Capítulo 3-Abrigo?♡¿

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Tic-...Tac...O compasso do relógio do colégio me irritava,acompanhando meus pensamentos ansiosos e me instigava a rasgar meus lábios na espera de mais um segundo..tic...Tac...nunca me senti seguro...tudo era castigo..tudo era rubro,até seu sorriso atravessar meu mundo e me fazer esquecer tudo.

[...]

Após ver a mensagem de Mari e ser convidado para uma festa nesse sábado(só melhora porque sim eu sou desses) e olhando aos lados logo naveguei entre a pasta "fotos" que estava à baixo da notificação.

O silêncio do quarto nunca foi tão palpável como hoje, ouvia meus pensamentos indo longe...e a cada clique no computador,uma memória era acessada.

Me vejo numa foto antiga,ao lado de Mari sorrindo ou melhor,tentando sorrir...e a névoa de silêncio me recobra a memória de tudo que tinha acontecido.

Era uma tarde quente, não tão aconchegante as folhas de fevereiro cobriam as janelas da sala do 6°ano. Era meu primeiro dia de aula e nada era como antes.

Estava sentado em minha cadeira em uma certa posição desconfortável porém nada me fazia levantar;tempos que algo me fazia se importar com o olhar das pessoas.

Esperei os mais breves segundos até ouvir o sinal tocar, estava congelado em meu mundo vendo pessoas entrarem e ninguém se importar, até ver uma figura feminina se aproximando....E sentir o céu esquentar.

-Oi, como você tá? Me chamo Marina mas pode me chamar de Mari se quiser...bem e você?-Por segundos, me perguntei se era eu com quem ela estava falando mesmo.

-é...meu nome é Pietro- sussurro num tom tímido.

-Então, Pietro...gostei de você...posso sentar aqui?- Ela apontou uma cadeira que estava do meu lado e eu apenas arqueei a cabeça.

Ela sentou sorrindo e por um segundo, me vi seguro em seus olhos.

As aulas voltaram, e nem lembro seu conteúdo, sei que eram entediantes mesmo sendo apenas apresentações e dinâmicas sem sentido até o sinal ecoar e todos se levantaram ao intervalo e lá estava Mari ao meu lado.

Sempre odiei intervalos, pois sempre me lembrava que do tempo era cativo, mas naquele dia algo me libertou e não estava preso no tempo, eu estava sendo parte de alguém e ela me abrigou(ai que boiolice...coisa que ela diria)

Andamos pelos corredores, corremos pelo pátio e voamos de mãos dadas ao infinito...era tão infantil tudo isso mas nunca demostrando afeto, apenas as vezes quando ela atravessava meus olhos e me sentia de perto...

Não sentia necessidade de afirmar e nem de cobrar nada. Eu apenas não sentia tudo,eu amava.

-Você é novo por aqui né?

-Sim, sou-respondi calmo

-Você gosta de ouvir música?- Ela sorria muito e mexia sempre seus cabelos ondulados e castanhos...

-Sim sim.

-Tem aquelas músicas tristes que quanto tô meio mal, eu tenho que colocar elas....

- Eu entendo...nossa-Sorrio

-Eu posso fazer uma playlist só nossa,sabia?

-ai que massa!- falo excitado pela idéia

- Aliás depois a gente faz um tour pela escola....tem muita coisa que não vi ainda e cê vai me acompanhar né?

-Claro!-De repente uma pausa.

-vamos tirar uma foto? VAMOS!!

- Ai, você e suas ideias, Marin...- Ela não me deixou resmungar mais, apenas me arrastou para a foto e tirou.

- É bom guardar momentos assim daqui a um tempo você vai ver essa foto e lembrar quando a gente se conheceu.

- Que bobeira...Mari...que bobeira....nossa.

[...]

E aqui estou eu...cativo do meu próprio tempo e de tudo que sonda meus pensamentos. Queria entender como tanta coisa muda de repente, o eterno se perde no presente e até sinto um sentimento de revolta, como nada daquilo tem volta...

ENTRE NOSSOS UNIVERSOSOnde histórias criam vida. Descubra agora