Sol Huanlin não gostava de bagunça e desorganização, sendo assim não estava preparado para conhecer Wang Minghao. O jovem não só confundia todos os conceitos da astronomia e da física, como também confundia todos os seus sentidos e sua forma de ver...
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"Capítulo dedicado à KarllySore, por ser a única que pede atualização."
Vestia uma camisa preta solta e uma calça de moletom larga. Não costumava usar legging, ainda que fosse um bom tipo de tecido para corrida. Odiava me sentir suado, e essa sensação piorava ao experienciar aquilo com o tecido grudado em todo o meu corpo.
Abri a minha janela para arejar o quarto. Não pude evitar de ver, através da janela da casa ao lado, que não era tão longe, um quarto de outra pessoa. Foi fácil identificar a quem pertencia quando meus olhos focaram no violão preto em cima da cama, o que confirmou-se facilmente ao ver o garoto sorridente do outro dia adentrar o local. Um pedaço de papel colorido estava marcado com caneta vermelha. Em cima de uma prateleira, cheia de globos terrestres de todos os tipos, vi ele colar com facilidade pela boa altura, as palavras "pertence ao Vincent, não toque!" em inglês.
Aquilo me deixou, de certo modo, intrigado, pois, de fato era uma coleção vasta. Grande parte parecia serem feitos de vidro, o que aumentava o preço dos objetos. Se fossem para estudo comum, ninguém gastaria com objetos mais caros ou modelos clássicos.
De qualquer forma, agradeci quando o garoto saiu, falando na língua americana que estava faminto, não me pegando bisbilhotando sua casa. Era algo que não me representava, mas estava fazendo na mesma, e eu me punia mentalmente por isso.
Vi Galileu deitado na minha poltrona, as patinhas traseiras arreganhadas, com a barriga cheia de ração e leite estufada. Naqueles momentos, eu gostaria realmente de ter um cão, daqueles fiéis que te acompanham para todo lugar, um que pudesse correr comigo. Porém, a ideia logo passava a se tornar idiota quando eu lembrava da bagunça que cães fazem. É, eu estava feliz com Galileu…
Desci as escadas com pressa. Eu apenas comia nos dias de corrida quando chegava em casa, e pouco, era uma forma de me sentir bem, recompensado de algum modo, mas ainda assim disciplinado, de modo que eu soubesse a quantidade certa para me manter no peso ideal.
Comecei a correr pelas ruas, com calma, contando, na minha cabeça, a primeira volta que daria no quarteirão.
— Esquisito, espera! — ouvi um grito atrás de mim.
Senti vontade de virar a cabeça para atender o tal garoto que agora eu sabia se chamar Vincent. Não fiz, em todo caso, devido a situação me lembrar bastante coisas desnecessárias. Apenas segui em frente, o ignorando.
Ouvi o som das rodas ao deslizarem pelo chão até que a bicicleta azul pastel estivesse perto de mim.
— Isso é falta de educação, sabia? — ele interpelou, ácido.
Soltei um suspiro alto, e logo voltei a ignorá-lo. Eu, sinceramente não tinha paciência para ele. Corri mais rápido, e no mesmo instante ele acompanhou meu ritmo, aumentando a velocidade das pedaladas. Eu tinha espírito competitivo na época, sempre foi um dos meus maiores defeitos. Sendo o mais sincero possível, é algo que ainda me persegue nos dias de hoje. Uma coisa que levo para o meu trabalho, e para outros espaços. Eu sei que é errado, que é insuportável, às vezes, e até consegui diminuir isso com o tempo, mas é difícil acabar com os velhos hábitos, principalmente quando isso foi algo essencial na minha vida desde muito cedo.