Não é novidade para ninguém, muito menos para mim, que Jeon Jungkook e a razão dos meus sorrisos são simplesmente sinônimos. Não há nada no mundo que me faça mais feliz do que ter sua companhia para coisas banais, como andar de moto, falar besteiras e caminhar rindo para o vento.
Jungkook e eu conseguimos nos alegrar com pouca coisa, de coração. Eu e ele, só por estarmos juntos, somos capazes de rir de situações aleatórias e constrangedoras apenas pela leveza que é a companhia um do outro.
Eu gostaria que ele pudesse se sentir assim com alguém além de mim, mas não sou um bom parâmetro quando também só me sinto de tal forma quando estou em sua presença.
Acontece que nós crescemos juntos. Fomos os responsáveis pela limpeza e colocação de curativos nos joelhos ralados um do outro. Ele foi minha companhia no meu baile de formatura e eu fui o seu também, dois meses depois porque éramos de colégios diferentes. Nós estudamos juntos para o vestibular e entramos juntos na mesma faculdade. Nós até mesmo moramos um com o outro.
Ele nunca se importou com minha aversão a toques e eu nunca me incomodei com o seu excesso de contato físico comigo. Porque mesmo não gostando de grudar minha pele na de outro ser humano, com Jungkook sempre pareceu mais confortável e gostoso.
Eu não gosto de beijar na boca, muito menos aprecio sexo como a maioria das pessoas da minha idade, mas tenho curiosidade de saber se seria diferente com ele. Eu nunca fiquei excitado por causa dele porque sempre pensei que isso seria falta de respeito, e minha trava em relação a contato físico me ajudou a controlar meus hormônios.
Eu só transei com duas pessoas e beijei um total de cinco. Em todos esses momentos, eu estava alcoolizado. Não bebi para ter coragem, mas sim para não sair correndo quando ousassem encostar em mim.
Outra coisa um pouco estranha é que eu nunca soube definir no que me encaixo melhor. Eu não sei se gosto de pessoas em geral, se prefiro homens ou mulheres, porque eu só me apaixonei por Jungkook, ao mesmo passo que só toquei mulheres — e não sóbrio para poder considerar como uma preferência. Então eu sempre me senti confuso com tudo, mesmo tendo todas as certezas possíveis quando estou junto a ele.
Ele que, mais uma vez, é o motivo do meu sorriso agora.
Ele balança sua perna incansavelmente contra o chão, me fazendo pensar que pode causar um buraco ali caso continue por mais cinco minutos. Ele está ansioso para a peça, é óbvio, e feliz como uma verdadeira criança enquanto me conta sem parar todas as suas razões de querer tanto assistir a ela. E eu ouço com carinho, com atenção, porque sei que ele está contente de ter a companhia de alguém nesse momento.
Jungkook odeia fazer qualquer coisa, que não seja tomar banho, sozinho. Ele dorme agarrado no urso de pelúcia que o dei desde o dia do parque, porque não gosta de dormir sozinho. É por essa razão que ele dorme no meu ombro, no sofá, sempre que tem oportunidade.
— Obrigado por ter vindo comigo, Jimin-ssi. — Ele diz, em um sussurro. — Porque eu sei que vou brigar com ele mais tarde e sei que não vai ser bom.
— Por que tem tanta certeza de que vocês vão brigar?
— Porque ele está irritado comigo. — Ele desvia o olhar de mim, ressentido, mas depois me encara de cantinho e sorri. — Você deveria ter me pedido em namoro quando teve oportunidade, eu respeito seus limites quanto a toques e você me leva ao teatro. Nós dois teríamos nos dado muito bem como casal.
Meu fôlego se esvai de uma só vez, porque não acredito na ousadia de suas palavras. Elas contém teor debochado, mas isso não diminui a minha euforia. E então, eu respiro fundo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Touch Me, Jimin | jjk + pjm
Fanfiction[Short-fic ♦ Concluída] Park Jimin não se sente confortável ao tocar pessoas ou ser tocado por elas. Pessoas, claro, com exceção de Jeon Jungkook, seu melhor amigo e uma escondida paixão. Jungkook tinha passe livre para trocar carinhos, abraços e in...