Nem Tudo É O Que Parece

Capítulo 8

 Sua última parada em Storybrooke foi no restaurante da Vovó para se despedir das únicas pessoas que realmente gostavam deles, na cidade. Eles entraram no espaço e logo os malditos clientes já começaram a cochichar não tão baixo quanto o ato deveria ser, talvez na intenção de incomodá-los, mas hoje Becca não se deixaria levar por esses hipócritas, nem sua família. Enquanto Regina e Daniel foram para sua mesa de costume, ela foi até o balcão incomodar a Chapeuzinho Vermelho.

A Disney e seus nomes estúpidos.

— Boa noite, Ruby. Eu vou querer a carne. — ela disse quando a morena parou na sua frente do outro lado do balcão.

— Oh! Hey Becca! Boa noite. Que tipo de carne? — A garçonete perguntou confusa com o pedido raro.

— Bem, o tipo lobo é meu favorito e eu poderia comê-lo todos os dias sem nunca enjoar ou me fartar. — Falou com um sorriso estupido e viu os olhos da mulher se arregalarem comicamente enquanto Eugenia gargalhava de algum da cozinha, tendo ouvido tudo graças a seu gene lobo.

— Porra Becca. Você não pode me dizer essas coisas quando eu estou no trabalho, inferno! — a morena alta exclamou exasperada se abanando e Becca riu alto de seu estado.

— Então, eu vou querer o de sempre mesmo. Para Regina e Daniel também. — ela apontou com a cabeça para sua família em uma cabine e a morena acenou para eles.

— Eu já vou levar seus pedidos, provocadora. — Becca assentiu e foi se juntar a sua esposa e filho.

— O que você falou pra Ruby? — Regina perguntou com aquela sobrancelha sexy arqueada.

— Nada demais. — a morena de olhos verdes respondeu olhando ao redor e deu de ombros. — Só que eu tenho preferência por carne de lobo nas minhas refeições. — sua esposa balançou a cabeça negativamente sorrindo de lado e o garoto franziu o cenho.

— Você é incorrigível. — ela disse.

— Ruby não é um lobo? — Daniel questionou ainda confuso e Becca escutou a gargalhada da vovó novamente. — Porque você diria a ela que come carne de animais da espécie dela?

— Quem sabe um dia eu te explico pirralho, quem sabe um dia.

A amizade dela e de Regina com as mulheres Lucas, começou de uma forma nada convencional, com a viúva Lucas pegando as duas transando com sua neta, em um dos quartos da pensão por volta do décimo primeiro ano da maldição. Hoje todas elas riem disso, mas naquele dia a senhora expulsou as duas morenas praticamente despidas de madrugada enquanto brigava com sua neta. Foi depois desse dia que o casal resolveu alugar um pequeno apartamento para suas extravagâncias sexuais.

Elas estavam prestes a completar 29 anos de casadas, é muito tempo e em algum ponto elas tiveram que se aventurar e não pararam mais. Às vezes era com Ruby, outras com Graham, outras vezes com Ruby e Graham... Ou outras pessoas que elas julgavam dignas o suficiente de se deitar com elas, mas foi principalmente Ruby. A menina estava sempre animada para inovar e embarcar nas coisas que elas aprontavam, mas as duas mulheres sempre a respeitavam e não faziam nada sem seu consentimento e o lobo sempre teve muita confiança nelas.

Com o passar dos anos, as aventuras sexuais foram dando lugar a uma bela amizade entre elas e a chegada dos gêmeos só serviu para a presença da mulher em seu dia a dia se tornar constante. Também, em algum lugar ao longo do caminho, a Lucas mais velha perdoou o casal e se afeiçoou as duas morenas de certa forma, mas elas ganharam um lugar em seu coração quando as duas adotaram Henry e Daniel. A partir daquele dia, a senhora sempre ficava com eles quando as mulheres estavam ocupadas com o trabalho e meio que impôs a tradição de todos eles almoçarem todos os domingos no quintal da residência Mills, em uma mesa de madeira rústica que ela mesma comprou e colocou em baixo da macieira de Regina.