Capítulo 2 - Solucionando problemas?

991 83 48
                                    

Para minha sorte havia um táxi parado e nenhuma fila. Alguma coisa tinha que dar certo no final das contas! O taxista pegou minha bagagem e caminhou para parte traseira do carro a fim de guardá-la no porta-malas enquanto eu esperava na calçada. Uma sensação nada agradável me acompanhava. Não entendia o motivo do Lucas não ter aparecido ou avisado que não viria ao meu encontro. Teria que me conformar com a ideia de que ele não era a pessoa que eu acreditava que fosse, e isso era a pior parte naquela situação constrangedora.

- Moça? Estamos prontos pra partir. - O taxista já estava dentro do carro e eu não tinha percebido que a porta já estava aberta para mim a algum tempo.

- Desculpe-me. - Falei num tom envergonhado enquanto segurava a porta, me preparando para entrar.

- Onde você pensa que vai?

- Desculpe, não entendi o que disse. - Falei com o motorista.

- Não disse nada, moça. - Ele deu de ombros e me olhou pelo retrovisor como se eu fosse perturbada.

Olhei em volta e não vi nada, devia estar ficando louca.

- Você vem moça?

- Ela não vai a lugar nenhum.

A voz estranha veio do outro lado do carro, Lucas estava parado ao lado do motorista.

- Abra o porta-malas. - Ordenou para o homem sentado ao volante que com certeza não devia estar entendendo nada que estava acontecendo ali.

Lucas não esperou resposta e caminhou até o porta-malas do carro. Assenti com a cabeça e o homem acionou a trava. Fechei a porta do táxi, voltando para a calçada enquanto observava os movimentos do Lucas, que agora estava parado ao lado da minha mala, a poucos metros de mim. 

Ele era mais alto do que eu tinha imaginado, sua beleza clássica me fascinava. Não conseguia me mover. O homem dos meus sonhos estava ali, bem na minha frente, à pouca distância do meu toque e eu sem ação. Lucas avançou alguns passos e abriu os braços para mim. Não saberia descrever este momento, mas encontrei-me aninhada no peito dele, rosto colado em suas roupas, aspirando seu perfume enquanto era apertada por seu abraço. Seu rosto descansava no topo da minha cabeça, deslizando por meus cabelos com carinho e meus braços envolviam sua cintura. 

Minhas inseguranças desapareceram pelo mesmo caminho que vieram.

- Estou atrasado, desculpe. - Depois de muito tempo ele falou.

Não sabia o que dizer, nem o que fazer. Só queria ficar encostada no peito dele para sempre, sentido seu calor, seu cheiro, seu toque. Estava onde sempre deveria estar.

- Clara... Está me ouvindo?

Lucas afastou-se um pouco e segurou meu rosto, trazendo em sua direção, prendendo-o entre suas mãos. Balancei a cabeça de forma afirmativa.

- Me desculpe, fiquei preso no trânsito. Nunca deixaria você sozinha... Fala comigo! - Ele estava agitado e preocupado.

- Não sei o que dizer... - Obriguei minha voz a sair da garganta. - Você está aqui... O som da sua voz.

Ele me abraçou com força e beijou meus cabelos com carinho.

- Vamos embora daqui. - Ele sorriu e acariciou a lateral do meu rosto antes de me soltar e pegar minha mala com uma das mãos e entrelaçar nossos dedos com a mão livre. 

Era maravilhoso para mim finalmente poder andar de mãos dadas com Lucas, depois de tanto tempo sofrendo com a espera. O carro dele estava estacionado na beirada de uma calçada que um pouco mais atrás do ponto de táxi, e tinha uma notinha de multa presa atrás do limpador de vidros. Enquanto ele guardava minha mala no carro, retirei o papel de onde estava fixado.

VirtualOnde histórias criam vida. Descubra agora