Avallon, de GreenVale.

2 1 2
                                    

AVALLON

Mesmo não fazendo o menor sentido, essa história de pessoas verdes, ou asas, eu tento parecer normal e não uma maluca. Meus irmãos não desgrudam de mim desde o ocorrido, com medo de que eu morra. Todos estão atentos a todos os meus malditos passos! E eu realmente preciso saber se o que eu vi era verdade ou apenas devaneio. Precisa distrair esses malditos guardas!

Hoje o dia seria tranquilo, eu teria aula de Literatura e depois uma Reunião com os Reinos vizinhos. Coloquei um vestido azul marinho escuro e pedi que arrumassem meu cabelo em uma trança frouxa e meio bagunçada. Uma adaga de ouro francês enfeitava minha cintura, uma lembrança ainda vívida do meu Pai, que sempre a mostrava pelos lugares que ia. Depois da aula de literatura com o Conselheiro real, eu me dirigi para o salão de reuniões oficiais do grande Palácio. Os superiores e mestres já estavam a postos, conversando entre si e rindo, e assim que entrei tudo cessou.

_Senhores.- disse com uma breve reverência.

_Princesa Herdeira.- eles disseram em uníssono se curvando.

Eu andei até a grande cadeira que antes era ocupada por meu Pai. E olhando assim de longe, ela parece grande demais para alguém tão pequena como eu. Meu Pai era alguém majestoso e honrado, todos o respeitavam e apreciavam sua determinação, ele sempre conseguia o apoio dos Reinos vizinho sem dificuldade, o que me fazia o admirar ainda mais, de fato um Grande Rei.

_Como tem passado, Princesa Herdeira?- Rei Gregório segundo de Nascavel pergunta.

_Muito bem, entretida em responsabilidades.- disse simplista.

_Entendo. Bom, iremos diretamente ao assunto.

_Certo.- disse encostando na cadeira, tentando não parecer tensa.

_Já tem algum pretendente em mente?- ele perguntou sério.

_Não acho que isso seja urgente atualmente, eu estou liderando muito bem sem um Rei.- disse dando de ombros. Eu sabia que o assunto seria esse inicialmente, e sabia que eles desejavam muito uma aliança familiar com nosso Reino a gerações, por puro interesse político e militar, não era novidade suas más intenções.

_Peço que pense com cuidado novamente, Princesa Herdeira.- ele disse dando um sorriso repleto de ironia, vendo que os outros líderes concordavam com ele.

_Isso já foi pensado com cuidado, Rei Gregório. Meu pai já havia me aconselhado sobre tal situação!- disse sorrindo.

_Seu pai sempre foi um homem sábio.- disse o Rei Arthur primeiro, do Sul. _Aprecio todas as escolhas dele, um Grande homem, com propósitos sempre inteligentes.- concluiu.

O Reino Sul sempre foi nosso melhor amigo, o Rei Arthur primeiro, cresceu ao lado de meu pai e eram melhores amigos. Ele sofreu muito com a morte do meu pai, mas me prometeu que sempre me apoiaria em minhas decisões, assim como fazia com meu pai.

_Obrigada pelas palavras Rei Arthur primeiro, meu pai o estimava muito.- disse com um sorriso sincero. Ele assentiu e fez uma breve reverência.

_Viemos propor a ideia de um casamento a ti, Princesa Herdeira.- Rei Gregório continuou._Meu filho mais velho já está na idade de se casar, e a vossa majestade também, lembro que já brincaram juntos algumas vezes quando crianças.

_Um casamento deixaria o povo tranquilo, depois de tanto sofrimento.- um dos líderes acrescentou.

_Por que supõe que meu povo não está tranquilo?- perguntei me inclinando na mesa._Meu povo está tranquilo e em paz, sua nova líder cuidará muito bem deles. E quando eu achar que é hora de me casar, me casarei. Mas, por hora, quero manter as coisas como estão e cuidar dos assuntos que meu Pai me deixou.- disse firme. Eu poderia ter uma aparência inocente, poderia agir assim na maioria das vezes, mas eu fui criada por um Rei, fui criada para governar, e uma Líder não pode ser fraca.

_Certo, não vamos chatear vossa Alteza com assuntos supérfulos.- o Rei Arthur primeiro disse.

Ao lado do Rei Arthur primeiro, um garoto que parecia ter a minha idade, observava tudo calado e com atenção. Seus cabelos loiros eram curtos, e seus olhos azuis, marcantes. Ele apenas observava com atenção as palavras do Grande Rei Arthur.

_Perdoe minha falta de modos, Princesa.- o Rei Arthur disse._Esse é meu filho mais velho, Cailean. O trouxe para ir aprendendo a ser um bom líder, futuramente vocês trabalharão juntos.- ele disse sorrindo.

O jovem príncipe, se levantou e se curvou.

_É uma honra, Princesa Herdeira. Que possamos nos dar bem, assim como nossos pais, futuramente.- ele disse com um sorriso doce, assim como o de seu pai.

_A honra é minha, Príncipe Herdeiro.- disse me curvando.

  A reunião acabou mais rápido do que imaginei. Andei até o jardim externo e sentei em uma cadeira, encarando o grande bosque. Tantas perguntas assolavam a minha mente.

_Princesa Herdeira, o que a incomoda?

Olhei para meu lado esquerdo e o Rei Arthur primeiro me encarava com preocupação. Ele se sentou ao meu lado e eu suspirei.

_O bosque, é tão lindo.- disse pensando alto. Ele encarou o grande bosque e sorriu.

_Sim, é de fato bonito, mas muito traiçoeiro.- disse firme.

_Por que?

_Lendas antigas contam, que nesse bosque moravam criaturas mágicas e poderosas.- ele disse sem muita expressão._Claro, apenas lendas.

_Entendo.

_Seu pai era quem mais acreditava nelas, um ótimo contador de histórias.- ele disse com uma voz alegre.

_Sim, eu amava suas histórias.

_Atrapalho?- olhamos para o lado juntos, e o Príncipe Herdeiro Cailean, seu filho, nos encarava com uma expressão divertida.

_Não, sente-se conosco filho, deixe-me que lhe apresente a princesa sem muitas formalidades.- ele disse chamando o Príncipe.

Ele se sentou ao lado de seu pai, sua postura era tensa.

_Vocês nasceram no mesmo dia, acreditam?- o Rei disse animado._Suas mães também eram grandes amigas, acho que a amizade foi muito forte que o destino as fizeram ter vocês no mesmo dia.- ele disse gargalhando.

_Temos a mesma idade então, não é necessário formalidades.- disse sorrindo gentilmente.

_Bom, rever você é sempre uma honra, Avallon. Espero que possa nos visitar no Reino Sul em breve!- o Rei disse se levantando.

_Certamente irei lhes visitar, espero que o Príncipe Herdeiro possa me mostrar o palácio!- disse tentando o deixar mais relaxado.

_Certo, Avallon.- ele disse tímido._Pode me chamar apenas de Cailean, seremos bons amigos.

_Excelente, seremos ótimos amigos Cailean.- disse e todos nós sorrimos juntos. Firmando ali uma amizade que nasceu a anos atrás entre dois Reinos fortes.

O Preço da Imortalidade Onde histórias criam vida. Descubra agora