Minha mente ficou um pouco confusa com o último comentário de Lucas. Senti uma pontada de decepção por ouvi-lo dizer que apenas recentemente nos tornamos "algo" real para ele. Desde que me envolvi com aquele homem misterioso, lindo e complicado pela internet, sentia-me completamente envolvida e realmente dedicada àquele relacionamento. Por que ele não sentia da mesma forma que eu? Por que tantas reservas? Precisava dessas respostas antes de ter um colapso nervoso, e ele explicaria tudo antes de partir novamente, fiz essa promessa para mim mesma naquele instante.
- Não era real antes? - O comentário dele me magoou um pouco.
- A gente pode sair daqui? Estamos de pé no aeroporto, acho que pensam que somos malucos.
- Claro, mas esta conversa não acabou. - Avisei.
- Foi o que pensei.
Encontramos um táxi que nos levou para o hotel onde Lucas havia feito reserva. O lugar era discreto, porém sofisticado. Até ofereci para hospedar-se em minha casa, mas ele recusou, alegando que preferia conhecer meu irmão antes para evitar constrangimentos. Fingi que entendi, e ele deixou o assunto morrer. A suíte que Lucas alugou era espaçosa, com uma cama de casal no centro do quarto, as paredes brancas e os móveis em tom de marrom escuro, poucos detalhes, pouca decoração. Havia uma TV grande, ar condicionado, frigobar, ponto de internet e um banheiro moderno e discreto ao fundo, do lado esquerdo.
- Antes não era real? - Perguntei assim que me livrei dos sapatos e da bolsa.
- Sempre foi real, Clara. Mas não haviam outras pessoas envolvidas nisso. - Ele sentou na cama e bateu levemente no colchão, me chamando para perto.
- Não havia a Vivi? - Questionei logo que me sentei.
- Meu amor, se isso tudo tivesse acontecido sem que minha filha tomasse conhecimento, ou tivesse tentado me convencer a te levar pra morar conosco... - Ele riu da ideia de sua filha. - Com certeza não haveria problema. Eu ficaria um pouco preocupado por você não retornar a mensagem, mas no dia seguinte nos falaríamos e ficaria tudo bem.
- Ela ficou muito chateada?
- Tem um recado muito importante que preciso te dar. - Ele disse num tom de voz sério.
- Qual? - Virei-me na direção dele.
- Vivian Colombo manda avisar que se você não ligar para ela ainda hoje, nunca mais será bem vinda na casinha dela, nunca mais será convidada para brincar de bonecas e ela nunca mais mesmo, mesmo, mesmo... Espera! - Ele fez suspense. - Tem um outro mesmo... vai querer falar com você.
Arregalei os olhos, surpresa.
- Ela disse tudo isso?
- Sim. - Ele assentiu. - Minha filha está muito apaixonada por você.
- Vou ligar agora. - Falei rapidamente. - Ligue para ela. Eu não tenho o número.
Ele sorriu com carinho e fez a ligação. Depois do terceiro toque, a chamada foi atendida.
- Vivi? - Falei com ansiedade.
- Clara? É você? Sério que é você? - A vozinha da menina estava cheia de expectativa.
- Sim, princesinha. - Respondi, já emocionada. - Claro que sou eu.
- Por que você não respondeu a minha mensagem de voz??? - Ela inquiriu aborrecida. - Eu fiquei esperando você responder, você nem ligou.
- Me desculpe, Vivi. - Falei com cuidado. - Olha, eu sei que foi muito feio não ter respondido sua mensagem de voz, que ficou linda, só pra você saber. Mas é que eu estava com alguns problemas com meu irmão.
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Virtual
RomansaUm relacionamento virtual pode resistir ao tempo? E se o dia tão esperado para o encontro chegar, o sentimento permanecerá? O amor pode superar segredos? Qual é o limite para definir a verdade de um sentimento? Clara e Lucas estão a ponto de desc...