𝗖𝗢𝗡𝗖𝗟𝗨𝗜𝗗𝗔 ⸾ 𝘮𝘪𝘯𝘴𝘶𝘯𝘨
𝗛𝗮𝗻 𝗝𝗶𝘀𝘂𝗻𝗴 poderia ser o melhor piloto de sua geração, não fosse pelo fato de que o garoto deixava suas inseguranças falarem mais alto. Ou melhor dizendo, se não existisse Minho para lhe roubar o seu pódi...
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intro...
— Nem fudendo que eu vou pular desse troço horroroso.
Minho deu sua sentença e não voltaria atrás. Desde muito novo altura sempre lhe foi um grande incômodo, e agora em sua vida adulta não era diferente. A GP Week estava em aberto, vinha cumprindo sua agenda além das pistas e sendo uma grande estrela do esporte automobilístico tentando aproveitar seus últimos momentos naquele meio; além de estar satisfeito com o rumo que sua relação com Peter e seu irmão vinham tomando.
As especulações também não paravam, a cada dia a internet fervia mais com as teorias e suposições sobre seu relacionamento com o piloto mais novo. Não era uma mentira mas era necessário agir como se fosse. Diante sua equipe a mesma coisa, eram "bons amigos" e as vezes até discutiam por causa do estresse no trabalho em dias de preparação e treinos classificatórios — onde haviam resultados não muito agradáveis. Deslizes.
Peter também havia tido algumas desavenças com patrocinadores por se recusar a deixar de promover com o capacete das bandeiras LGBTQIA+. Porém, nada que o jovem sem papas na língua não conseguia passar por cima. Afinal, investimentos nele durante as últimas corridas vinham sendo vantajosos, já que o piloto estava cada dia mais se tornando o nome do ano. Ninguém queria perder a chance de estar com ele.
Minho o olhava pensando em como poucos passos o fizera se reconstruir. Jisung ainda tinha seus antigos medos e tinha também novos medos, além da exaustão. Medo de decepcionar o público, medo de ser julgado, medo de futuramente não conseguir a guarda legal em adoção das irmãs ao lado de Minho, justamente por serem um casal homoafetivo e terem uma vida muito agitada. Mas também estava confiante, fazendo seu melhor, tomando seu espaço, colocando seu nome no topo, fazendo com que as pessoas o olhassem com outros olhos finalmente.
— Você não precisa fazer isso, eu vou, todo mundo sabe que você não se sente bem em lugares altos.
Mesmo distraído Jisung dizia do outro lado da sala, estava com seu celular nas mãos muito concentrado sobre o que fazia. As pessoas ao redor se perguntavam o que ele tanto via de importante que estava sempre anotando e anotando nos intervalos de tempo entre um compromisso e outro. Os meses passaram e ele parecia cada vez mais empenhado. As vezes deixava o celular de lado e levava seu notebook. Estava sempre ali com ele, em todas as suas viagens. Sua irmã as vezes se perguntava até onde havia criado afeição por um diário virtual que tanto se tornou seu novo hobby.
