𝗖𝗢𝗡𝗖𝗟𝗨𝗜𝗗𝗔 ⸾ 𝘮𝘪𝘯𝘴𝘶𝘯𝘨
𝗛𝗮𝗻 𝗝𝗶𝘀𝘂𝗻𝗴 poderia ser o melhor piloto de sua geração, não fosse pelo fato de que o garoto deixava suas inseguranças falarem mais alto. Ou melhor dizendo, se não existisse Minho para lhe roubar o seu pódi...
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𝗝𝗜𝗦𝗨𝗡𝗚.
Uma equipe de Formula 1 compartilha da plena consciência de que um piloto corre muitos riscos dentro de uma pista. Eles tem em suas mãos um carro que atinge mais de 320km/h, correndo roda a roda. Esses homens tem uma mentalidade muito aproximada a de um piloto de caça. E aos olhos de quem tem conhecimento disso, isso os torna muito além que meros mortais.
Mas, apesar de aparentemente viverem sob uma armadura e não temerem a nada, pilotos ainda são humanos, pessoas de carne, ossos e muitos sentimentos.
Sentiam as vitórias, as perdas, a vergonha, a dor, a saudade, o amor...
Naquela manhã quando o avião da equipe Mercedes sobrevoava a cidade de Londres, Han Jisung observava Minho sentado na poltrona a sua frente. Desde que chegou não havia trocado uma palavra que não fosse "bom dia", e assuntos sobre a corrida tratados diretamente com Wolff.
Não era como se ele e o mais velho fossem íntimos ao ponto de deixar o tempo passar através de conversas banais ou até mesmo sobre o trabalho. Ao contrário de sua irmã que falava mais que o normal papeando assuntos inusitados com Seo Changbin. Os olhos marcantes de Minho estavam fixos a algum ponto entre as nuvens do céu, ilustrando algo que provavelmente havia ocupado sua mente por completo.
Jisung se via inquieto sobre aquilo, gostaria de perguntar ao melhor amigo do piloto se algo havia acontecido, mas não queria parecer intrometido. Seus olhos miraram algum ponto lá embaixo, vendo Londres reduzido a pequenos pontos e várias linhas tracejadas, alguns lugares cobertos por nuvens.
— Quando... eu era moleque, tinha medo de avião. — Disse ainda olhando a cidade a qual se despedia temporariamente.
Minho, pela primeira vez desde que se sentou ali, desviou seu olhar. Percebeu que seus pensamentos haviam o levado para um local tão distante, que só naquele momento notou Jisung a sua frente e aos fundos as risadas dos enamorados que assuntavam sem parar.
Ele disfarçou com um pigarreio e olhou para Han Jisung dando atenção.
— Desculpe, dizia algo...?
Jisung o encarou com um sorriso linear e percebeu o tanto que o homem a sua frente parecia abatido. Quis perguntar se estava bem, se talvez ficasse assim em todas as viagens ou algo do tipo. Mas não quis incomodar e muito menos ser invasivo, assim apenas se contentando em lhe fazer companhia naquelas primeiras horas da viagem que duraria seis horas até Bahrein.
