EXTRA - As viúvas de Jungkook

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  Baek entrou no bar luxuoso e um pouco espalhafatoso para o seu gosto, contudo onde sabia que podia entrar e relaxar sem se preocupar com mais nada, afinal "BTS's bar" era um lugar seguro e neutro para seus encontros de negócios e momentos de lazer. Principalmente lazer, claro.

Se sentou em uma das inúmeras cadeiras do balcão de bar e olhou para o barmen que era seu conhecido de longa data e sorriu natural, como poucas vezes fazia:

— Kook querido, um especial com gelo por favor.

Ele lhe sorriu e piscou animado:

— Tudo para a viúva reinante do meu coração!

— Achei que eu fosse a viúva reinante do seu coração, macho volúvel!

A voz conhecida e ainda mais mortífera que a sua própria soou ao seu lado antes dela se sentar ali e passar a tamborilar as unhas na mesa em um tique recorrente ao som de risos do Barmen e também dono de metade de tudo aquilo. Jungkook era um homem de muitas faces, porém diante das suas viúvas, como ele apelidou no passado, ele era apenas ele mesmo, fazendo bebidas e relaxando como se nada mais no mundo importasse.

Baek se virou para o lado e viu Bangão cumprimentar Kyungsoo como velhos amigos faziam antes de irem para um dos cantos dar privacidade as suas 'Chefes'. Assim como Bangão lhe servia como Valete e protetor de todas as horas, Kyungsoo fazia o mesmo com Pete, a pessoa que se sentava ao seu lado todas as noites de sábado desde que mudou de vida e resolveu dar a volta por cima e mostrar ao mundo do que era capaz.

No fundo Kook tinha razão, ele e Pete eram viúvas, mas viúvas diferentes.

— Dia difícil?

Pete perguntou sorrindo de canto enquanto tirava um dos saltos e massageava os pés. Baek riu baixo:

— Semana difícil, na verdade. Bem difícil e inusitada.

Nisso rolou os olhos e acabou fazendo como Pete e tirando os saltos para massagear os próprios pés. Claro, ninguém nunca acha que alguém que usava saltos deveria dar um tempo aos pés para relaxar, mas também ninguém entraria naquele bar quando ambas estivessem ali para assisti-las em um momento íntimo como aquele. Aquele bar nas noites de sábado pertencia as viúvas de Jungkook e ao próprio que também dava um tempo a si mesmo e fazia o que mais gostava em todo o mundo, embebedar pessoas e fazer fofocas. As vezes dando conselhos também, quando achava pertinente, claro.

— Quer compartilhar?

Jungkook disse colocando uma taça vermelha diante dos seus olhos, Baek suspirou:

— Chanyeol apareceu sem memórias, alguém o drogou ou ele mesmo se drogou, não sei, essas coisas sintéticas do último ano realmente são poderosas. E ressurgiu com uma garota que aparentemente está no mesmo universo paralelo que ele caiu de cabeça, ambos acreditam que fugiram de um orfanato há seis anos e que desde então vivem nas ruas fazendo pequenos roubos e pedindo esmolas.

— Talvez esse seja um pedaço da verdade, ele sumiu por dez meses.

Pete pontuou recebendo sua bebida branca sem precisar pedir, mas Pete nunca pedia de qualquer jeito, sempre era obedecido como se o mundo reagisse ao seu redor. Não era à toa que era conhecido como a rainha das viúvas negras. Era como se o Universo se movesse e o satisfizesse apenas para se manter vivo e respirando. Os três tinham um só código, não se meter nos negócios do outro sem ser convidado e sobre o passado de Pete ele nunca deixou ninguém entrar. Baek e Kook o respeitavam naquela escolha também.

— Mas sobre orfanato? Não existe nenhum há décadas no nosso continente.

Kook disse pulando o balcão e se sentando nele, entre ele e Baek, ficando curioso. Baek suspirou de novo:

Bichinho de EstimaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora