Riley rapidamente desligou e discou o próximo numero de sua lista. Ela havia ligado para várias enfermarias psiquiátricas em todo canto do país e continuaria a entrar em contato com cada uma delas até encontrar aquela em que Billie estava internada.Foi cansativo, ela estava cansada. Talvez tenha sido seu TDA recentemente diagnosticado que a deixou tão desconfortavelmente obcecada nessa garota em particular, ou talvez pudesse ser apenas seu instinto humano natural querer chegar ao fim e não deixar nenhuma pergunta sem resposta.
Riley estava convencida de que o próprio universo estava contra ela porque não importava quantas "vibrações positivas e manifestações" noturnas ela fazia, nada estava funcionando do jeito que ela queria. Claro, ela soube do paradeiro de Billie no terceiro dia consecutivo desde que se
manifestou, mas provavelmente foi uma coincidência, e isso não era exatamente uma boa notícia. Ela acreditava em magia, mas simplesmente não tinha tempo para isso.Esta noite ela pediu comida chinesa e comeu em sua mesa da cozinha sozinha, como todas as outras noites. Sua dinâmica familiar não era mais a mesma desde que a velha casa pegou fogo. Sua mãe estava pronta para perdoa-la e se reconectar com sua filha, mas os hábitos recentes de Riley e sua depressão obvia estão a lavando a autodestruição, e sua mãe não suporta assistir.
"São Barnabé, posso perguntar o motivo de sua ligação?"
Engolindo o último pedaço de um rolo de vegetais, Riley preguiçosamente cutucou o macarrão com o garfo e repetiu a mesma linha de frases que tinha feito nas últimas três horas.
"Billie está aí?!"
Ela iria convence-los a dar essa informação dependendo de quem fosse. Se fosse uma pessoa que soasse mais velha, ela diria que eram casadas, e para os mais novos ela sugeriría ser uma irmã distante.
"Sim, eu entendo sua preocupação. Eu vejo um paciente com um nome semelhante aqui que foi registrado em setembro. Se você quiser vir ao hospital para confirmar, eu definitivamente recomendo que você faça isso."
A mulher ao telefone falou em sua voz aguda de atendimento ao cliente.
"Sim, tudo bem, obrigada." Ela desligou e empurrou outro rolo em sua boca.
Setembro. So Billie tinha feito check in no mês passado, então seu irmão estava dizendo a verdade e agora Riley tinha que encontrar uma maneira de chegar lá. Para que exatamente, ela não sabia.
Ela procurou as chaves do carro e tentou colocar algum sentido em si mesma. Por que ela estava indo lá? Lutar? Abraçar?
Riley não tinha ideia do que ela estava sentindo. Ela não sabia o que queria ou precisava. Tudo estava entorpecido, e ela tinha apenas um objetivo:
"Riley, para onde você está indo agora?" Sua mãe agarrou sua bolsa quando ela passou, parando seus passos. A mãe de Riley queria dar dinheiro a ela antes de partir. Sua mãe era apenas gentil assim.
Riley mais uma vez se sentou na mesa verde da cozinha. Era verde como aquela em que ela cresceu sentada. Sua antiga casa em Washington foi vendida, mas trouxeram todos os móveis para seu novo endereço. A mesa verde da cozinha, o sofá macio de cor creme. Uma cómoda feita à mão por um homem que sua mãe conhecia, bolsas de roupas de quando Riley era criança. Embalaram cada caixa apenas com as coisas mais. queridas e importantes. Eles o tiraram das caixas e depois o colocaram na casa nova e começaram a amar cada móvel novamente.
Cada pedaço de conforto que Riley conheceu foi tirado dela por aquele fogo, Billie era alguém com quem ela tinha sido gentil. Bille era alguém tão bonita e tão diferente de tudo que ela tinha visto antes, e ela se apaixonou tão cegamente por ela. Foi o maior arrependimento de Riley.
"Eu vou ver Billie." Ela disse depois de um momento de silêncio entre elas. "Ela está em uma ala psiquiátrica em Connecticut."
