Capítulo 12 - Bem vindo a família!

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Apesar de todos os meus esforços continuar acordada, o sono me venceu. Estar nos braços do homem que eu amava numa cama macia, com ar condicionado ligado e um edredom aconchegante foi demais para minha mente e corpos cansados. 

O black-out da cortina escurecia o quarto profundamente, então foi difícil distinguir se era dia ou noite quando acordei. Estiquei um braço para alcançar o celular que havia ficado sobre a mesa de cabeceira, mas minha mão apalpou um travesseiro fofo, então notei que estava mais distante do meu lado da cama do que podia me lembrar. Toda aquela movimentação fez com que Lucas se remexesse em meio ao sono e me apertasse mais em seus braços, então meu dilema foi resolvido: Ele havia me puxado para junto de si o bastante para que sobrasse muito espaço na cama. 

Reclamar não era uma opção naquele momento, então acabei lembrando do Fantasma e do episódio que vivemos no apartamento do Lucas quando o bicho invadiu a cama, e acabou dormindo conosco. Uma risada involuntária escapou de minha garganta e Lucas remexeu-se outra vez, enfiando o nariz na curva do meu pescoço.

- Você está acordado? - Perguntei baixinho.

- Acho que você me acordou... - Ele sussurrou antes de depositar um beijo estalado na minha têmpora, deitando de barriga pra cima na cama em seguida. - Como você é espaçosa, viu?

- Eu? - Minha voz subiu uma oitava por causa da falsa indignação. - Você que me prende neste abraço de urso sufocante e a espaçosa sou eu?

Foi vez dele soltar uma gargalhada divertida antes de pegar o próprio celular que estava na mesa de cabeceira que havia do lado dele da cama.

- Se você não gostasse do meu "abraço de urso sufocante"... - Lucas desdenhou. - Eu não diria nada, mas você adora.

- Você é um senhorzinho muito convencido, sabia? - Provoquei enquanto debruçava sobre o peito dele.

- E ainda tem a cara-de-pau de me acordar às 8 da madrugada!

Arregalei os olhos por alguns instantes e depois sorri amarelo, oferecendo desculpas.

- Está tarde! - Exclamei. - Você vai embora logo, logo... Então não temos tempo a perder.

- Eu me contento em passar o dia na cama com você e sair dela apenas para pegar o vôo infeliz.

Depositei um beijo terno em seu peito e ajoelhei ao lado dele na cama. 

A última coisa que queria era passar o dia na cama com meu namorado. A ideia era incrível, mas não para aquele dia. 

Havia alguém que precisava apresentar ao meu namorado e não haveria tempo para negociações. Mesmo sob protestos vigorosos de Lucas, a cama foi abandonada minutos depois, e logo estávamos nos revezando no banheiro para realizar nossa higiene pessoal. Minhas roupas ensopadas haviam sido tratadas pelos camareiros do hotel e já estavam secas, felizmente. 

Lucas usou sua única muda de roupa, o que me deixou triste por um momento por ter que me despedir dele ao final do dia. A sensação ruim em meu peito foi afastada ao ver sua silhueta alta e esguia ajustada em uma camisa pólo de listras grossas azuis e brancas, jeans escuros e tênis. Enquanto alisava minhas roupas, ele arrumava o cabelo maravilhosamente negro e farto. Pouco tempo depois estávamos nas ruas cidade, que ostentavam calor e umidade diferenciados do estado em que ele vivia.

- Eu estou acostumado com essa mudança climática. - Ele justificou ao perceber minha preocupação.

- Já esteve no Rio antes? - Ergui uma sobrancelha.

- Algumas vezes. - Ele deu de ombros. - Na maioria delas à trabalho, duas para o Reveillón em Copacabana e uma para o Carnaval.

- Lucas Colombo, um gaúcho carnavalesco?

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⏰ Última atualização: Mar 23, 2017 ⏰

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