S u n s h i n e - Ran Haitani [CONCLUÍDO]

☀ s e v e n t e e n

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As palavras não ditas, podem conter muitos significados

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s u n s h i n e

- Tem certeza que vai fazer isso? - Misuki se virou rindo para a garotinha que tinha em mãos um grande balde com água. - Ele já nos odeia o suficiente, só vai piorar.

- Nii-san... Ah tanto faz... Vamos logo. - Kiyoko resmungou e subiu às escadas carregando o balde. - Está com o balão?

Misuki concordou com a cabeça meio receoso com a ideia da irmã mais nova.

- Eu posso saber o que os dois estão aprontando? - Ambos se viraram assustados ao ver o homem mais velho parado. - Me digam que não vão aprontar outra vez com o Sota. - Hiro falou com a voz firme questionando seus dois filhos problemáticos.

- Papai... - Kiyoko sussurou. - Não é nada disso.

- Vamos. - Misuki disse ao mesmo tempo. - A gente só quer que ele passe um tempo com a gente.

Hiro soltou um leve riso com a fala dos filhos, ele entendia a situação e não podia negar o orgulho que sentia dos dois.

Desde o dia em que chegou a casa, Kiyoko tinha feito de tudo para unir os dois irmãos, mas Sota se recusava a aceitar qualquer aproximação principalmente por parte da garota.

Ele não entendia onde tinha errado na criação de seu filho mais velho. Sota nunca foi expressivo, estava sempre isolado e evitava o contato desnecessário com qualquer membro da família.

- Vocês conhecem perfeitamente o irmão que têm, sabem que ele não vai gostar nenhum pouco disso.

- Quem liga? - Misuki questionou. - Por mim eu nem falaria com ele, mas a Kiyoko de alguma forma quer... Eu faço isso por ela.

Hiro não demonstrou, mas às palavras de Misaki o atingiram. Dos três, Sota era seu único filho de sangue, e o único com quem quase não tinha contato.

Ele sabia de sua ambição, sabia que ele queria dominar o mundo e uma parte de si se sentia culpado por deixar tudo para Misaki.

- Pare de ser assim Saki-chan, ele é nosso irmão e a gente deve demonstrar que o ama.

- Não o amo.

- Baka.

Kiyoko continuou a caminhar e ignorou os dois homens as suas costas.  Ela tinha uma missão e não falharia nisso.

A missão falhou.

Antes de Kiyoko entrar no quarto de Sota a porta se abriu, revelando o ruivo com cara emburrada, ele tinha sido acordado pelas conversas e não estava nenhum pouco feliz com isso.

Ele saiu do lugar e passou ignorando a garota que tinha um sorriso enorme no rosto.

- Nii-san...

- Da pra você parar com isso? Eu não gosto de você, consegue entender isso? Você nem deveria estar aqui, não faz parte da minha família e eu nunca vou aceitar isso. - Sota disse com raiva. - Vê se me deixa em paz droga.

Kiyoko aos poucos desfez o sorriso do rosto e soltou o balde com água no chão. Ela sentia seu peito apertar enquanto caminhava para seu quarto.

Tudo que queria era ser próxima dos seus irmãos, mas um deles recusava todas as suas tentativas e ela já estava cansada disso.

Durante três horas Kiyoko ficou deitada em sua cama, pensando no que deveria fazer, qual era a melhor opção? Ela deveria fazer algo? Ou simplesmente começar a ignorar tudo isso e viver sua vida da melhor forma possível?

Ela odiava desistir de algo, mas tinham coisas que era mais fácil abrir mão.

- Vêm, vamos sair um pouco. - Misaki invadiu o quarto da irmã mais nova. - Eu não quero te ver desanimada dessa forma Kiyo-chan...

- Por que ele nos odeia tanto?

Misaki respirou profundamente e deitou ao lado da irmã que tinha seus olhos inchados de tanto chorar.

- Papai sempre teve medo de ter uma família, ele tinha medo por causa das brigas em que vivia metido, ele nunca iria se perdoar se algo acontecesse com alguém importante pra ele. - Misaki disse com uma pitada de dor. - Ele sempre amou uma mulher, mas por causa disso eles nunca ficaram juntos, ele não queria coloca-la em perigo. Essa mulher casou e teve um filho, porém o pai da criança morreu alguns meses antes dele nascer e a mãe morreu quando ele completou dois anos. - Kiyoko sentou na cama e encarou o irmão que falava tudo com a voz repleta de tristeza. - O último pedido dela, foi para que Hiro criasse seu filho como dele e foi isso que ele fez. Eu sou essa criança Kiyo e é por isso que ele me odeia.

- Ainda não entendo...

- Papai não queria relações e por isso vivia com mulheres aleatórias e uma dessas foi a mãe do Sota, ela engravidou e ele nasceu. Apesar do medo ele criou o Sota com tudo que podia, e a mãe dele simplesmente foi embora. Quando eu cheguei aqui ele... Eu acho que ele ficou com inveja Kiyoko, eu acho que ele não aceitou que o papai começou a prestar mais atenção em mim...

- Isso não e sua culpa, ele não deveria te odiar por isso...

- Eu sei, mas o fato de ser a cara da mulher que ele amou, não deve ter ajudado muito. Eu fui criado com muito amor, eu aprendi tudo que podia com ele... E o Sota se sentiu como uma sombra, negligenciado pelo papai.

- Não é verdade...

- Eu sei, mas ele não aceita isso. Ele não aceita ser o segundo. E agora que você chegou... Isso só piorou. Você é a sucessora perfeita Kiyo, eu nunca quis a máfia e o Sota... Ele iria destruir tudo que o papai construiu. E eu acho que ele já percebeu que você vai ser a herdeira.

- Saki-nii, eu não quero que a nossa família seja assim.

Misaki sorriu com as palavras da irmã, ele queria ser capaz de a proteger do mundo inteiro. Queria que ela mantivesse a sua inocência para sempre.

- Nem sempre às coisas são como queremos. Eu tentei me aproximar dele milhares de vezes, até perceber que era inútil e desistir... Você já deve ter percebido isso também.

Kiyoko abaixou a cabeça magoada com tudo, ela ja sabia disso, mas ainda não aceitava.

- Venha, eu quero te apresentar alguém.

- Quem?

- Uma pessoa eu sei que vai ser um bom amigo seu.

- Quem?

- O nome dele é Izana.

Senhor! Essa fic ta chegando ao fim.

Sim, acredito que terá mais dois ou três capítulos.

Amo vocês! 💚🌻