"[...] 'Não somos mais os mesmos', foi a primeira coisa que falou ao ver Yunho assistindo Queer eye na sala, Yeosang nem sabia que tinham uma conta na Netflix. "Eu queria que Mingi aparecesse do nada e todos fossemos um time outra vez", foi a última coisa que disse antes de dormir.
Talvez em seus sonhos os oito iriam fazer apenas um time novamente."
O céu estava nublado, coberto por nuvens acinzentadas que pareciam brincar de esconder o sol dos humanos, deixando o dia escuro e sem vida alguma. Na visão de Seonghwa não havia nada de novo, fazia tempos que não prestava atenção nas cores vibrantes ao seu redor, nem mesmo das flores na praça deserta que estava. Todos os pigmentos eram frios, quase pretos e brancos. Deprimente. Sem vida. Completamente morto.
Em seu fone de ouvido, bom, o fone de alguém que foi roubado um dia, tocava "Running Up That Hill" de Kate Bush, uma música que conheceu na série "The OC", mas pela voz de Placebo. Tinha que admitir, a original era muito melhor e falava tanto sobre o que sentia nos últimos dias que chegava a assustar. Na verdade, um trecho em específico que dizia:
"E se ao menos eu pudesse
Eu faria um acordo com Deus
E o convenceria a trocar nossos lugares"
Ah, se pudesse.
Não só por Mingi, mas por toda a sua família biológica que também já não estava mais no mundo com sigo.
Ah, se pudesse, Seonghwa, com certeza, faria um acordo com Deus para trocar seu lugar com Mingi, deixá-lo viver um pouco mais, deixá-lo ter um futuro brilhante fora dos muros daquele inferno fantasiado de orfanato. Park Seonghwa estaria disposto a dar sua vida em troca, sem problemas, sem nenhum tipo de arrependimento.
Ah, se pudesse.
- Oppa... - Uma voz longe o chamou, baixa e trêmula, um tom amentrodado - Oppa!
Olhou ao redor para procurar aquela voz, mas não achou ninguém por perto. Entretanto, a voz era insistente em interromper a música que tocava diretamente para seus ouvidos, no "repeat". Sendo assim, tirou os fones pretos e olhou ao redor mais uma vez, procurando a dona da voz, que estava mais perto do que o imaginava. Ao abaixar o olhar, Seonghwa percebeu uma garotinha, com olhos chorosos e toda agasalhada pelo frio que chegava à Coréia naquele dia.
- Oppa...pode me ajudar? - A garotinha, de no máximo oito anos, pediu um pouco envergonhada. Aquele moço parecia um príncipe encantado de tão bonito.
Seonghwa se abaixou para que ela se sentisse um pouco mais segura em pedir ajuda, esquecendo-se da melancolia que o afetava antes, não parecia tão importante no momento. Um fato sobre o Park; Ele adorava crianças. Seria um ótimo pediatra, caso as circunstâncias fossem outras, talvez um professor de primário ou quem sabe um daqueles personagens vivos atuando em festinhas temáticas infantis. Seu coração se aquecia um pouco só de pensar na possibilidade.
- O que aconteceu? - Perguntou preocupado, já imaginando qual seria a resposta da menina que, aos seus olhos, parecia a princesa Branca de Neve, pelo corte de cabelo e o lacinho preso em uma das mechas. - Onde estão seus pais?
- Num sei! Eu... - Ela olhou ao redor, perdida e aos poucos se desesperando, mais um pouco e iria chorar. - Tava eu e mamãe pro papai do céu ai quando 'cabou, eu tava corren'o atrás de um gatinho e...e...
- Ei Ei, calma, calma, eu vou te ajudar a achá-los, tá bom? - Ela assentiu - Qual o seu nome, princesa?
- Yeseol - A pequena observou Seonghwa olhar ao redor, talvez tivesse algum adulto perto desesperado atrás da filha, mas não tinha ninguém. Então, continuou a perguntar, dessa vez queria saber seu sobrenome. - Lee Yeseol.
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𝐅ireworks ᵃᵗᵉᵉᶻ
FanfictionEles eram bons amigos, quase como uma família. De tão unidos e intocáveis, nunca se adivinharia que esconderiam tantos segredos. Mas todas as desavenças vêm à tona quando um deles desaparece e é dado como morto. O grupo de amigos acaba se dividindo...