Sol Huanlin não gostava de bagunça e desorganização, sendo assim não estava preparado para conhecer Wang Minghao. O jovem não só confundia todos os conceitos da astronomia e da física, como também confundia todos os seus sentidos e sua forma de ver...
Eu havia acordado muito cedo naquele dia em especial, e não havia bem um motivo para isso. Era apenas a minha rotina. Demoraria um tempo para que eu entendesse que não necessitava mais de ir para a casa do Senhor Yi todas as manhãs. Ainda assim, me assustei quando uma pedra atingiu o solo do meu quarto. Me aproximei da janela, e logo vi Minghao com um buquê de flores em mãos.
— O que você quer? — questionei.
— Bom dia para você também, Linlin. Vamos?
— Para onde?
— Casa do Senhor Yi, obviamente.
— Está querendo ser quebrado na porrada? Eu não, obrigado.
— Pare com isso. Ontem, ele apenas estava estressado. Ele ficará feliz quando ver essas flores, não acha? Gastei caro nelas, pois sei que ele gosta muito dessas coisas.
— Ele vai enfiar essas flores nos nossos…
— Adoro quando perde a pose de perfeitinho, mas essa palavra é muito forte. Prefiro ficar sem ouvi-la pela sua boca, durante certo tempo. Além disso, fico feliz que já tenha aceitado ir comigo a ponto de estar usando o plural.
Revirei os olhos o máximo que pude.
— Me espere aí, vou colocar comida para o Galileu antes.
E eu queria muito que o sorriso dele não se mostrasse tão radiante.
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Enquanto caminhávamos, Vincent resolveu me fazer uma série de perguntas.
— E então, está tudo bem para você, o que rolou?
— Como assim?
— Me refiro ao Senhor Yi ser casado com um homem. O que acha disso?
— Existe algo que eu deva achar?
— Não sei, pode me responder quanto a isso também?
Respirei fundo.
— O que você pensa sobre isso? — Inverti as nossas posições.
— Eu acredito que exista mais de uma forma de amor.
— Acho que a homossexualidade é algo comum. — respondi, de forma direta. — Está presente na natureza de diversas formas. Não há qualquer motivo para que eu tenha algum tipo de aversão.
— Fico feliz por pensar dessa forma. — ele sorriu, amplamente.
— Por que se importa tanto?
— Não gosto de pessoas preconceituosas.
— Pode ficar tranquilo. Eu sou um pouco ignorante nessas questões, mas não tenho aversão a ninguém com essas características. — respondi, rapidamente.
