Capitulo 17 - A Doida

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Midoriya

4 anos atrás...

Eu terminava de tocar uma última música no boteco de um bairro da zona Leste. Um bem bonito até. Foi o primeiro que eu consegui tocar e ia ser pago por isso!

Parece que minha carreira de cantor de boteco ia dar certo aqui em São Paulo. Mais do que em Goiás.

Era apenas eu e meu violão. Sorte que esse boteco em específico já tinha equipamento de som próprio. Ouvir o som da minha viola e da minha voz ecoando dos auto-falantes me fez sentir que estava dando um show de verdade! Foi tão bom...

Agora eu estava no balcão, descansando. O dono do boteco me deu uma garrafa de cerveja Original por conta da casa em brinde à minha primeira apresentação. Obviamente brindamos felizes, bebia grossas goladas no copo de vidro típico de barzinho pequeno.

– Hey garoto, não olha agora, mas tem uma menina bem ali nas mesas do fundo que não tira os olhos de você. – Ele comentou meio próximo a mim, como se fosse um segredo.

– Sério?!

Não olhei imediatamente, esperei um pouquinho, eu não era muito discreto.

– Ô, ela ficou te olhando um monte enquanto cê cantava. Acho que ela gostou de você.

– Será? Bem... eu nem prestei atenção em nada. Eu tava nervoso e focado em não esquecer a letra das músicas.

– Ah, que nervoso o quê rapaz? Você é bom em lidar com público. Já vi outros jovens que fizeram uma primeira apresentação muito pior que isso. Você é corajoso e sabe ser carismático com as pessoas. – Eu abria um sorriso conforme ele falava, me sentindo com a auto-estima melhor. – Ela parece ter a sua idade, devia falar com ela.

Eu fiquei um pouco receoso, mas em seguida virei pra ver a tal garota. Era a única menina numa mesa com outros jovens. A menina tinha longos cabelos loiros e ondulados. Usava óculos e roupas aparentemente de marca... hum, burguesa?

A menina era linda, quase achei que era mentira do seu Jailson, dono do boteco, mas ela logo deu um sorrisinho pra mim e desviou o olhar meio envergonhada. Pelo menos, foi o que parceceu.

Fui tirado de meus pensamentos com o susto do toque repentino no meu ombro. Era o Iida, sentando-se calmamente no banco ao meu lado.

– Izuku, voltei!

– Oi! E aí, cara? Falou com a sua mãe? – Perguntei curioso.

– Sim, eles vão daqui a pouco. Você não quer mesmo ir?

A agenda tava corrida hoje. No mesmo dia que eu havia marcado de me apresentar neste boteco é o dia que Tensei, o irmão mais velho de Iida, faria um jantar fora em comemoração ao seu noivado. Iida veio comigo agora me acompanhar nessa minha primeira apresentação e daqui já iria pro tal jantar num restaurante bem caro do bairro Jardins. Por mais que o de óculos insistia em eu ir junto, achei melhor deixar como um rolê só pra família, só pro Iidas.

E também, o restaurante era caríssimo e eu era um quebrado.

– E depois pra ir embora? – Perguntou o maior. Bem, eu estava só de visita a São Paulo, e estava hospedado na casa do Iida, logo, ele ficou responsável por mim, mas eu sempre o amenizava falando pra não se preocupar tanto.

– Eu posso ficar na Ochako essa noite, relaxa! – Minha outra melhor amiga de bochechas rosadas, que também estava aqui há uma hora atrás me apoiando em minha apresentação, teve que sair às pressas por um imprevisto no trampo dela. Uma pessoa havia faltado e a chamaram pra cobrir meio-período de seu turno. Ela implorou que não queria em pleno fim de semana, mas o chefe dela era bem chato.

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