu amigo, estou preocupado.

Ela apenas assentiu com a cabeça e saiu da sala.

Dancing in My RoomOnde histórias criam vida. Descubra agora