Capítulo 4 - Barraco

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Midoriya


A festa rolava e eu estava bem soltinho e animado cantando e tocando as primeiras músicas de pé mesmo. Muitas pessoas do público se surpreenderam ou souberam apenas no dia que ia ter música ao vivo, então se empolgaram.

Cantei solo as primeiras e algumas pouquinhas em dueto com a Ochako, como era uma festa de São João, típica caipira/country, só me foquei no sertanejo, mas soltei um Banda Djavú e um Falamansa só pra dar uma mudada. Não deixam de ser sons empolgantes dignos de ser tocados em eventos cheio de jovens.

Na hora do Djavú vários animaram e começaram a cantar junto! Não tinha como, já fui no show deles, é bastante agitado e só com letras chiclete.

Num pequeno intervalinho, sentei-me para beber um pouco de água. Dei parabéns à Tsuyu que estava tocando o Cajon muito bem pra alguém que "foi convocada" de improviso pra participar. Agradeço muito ter essa verdinha na minha vida!

- Esse sol tá quente apesar de ser inverno, né não? – A baixinha comentou.

Eu e Ochako concordamos. Já estávamos todos suados após tão poucas músicas. O evento ainda estava bem dizer no começo, mesmo eu já tendo cantado umas dez músicas e parecer que já se passaram muitas horas.

- Tá aquele clima que na sombra é frio pra caramba e no sol a gente queima. – Ochako falou.

- Agora são... – Olhei para o relógio do meu celular. – Cinco e meia da tarde. Já já vai escurecer e a festa vai ficar linda! Vai lembrar os bailão lá de Goiás. – Comentei enquanto mexia os dedos de ambos as mãos, abrindo e fechando pra dar uma exercitada antes da próxima música. Meus dedos eram muito sensíveis antes e eu os machucava fácil nas cordas, mas hoje em dia estão mais calejados e tenho muito mais força neles, mas ainda sentia necessidade de alonga-los sempre.

Logo já fiz uma menção do comecinho da música "Chora Me Liga" do João Bosco e Vinícios e as duas logo entenderam e começaram a batida com os próprios instrumentos.

Tocávamos empolgados satisfeitos de ver tantos jovens gostando de ouvir. Mesmo que não fosse público de show de verdade, daqueles que ficam com a atenção total em quem está se apresentando, eu estava adorando ver os universitários todos com seus grupinhos conversando entre sim, e em cada um deles, um ou outro dando aquele "um passinho pra cá, um pra lá" ou cantando a letra junto sem perceber, sendo contagiados pelo som que estávamos fazendo.

A maioria de minhas apresentações eram assim, principalmente em eventos grandes, éramos música ambiente, estávamos lá pra dar o clima do lugar e deixar as pessoas mais descontraídas. Elas não precisavam necessariamente nos dar 100% atenção.

Era bom assim, pois conseguíamos fazer uns intervalinhos entre as músicas sem muita pressão de voltar a cantar logo.

Enquanto eu cantava "Fugidinha" do Michel Teló, fui surpreendido por Iida que tinha realmente dado uma fugidinha pra entrada da universidade para buscar Momo e o garoto bonito Todoroki. Ele voltou com os dois ficando bem de frente pro palco.

E agora a vergonha! Eu cantei a parte "tô morrendo de vontade de te agarrar" bem quando coloquei meus olhos no Todoroki. Juro por Deus que foi coincidência, mas ainda assim fiquei envergonhado com a dupla intenção que ficou na cena. Por sorte o bicolor não achou nada estranho.

- Aqui, Momo, Todoroki, esses são os meus amigos que eu falei! Midoriya, Uraraka e Tsuyu!! Acena aí!!!– Iida apontou pra nós introduzindo-nos. Não paramos de cantar, mas acenamos para os dois.

- Ahh, claro que eu lembro, a duplinha super talentosa! – A morena parecia maravilhada. Aliás, ela também estava muito bonita, elegante! Veio de camisa xadrez como todos, mas a garota em si esbanjava sofisticação não importa o que vestisse. – Ohh, não lembrava que Tsuyu também tocava, estou boba! – Momo falava como se tudo fosse um deslumbre, vi que Todoroki sorriu de canto quando viu a morena ao seu lado se empolgar com tão poucas coisas.

Diz Pra Mim | BakuDeku | Onde histórias criam vida. Descubra agora