AVALLON
A floresta parecia serena, olhando assim de longe. Os vaga-lumes continuavam lá, deixando tudo ainda mais atrativo.
_Avallon, o que tanto olha?- Solar pergunta entrando no quarto.
_Nada.- disse me virando para a encarar.
_Estou entediada, Apollo está em sua aula com espadas, e minha aula de etiqueta já acabou!- ela disse fazendo bico para mim.
_Então leia um livro.
_Quero fazer algo divertido!- ela disse choramingando.
_Quer ir até o jardim?- perguntei.
_Vamos pregar uma peça nos guardas?- ela disse em um tom brincalhão.
_Solar, eles estão ocupados trabalhando, não podemos intervir.- disse a repreendendo.
_Por favor Avallon, eu sempre brinco com eles!- ela disse em um tom reclamão.
_Brinca é?
_Não os repreenda, eu que fico insistindo!- ela disse cruzando os braços.
_Certo, vamos importunar os guardas reais, com pegadinhas.- disse me dando por vencida.
Descemos até o área externa dos fundos, e fomos até o jardim. Os guardas estavam parados em seus devidos locais, atentos a tudo e qualquer coisa.
_Fica aqui, eu já volto!- ela disse se esgueirando por trás dos arbustos.
Me escondi atrás de uma árvore e esperei pelo sinal da pequena diabinha.
_Psiu!- ouvi alguém dizer e olhei assustada, procurando. Me aproximei um pouco mais do bosque, me certificando que não havia nenhum guarda, e fiquei atrás de uma árvore.
_Quem está ai?
_Psiu!- ouvi novamente e fiquei receosa de ser alguém perigoso, e me encolhi.
_Se não aparecer, chamarei a guarda real!- disse firme.
_Calma, calma! Estou aqui!- o ser de cabelo verde pulou de trás de uma árvore.
_Santo Deus!- exclamei.
_Não, santo Duque!- ele disse rindo.
_O que?
_Meu nome é Duque, Princesa Herdeira!- ele disse se aproximando._Uau, você lembra muito o seu pai!
_Você conhecia meu pai?
_Claro, tenho uma grande dívida com ele!- ele disse ainda me observando dos pés a cabeça._Ele foi um ótimo Rei, o anterior era um genocida.
_Não fale assim do meu avô!- o repreendi.
_Eu falo apenas a realidade, Alteza.- ele disse se endireitando._Duendes não podem mentir, simplesmente não conseguimos.
_Duendes?- arregalei os olhos.
_Claro, o que acha que eu sou?
_Um homem que comeu espinafre e abacate demais?
_Isso foi você caçoando de mim, Princesa?- ele disse colocando a mão no coração. Soltei uma risada e ele sorriu junto.
_Meu nome é Avallon.- disse me curvando brevemente.
_Não se curve Princesa, não sou digno!
_Meu pai me ensinou, que todas as pessoas boas, são dignas de reverência!- disse gentil.
_Ele criou uma Líder, de fato!- disse com uma expressão aliviada. Ele se ajoelhou e colocou a mão no peito._Eu, Duque o Duende, juro solenemente servir a vossa alteza, Princesa Herdeira Avallon, do Reino de GreenVale, assim como seu pai, uma líder boa e justa.- disse e fez uma reverência. Eu rapidamente me aproximei e o levantei.
_Se levante, por favor!- disse sem jeito.
_Apenas quero lhe mostrar minha sinceridade!
_Então, sendo assim...- disse dando um passo para trás._ Eu, Avallon, princesa herdeira de GreenVale, prometo fazer tudo ao meu alcance para ser digna de sua sinceridade.- disse prestando uma reverência.
_Estou feliz que GreenVale tenha ganhado uma Líder tão pura como você, Avallon.- ele disse se virando para ir embora._ Posso ficar tranquilo agora.
_Espere!- disse o segurando pelo braço.- O homem das asas, quem é?- perguntei ansiosa.
_Se for desejo do destino, irão se encontrar novamente.- ele disse e desapareceu como o vento, deixando um silêncio inquietante no ambiente.
Quem afinal de contas, era o homem das Asas?
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O Preço da Imortalidade
RomansaEu era livre neste momento, a floresta era meu lar e me guiava com maestria, é como se eu nascesse para aquilo, para estar ali. ''Avalon, devagar''. Sua voz era suave e sua gargalhada parecia deixar tudo mais mágico e mais claro. Eu diminui a veloci...