— Você vai se atrasar, bebê. — Dou risada, mas minha boca logo é atacada por um sedento Jungkook.
— Só mais um. — Pede, quase ordena.
E o que ele pede que eu sou capaz de negar? Exato, nada! Tem algo em Jungkook que me obriga a realizar todos os seus desejos, todas as suas vontades, absolutamente tudo. Eu amo muito o meu amor.
Em quase dois meses de namoro, é de se imaginar que ele já se cansou dos beijos e que consegue passar cinco minutos comigo sem me agarrar, mas a verdade não é bem essa. Pelo contrário, ele parece cada dia mais sedento.
O mais estranho para mim, é saber que ele acorda excitado quase todos os dias apenas porque dormimos de conchinha. E eu sei que várias vezes ele já saiu da cama durante a noite porque não consegue lidar com o desejo. Apesar de que eu me sinto frustrado por não ajudá-lo com isso, ele não me demonstra nenhuma insatisfação. Talvez ele realmente se contente com os beijos.
A gente se beija muito.
Demais mesmo.
— Amor, eu também tenho que ir para o trabalho. — Brinco, mas não consigo me desvencilhar dele. — Hoje é sexta, vamos ter dois dias inteiros para matar essa saudade toda.
Saudade de minutos atrás, no caso.
— Mas você vai ficar até mais tarde hoje e eu vou sair mais cedo. — Faz bico. — Tudo bem, precisamos desses trabalhos, eu sei. Até mais tarde, Ji.
— Até mais tarde, neném.
E eu o dou um último beijo, coloco o capacete e pego meu rumo para meu próprio trabalho.
Agora que sou oficialmente contratado como efetivo, trabalho duas horas a mais que antes e, por consequência, chego mais tarde que Jungkook. Agora eu sou agraciado com a comida dele todas as noites de segunda a sexta e é uma das melhores coisas do mundo.
— Jungkook te grudou hoje, sua boca está mais vermelha que o normal. — Seokjin comenta e ri assim que me vê. — Me pergunto como você aguenta sem grudar ele de volta.
Reviro os olhos e deixo um tapa na sua nuca, registrando meu ponto e já começando a trabalhar. É difícil ignorá-lo, e eu nem quero mesmo isso, porque ele se senta ao meu lado, sua mesa é grudada na minha.
— Vocês ainda não... — Ele deixa no ar, mas não preciso forçar meus pensamentos para compreender sua suposição.
— Não. — Suspiro, encarando-o um pouco tímido. — Eu acho que sou um pouco quebrado, não sei. Eu deveria já ter feito tudo que temos direito de fazer, mas simplesmente não consigo.
— Você não é quebrado, isso não é um problema. — Ele afirma. — O momento certo pode nunca chegar, porque pode não existir um em específico, e está tudo bem. Se Jungkook ama você, e eu sei que sim, ele respeitará isso.
Eu concordo com a cabeça, mesmo que por dentro não pense assim. É injusto com Jungkook, sendo sincero, porque sinto que ele reprime seus desejos por medo de me ver desconfortável. Isso é péssimo, porque significa que ele se frustra todos os dias por minha culpa e eu não faço nada para melhorar a situação.
Apesar de que tive certeza e nenhum medo ou objeção quando decidi beijar sua boca, o sexo me parece um bicho de sete cabeças ainda agora. É como se algo dentro de mim me mostrasse que fui um fracasso com outras pessoas e que serei ainda pior com ele. Jungkook bota expectativa em mim, sei disso, porque já o fiz sentir um calor absurdo apenas com o uso de palavras, sem tocar um milímetro que fosse da sua pele. E isso me deixa assustado.
Eu posso gostar, eu tenho certeza de que vou, mas o medo de não suprir a vontade dele é muito grande. É como se algo me mostrasse que ele é demais para mim.
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Touch Me, Jimin | jjk + pjm
Fanfiction[Short-fic ♦ Concluída] Park Jimin não se sente confortável ao tocar pessoas ou ser tocado por elas. Pessoas, claro, com exceção de Jeon Jungkook, seu melhor amigo e uma escondida paixão. Jungkook tinha passe livre para trocar carinhos, abraços e in...