"Connecticut?" As sobrancelhas de sua mãe se ergueram de forma assustada "Você está planejando viajar pelo país apenas para-"
"Eu também não entendo, mãe. Eu gostaria de poder seguir em frente, mas eu sinto que se eu não a ver de novo, então essa parte da minha vida nunca vai acabar, Eu tenho que olhar para ela e--"
"Faça o que você precisa fazer para se curar, Riley" Sua mãe te entregou várias notas de cem dólares. Dinheiro em dia de chuva, direto do cofre que ela guardava embaixo da cama "Prometa-me que vai ficar segura."
"Eu prometo." Ela dobrou as notas ao meio, um vinco agora permanente. "Espero que isso não seja em vão"
"Pode ser, querida." Sua mãe te deu um sorriso triste. "Não há garantia."
•••
Sinalizando sua curva à esquerda, ela começou a entrar na estrada. O inicio de uma viagem de dois dias pelos Estados Unidos só para ver alguém que ela não devia ver. Ela não sabia se Billie iria querer falar com ela. Por tudo que Riley sabia, Billie poderia mandá-la embora e ela não teria escolha a não ser aceitar que a garota que ela amava era uma merda de duas caras e enganadora.
Toda a dinâmica de relacionamento delas estava fodida. Riley pensou que era amor inocente, mas quanto mais velha ela ficava, mais ela percebia o quanto Billie a arrastava pela lama.
O "relacionamento" delas era co dependência, e Billie teria ataques de vadia sempre que Riley fizesse qualquer outra coisa. Mas o que ela sabia? Ela achava que era normal sua namorada sempre querer estar perto de você. Ela achava que era normal não querer fazer nada alem de passar tempo um com o outro.
A linha entre querer estar perto de alguém e ser codependente era perigosamente ténue. Riley teve que realmente sentar e perguntar se ela se importava em ser a terapeuta limitrofe de Billie.
Como ela poderia estar com raiva quando ela costumava se deleitar com a sensação de ser a única em quem sua namorada podia confiar?
~ "Como estou?" Riley sorriu, girando em um circulo para mostrar o vestido que sua mãe comprou para ela. Verde esmeralda parecia ser a cor de Riley, ela adorava o jeito que quase brilhava em comparação com seu tom de pele. Sua mãe chamava de canela, seu pai chamava de café. Ela chamou de marrom, e Billie não comentou nada.
"Minha cabeça está doendo muito hoje" Billie suspirou, ignorando completamente a pergunta de Riley. "Parei de tomar meus remédios, acho que não preciso mais"
"Bem, isso não é bom." Riley tirou os olhos de seu próprio reflexo por um momento para olhar sua namorada. Sempre que Billie aparecia, ela sempre se sentava no mesmo lugar perto do parapeito da janela e olhava para longe. Alguns dias ela não falava com Riley.
"Você não vai me forçar a tomar, certo? Eu sei que você não faria isso comigo."
Seus olhos, antes de um azul cristalino, agora eram de um cinza fosco, Riley era muito jovem para entender que a reviravolta em seu estômago era o começo de anos de ódio. Ela não sabia como era a manipulação para essa capacidade. Se ela soubesse, ela teria saido de lá mais cedo.
"Não. Você gosta deste vestido?" ela tentou novamente
"Por que você continua perguntando? Eu acho que você fica melhor de calça. Vestidos são muito femininos." Ela deu de ombros "Eu prefiro que você seja..." ela acenou com a mão para sua roupa e deu de ombros novamente.
"Você não está namorando um homem, Billie. Por que você continua fazendo isso comigo? Toda vez que eu faço algo feminino, você fica..."
"Pare de tentar fazer de tudo uma discussão. Você me fez uma pergunta e eu lhe dei uma resposta. Você prefere que eu minta para você? Você está incrível, Riley, Isso faria você se sentir melhor?"~
Riley saiu de seu devaneio de memória uma vez que ela começou a sentir o gosto de sangue em sua boca. Ela havia desenvolvido o terrível hábito de mastigar a parte interna da bochecha quando estava perdida em pensamentos.
Como ela não percebeu?
Ligando os sinais, ela entrou na estrada. Ela enviou uma oração silenciosa para qualquer deus que estivesse lá fora para te dar sabedoria e ajudá la a descobrir o que ela iria dizer a ela. Ela orou para que esta viagem proporcionasse cura. A partir de agora, isso era tudo o que ela queria...
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Propriedade de Billie Eilish
FanfictionVocê era reconfortante e quieto. Como o amor se tornou tão violento?