Capítulo 04 - Aquele com duas partes (PARTE 01)

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O cérebro de Wooyoung funcionava pela adrenalina, ou por desespero, não daria para distinguir direito. Seus olhos vermelhos não sabiam ao certo para onde estavam indo com a velha caminhonete de San. Sentiu falta do de cabelos rosados lhe ensinando a dirigir de repente, por isso, olhou para o banco do lado, como se esperasse que o Choi estivesse ali, mas não estava. Se San estivesse sentado ao seu lado, era provável que a polícia estivesse os perseguindo naquele momento e, como estavam chapados demais, seriam pegos, ou iriam acabar levando as autoridades legais para sua casa.

- Merda! - Xingou ao perceber que dirigir chapado era uma tarefa difícil. Já perdeu a conta de quantas vezes saiu da pista, passou semáforos na hora errada e subiu na calçada diversas vezes. Era de muita sorte não ter nenhuma viatura atrás de si naquele momento.

Seus pés intercalavam os pedais do automóvel velho, acelerando, freando e arrancando o motor de maneira desengonçada e aleatória. Demorou tanto para chegar em casa que viu o sol começar a nascer, o dia estava começando a clarear. Wooyoung sempre gostou de virar a noite, se sentia um sobrevivente por não se deitar antes do sol nascer, mesmo que dormisse o dia inteiro depois. Mas, naquele momento, tudo o que queria era cair em sua cama e dormir até San aparecer magicamente ao seu lado o acordando com abraços.

San.

Precisava ajudá-lo.

Abriu a porta de casa sem muito cuidado, fizeram um enorme barulho ao fechar. A sonoplastia da porta fechando brutalmente fora tão alta que Seonghwa no porão deve ter escutado. Foi direto para a cozinha, trombando em todos os móveis possíveis até conseguir chegar à bancada bagunçada da cozinha. Tateou todas as coisas ali em cima, até mesmo o esqueleto de uma maçã que, provavelmente, Jongho comeu e teve a pachorra de não jogar fora. Seu rosto se contorceu em nojo até, finalmente, achar a garrafa térmica que continha um café velho e frio, talvez amargo, mas era o suficiente.

Praticamente virou todo liquido negro em um copo de medidas que usava para medir ingredientes de bolo. Nunca tinha usado aquilo antes se não para beber água e vitamina, quem sabe um dia usaria para a finalidade que comprou. Tinha exatamente 1 litro e meio naquela garrafa, foi ali que Wooyoung percebeu que seu café era horrível demais e que deveria deixar Seonghwa fazer o café de vez em quando. Seu corpo se encaminhou para o banheiro, em passos ligeiros e, dessa vez, sem esbarrar em algo relevante. Se posicionou debaixo do chuveiro e quando terminou a bebida, jogou o copo longe e ligou o chuveiro na água fria, molhando suas roupas e aos poucos conseguindo se livrar dos efeitos relaxantes da maconha.

Não se preocupou muito em se secar. Afinal, não podia perder tempo algum, já que San estava sob tutela da polícia e quanto mais perto dos homens de uniforme, mais perigo ele corria de nunca mais ver a luz do dia fora da prisão. Andou até o quarto de Jongho, molhando a casa inteira, se esquecendo que Seonghwa provavelmente teria um surto por conta de seu toque exagerado.

- CHOI JONGHO! - Chamou correndo pela casa pequena, abrindo cada cômodo para tentar achar o mais novo. - Que merda é essa?

Perguntou assim que abriu a porta do quarto que dividia com San. Por segundos acreditou que ainda estava com os efeitos muitos loucos da maconha, porque não era possível o que estava aos seus olhos. Jongho estava colocando uma calça jeans com pressa e Kang Yeosang estava do outro lado do quarto, em choque e, no meio do processo de se vestir.

- Hyung, não surta - Jongho tentou, mas Wooyoung lhe deu um tapa. - Ai!

- É isso que você faz quando não tem ninguém em casa, seu urso de goma radioativa? Trazendo a porra de um membro da Illusion aqui? - Deu outro tapa.

- Meu nome é Yeosang - Se pronunciou, mas seus pelos se arrepiaram ao que o Jung o encarou. Talvez por ele estar com raiva, com roupas e seus cabelos encharcados e com os olhos um pouco vermelhos. - Nossa, você está acabado.

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