Channy abriu os olhos e pela primeira vez sentiu uma superfície macia debaixo do seu corpo. Era tão inusitado que a princípio acreditou que fosse o melhor sonho da sua vida até... Relembrar de tudo e arregalar os olhos.
Se sentou abruptamente e se viu em uma cama redonda no chão. Sim... Uma cama mesmo.
O dia estava claro lá fora e um sol tímido entrava pelas janelas com cortinas esvoaçantes... Era um cenário de um sonho, mas era real.
Tinha chegado naquela casa sem muros na noite passada e a princípio pensou que fosse uma mansão mal-assombrada. Era imensa, de três andares e no alto de uma colina isolada. Porém com as luzes do chão que eram algo típico que ricos gostavam de ter, pode ver que ela não era a única na região, havia outras pequenas colinas com mansões em seus picos e as mesmas luzes brilhando aos pés das construções e lhes dando um ar sinistro e ainda assim enfeitiçador.
Quando viu aquilo tudo mesmo antes de sair do carro se recordou das histórias que Gabi lhe contava:
"Pois é, Channy, há imensas vilas, maiores que condomínios fora das cidades onde as casas não têm muros, não há portões e nem cães de guarda. Só os muitos ricos podem morar em lugares assim e nessas vilas exclusivas tudo é seguro porque a área aérea é protegida por nanos robôs. Não dá para entrarmos lá, infelizmente. Eu gostaria de ver um desses lugares algum dia..."
Só podia ser um desses lugares. Tinha que ser e uma tristeza abateu sobre si naquele segundo, porque Gabi não estava com ele para ver aquele lugar.
O carro parou e a porta do seu lado se abriu com uma pessoa de sorriso educado diante dela:
— Pode sair, Dulle.
Channy não rebateu aquela coisa de chamarem ele assim, era melhor isso do que as habituais coisas que ouvia na rua: rato, escoria, lixo. Coisas assim.
Ele saiu do carro e sentiu a corrente e a outra ponta cair no chão. Olhou para a coisa que tinha até se esquecido que usava e logo o seu comprador parou do seu lado e desconectou a corrente da sua coleira:
— Se comporte e não vai usar a corrente quando estiver em casa.
Channy assentiu mesmo não sabendo exatamente o que ele queria dizer com se comporte. Havia muitas coisas que não entendia, mas acreditava que podia aprender se prestasse atenção; ao menos isso ele sabia fazer bem.
— Vamos.
Ele seguiu o homem para dentro da imensa residência e assim que atravessaram a entrada que levava a um cômodo grande, Channy pode ver o outro homem de perto e... Ele usava cadeira de rodas com as pernas cobertas por um chale vermelho xadrez.
— Vocês chegaram! - Ele disse com um sorriso suave e então lhe encarou fixo antes de erguer a mão – Venha até mim, Chanyeol.
De novo aquele nome...
Evitou suspirar e foi até o homem que pelo que entendeu era quem realmente queria um 'bichinho de estimação humano'. Se ajoelhou ao lado dele e nem foi porque devia fazer isso e sim porque sempre falava com alguém em cadeiras de rodas no mesmo nível, afinal sabia como era difícil conversar do chão com alguém de pé; a cabeça chegava a latejar com a posição. Porém seu gesto tirou um sorriso do homem que de perto era realmente bem bonito.
Channy via muitas pessoas todo dia, mas poucas delas eram tão bonitas ou tão cheirosas. Os olhos amendoados pareciam calmos e a pele estava saudável, sem manchas de sujeita ou doenças de pele tão comum nas pessoas da rua.
Aquela pessoa parecia fora do mundo. De outro Universo...
— Está com fome?
Negou um pouco receoso.
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Bichinho de Estimação
RomanceChanny foi confundido com outra pessoa e foi obrigado a assumir a vida dela naquele leilão humano. Seu dever: Ser um bichinho de estimação de um comprador bizarro. Seu destino: Descobrir que poderia ir da miséria ao luxo apenas sendo comprado. Um Lo...