Capitulo 8 - Baile Funk

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Midoriya

Levei um pouco mais de tempo do que o necessário pra me aprontar. Eu queria parecer arrumado mas não aparentar que me arrumei demais. Acabei escolhendo uma das minhas camisas polo listradas e uma calça jeans basicona. Talvez ela estivesse meio justa, mas não tem problema, pois era isso mesmo que eu queria.

Já estava a caminho de me encontrar com Mina daqui a pouco numa estação de metrô e estava levemente atrasado como todo o bom brasileiro, mas isso pouco importa, geralmente o próprio evento não tinha um horário certo de inicio nem de fim. Bem, na verdade tinha né, mas sempre atrasava.

Os bailes funk daqui de São Paulo, pelo menos os que eu já fui com Mina, aconteciam dentro de arenas grandes de eventos e sempre de noite. O lugar era a céu aberto, com palco, lugar vendendo bebidas e caixas de alto-falante enormes, além de uma pista grande lotada de gente dançando e flertando. Por isso, levemente me recordava dos eventos sertanejos que tinha lá em Goiás. A diferença é que a arena não era com piso gramado, ninguém estaria vestido com moda country e não estaria tocando música de sofrência no palco. Fora os estilos de dança e de cortejo entre os frequentadores do evento, são bem diferentes e mais animalescos.

Por mais que não fosse meu estilo, havia momentos que eu gostava de ir a esse tipo de lugar. Hoje, por mais que a minha voz interior estivesse gritando que não era uma boa ideia e que era tudo só hype do momento, eu sentia a necesside de ir la meter o louco um pouquinho pra esquecer na marra dos problemas.

Mas juro pelo grande sertanejo, All Might, que eu não vou dar PT ou fazer uma besteira muito grande.

Uma besteira pequena pode.

Chegando na catraca da estação, vi Mina mexendo no celular freneticamente, logo me avistou e já veio correndo até mim.

— Finalmente você chegou, garoto! — ela veio correndo me abraçar. — Mas e aí, me fala que fogo é esse que te deu pra você querer ir num rolê desse do nada, hein senhor Izuku?

— Ah sacomé né. Me deu saudade desses rolês estranhos que eu faço só com você.

— Hunf sei. Então você só quer piranhar por aí, né? — Ela me lançava um olhar levemente desconfiado.

Não poderia subestimar Mina, pois ela é boa em sacar coisas ou situações. Ela com certeza sabe que eu resolvi sair agora justo pra um baile funk por causa de algo que aconteceu no Madeleine semana passada. E ela deve saber que tem a ver com o Kacchan, afinal minha reação depois que ele foi embora naquela noite não foi muito discreta, por mais que eu tentasse ser.

Mas Mina respeitava o espaço e sei que ela não me pressionaria a falar agora. Talvez mais tarde, depois de umas duas cervejinhas, eu vá acabar contando o ocorrido a ela.

Chegando na entrada do evento, já demos de cara com dois brutamontes, provavelmente os seguranças do local. Eles nos revistaram e verificaram nosso RG.

Mina comentou que é bem mais seguro aqui em São Paulo do que no Rio. Os bailes funk gratuitos que ela ia geralmente acontecia na rua, sem o menor controle, apenas uns "seguranças" na entrada com armas enormes guardavam o local, tinha alguns que se a garota viesse sem calcinha, bebia de graça. Bem hardcore.

Este que estamos vindo é mais tranquilo, mas igualmente promíscuo. A batida do som podia ser sentida desde o outro lado da rua. Já logo que entramos demos de cara com três casais dando amassos bem "impróprios" além de grupinho de amigos enchendo a cara e fazendo até umas brincadeiras meio perigosas.

Tão cedo... O evento começou bem dizer agora e esse povo já tava assim. Benza Deus.

Eu olhava aquelas coisas aterrorizado, mas Mina não achava nada e apenas seguia até a arena.

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