Midoriya
O Madeleine era bem aconchegante e com aquele clima romântico de barzinho de jazz. Tranquilo, à meia luz, com uma arquitetura rústica e levemente italiana, sem deixar de ser animado. O estabelecimento não era suuuper espaçoso, o salão era estreito e comprido e lá no fundo dele estava um pequeno palco que já recebeu muitos cantores anônimos. Hoje, eu e Ochako estávamos lá.
Havia pouca iluminação no lugar, poucas lâmpadas de luz amarelada distribuídas pelas paredes de tijolo à vista. Várias mesinhas pequenas redondas e quadradas estavam espalhadas não muito longe uma da outra, todas de madeira e com uma vela decorando seu centro, realçando esse clima romântico noturno de cidade.
O grupo que nos acompanhou, assim como no almoço de hoje, teve que juntar várias mesinhas para caberem todos juntos. Se acomodaram quase no meio do salão, não muito longe do palco então eu conseguia enxergar cada um deles lá.
Ochako é quem mais cantava hoje. Pra dar um clima para os vários casais que estavam tendo seus encontros ali, nada como uma voz doce e feminina cantando um bossa-nova e os MPBs mais calmos. Tocamos Elis Regina, Maria Bethania, Gal Costa, Vanessa da Matta, e por aí foi.
Mas é claro que não ficamos apenas nisso, como era um barzinho de jazz, obviamente tocamos músicas internacionais do gênero. Ochako se revelou cantando Amy Winehouse, no clássico "Back to Black". Nessa música me específico, vários olhares se voltaram pra ela. Confesso que pra mim foi meio difícil fazer a melodia dessa música sozinho no violão, mas saiu.
Ochako estava ótima hoje, não que ela já não fosse sempre, mas hoje... tava deslumbrante. Ela usava um de seus floridos vestidinhos rodados e a típica florzinha no cabelo, um narciso branco. Cantava sem desafinar uma notinha se quer, pondo um charme particular na voz, eu queria poder cantar com tanto charme assim que nem ela. Afinal, querendo ou não, dá pra conquistar corações com uma apresentaçãozinha dessas, eu sei bem pois todas as ficadas que eu consegui na minha vida foi por causa de minhas apresentações. Se não fosse isso, certeza que eu era BV até hoje. Era um momento bom pra você expor seu encanto e sedução sem parecer que tá se mostrando. Era de forma casual, afinal a intenção principal ali é apenas alegrar o ambiente e dar clima.
Se alguém por um acaso acabar se encantando por mim, aí já é uma consequência. Geralmente eu nem pensava nisso, apenas ia e queria usar meu talento pra entreter os outros com meu som.
Mas hoje é diferente. Eu queria demais esbanjar meu charme através do canto e da minha performance no violão, mas não pra ver se algum peixe caía na minha rede. Eu já tinha um peixe em específico que estava de olho. Um peixe bem difícil.
Ele e todo o resto do pessoal conversavam diversos assuntos ao mesmo tempo. Claro, visto que quando um grupo grande ficava numa mesa de comprido, acabava era ficando panelinhas de conversas diferentes entre três ou quatro pessoas, cada um com seu próprio assunto e não um único envolvendo todos da mesa. Se fosse o caso, eles teriam que falar bem alto e este ambiente estava propício a ter um clima mais silencioso.
A nossa própria música deixava o som das conversas mais abafado, logo as pessoas teriam que conversar mais pertinho pra se ouvirem. Por isso era um clima propício para aproximar sutilmente casais em especial, por mais que várias daquelas mesas tivesse grupos de amigos no happy hour.
Inasa, Kirishima e Sero eram os que mais ficavam pedindo à garçonete para trazer mais e mais porções de petiscos. Percebi que Todoroki estava levemente preocupado de ver Inasa comendo tanto sem parar. Não era porque ele poderia passar mal, mas sim porque as porções desse lugar são um pouquinho caras.
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Diz Pra Mim | BakuDeku |
Romansa- BRAZILIAN AU - Izuku, mais conhecido nos palcos como "Deku", é um goiano que agora está morando em São Paulo e ganhando a vida fazendo tocando violão e cantando em barzinhos, eventos, etc, sendo mais conhecido mesmo no meio Sertanejo, estilo raiz...