Billie

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"Não, eu não estou tendo tantas crises, o remédio parece estar funcionando bem" Billie pigarrou e se mexeu na cadeira. As visitas ao psiquiatra eram sempre desconfortáveis

"Bom, bom. Nada até agora? Nem mesmo os pequenos?"

"Honestamente "Billie exatou pelo nariz "Não importa. Está tudo bem do jeito que está. Se você aumentar minha dosagem serei um zumbi ambulante. Eu posso ouvir, pensar e ver muito bem no remédio que estou. Isso não é suficiente?"

" Estou apenas querendo garantir que você não entre novamente em delírios" Ele se inclinou para frente, apertando as mãos como se estivesse rezando "Eu não estou aqui para te machucar, ok?" E aí vai ele, como se estivesse falando com um bebê.

"Por favor, apenas me mande de volta para o meu quarto." Ela fechou os olhos, o branco nublando sua visão em vez do preto normal. Talvez fosse a anemia recém descoberta que a estava deixando tão tonta, ou até mesmo sua medicação recentemente ajustada.
Fosse o que fosse, Billie sentiu que estava morrendo lentamente. É como cair em um poço sem fundo. Constante e infinitamente caindo.

"Tudo bem, você pode ir. Lembre-se de me ligar se você.."

Sua voz foi cortada pelo som da porta batendo atrás dela. Finalmente livre.

"Você está pronto para voltar para o seu quarto?" Uma enfermeira perguntou, seu sorriso pingando com pena.

As vezes, Billie esquece que está em uma ala psiquiátrica. A liberdade dura pouco quando você é considerado insano.

Ela fez questão de não dizer nada, apenas acenou com a cabeça e seguiu quem ela deveria. Era um modo de vida aqui.

Ela já havia chorado, xingado e reclamado com o irmão por tê-la mandado para cá em primeiro lugar, e depois de um tempo ele simplesmente desistiu.

Eu te amo. É para o seu próprio bem.

Besteira. Foi tudo besteira. Ele não aguentava mais ve-la falando sozinha. Mentiroso, ele odiava o jeito que ela era.

Billie estava cansada de ser passada de pessoa para pessoa, de lugar para lugar. Nenhuma maldita pessoa neste mundo inteiro daria a ela a hora do dia e ficaria com ela, não importa o que...

Ela prefere não pensar em seu nome. Era um que era difícil de engolir.

A garota por quem ela se apaixonou também não era santa, selvagem e despreocupada e tantos problemas constantemente colocando Billie em merdas que ela não tinha que fazer.

A separação delas tinha sido um presente de qualquer Deus que existisse.

De volta ao seu quarto, ela se sentou sozinha com seu diario mais uma vez. Quase não servia mais para ela. O diário era o remédio que ela parecia ter superado. Sua cabeça não girava tão rápido, ela não estava dão desesperada para ser ouvida.

Cada dia que passava tornava cada vez mais dificil colocar os pensamentos no papel. Ela se via olhando para uma página em branco a maior parte do tempo sem nada mais a dizer.

Respirando fundo, ela escreveu a primeira coisa que veio à mente.

"As vezes eu gostaria de ter morrido"

Não, isso era muito arriscado. Eles faziam verificações de quartos aqui, a se alguém lesse essa linha, ela ficaria aqui por mais tempo ainda.

"As vezes eu gostaria de ter alguém com quem conversar. Não um terapeuta ou um psiquiatra ou qualquer tipo que seja pago para me ouvir. Alguém que se sentasse e ouvisse de graça, sem qualquer obrigação. Alguém que tem a opção de ir embora, mas escolhe não ficar.
Hoje vivi mil vidas. Amanhã vou acordar e suspirar. Não importa com quem eu fale, todos eles me dizem que tudo ficará bem.

Não me sinto bem."

Ela fechou a diário com tanta força que fez sua mesa tremer. Ela estava tão cansada. Tudo parecia exatamente o mesmo de quando ela tinha dezesseis anos, mas a mesma coisa que a lovou à insanidado se foi, isso a fez se sentir tão incrivelmente vazia.

•••

"Ei Riley espere!" Billie acelerou pelas ruas tentando acompanhar a namorada. Billie odiava quando Riley pedia para ir com ela. Sempre pareceu uma competição.

"Eu nem estou indo tão rápido! Vamos!" Riley parou sua bicicleta e deu uma olhada em Billie, "Você sempre diz que estou inde rápido demais. É realmente tão difícil me acompanhar?"

"Você vai me fazer ser atropelada por um carro. Não consigo manter o volante reto quando estou indo tão rápido, isso me deixa ansiosa."

Os ombros de Riley cairam.

"Tudo te deixa ansiosa. Não podemos deixar as coisas de lado por conta disso. Vamos." Ela desceu da bicicleta e segurou o guidão esperando.

"Nós não podemos o que?" Billie olhou "Você está na metade da rua em três segundos, como eu vou te acompanhar?"

Riley nunca foi boa em esconder suas emoções. Seu aborrecimento estava escrito em todo o seu rosto.

" É só você pedalar.." Ela arregalou os olhos, e Billie sentiu como se estivesse sendo ridicularizada.

"Será que te mataria apenas desacelerar?"

"Sim. Uma bicicleta só funciona porque você está se movendo, se estou indo devagar, não consigo me equilibrar"

"E eu não consigo me equilibrar se estiver indo rápido demais!"

"Então da próxima vez fique em casa, ok? Eu vou andar com você por enquanto, mas não vamos fazer essa merda de novo."

"Minha ansiedade é uma merda para você?

"Quero dizer, é sempre alguma coisa. Eu não tenho o que você tem, eu não entendo por que você não pode simplesmente.."

"Não posso o que? Ser normal?" Riley pigarrou, mas ficou em silêncio.

Billie abraçou as joelhos contra o peito o fechou os olhos com força. Ela não entendia muito bem por que não pôs o pé no chão com Riley antes. Houve vários casos em que a garola que deve ser a mais compreensiva parecia ser sua maior inimiga.

•••

Ela se perguntou se Riley tinha seguido em frente agora. Riley era incrivelmente linda, carismática e gentil. Ela fazia amigos em todos os lugares que ela foi.

O coração de Billie doeu ao pensar em seguir em frente, mas ela sabia que seria o melhor. Riley merecia alguém melhor.

Fazia anos, mas ela nunca esqueceu como era ser amada de forma tão altruista. Nunca esqueceu como era acordar nos braços de alguém que ela amava, ah como Billie queria ser amada novamente.

As vezes era difícil admitir que ela nunca amaria ninguém do jeito que ela amava Riley. Ela tentou disfarçar com odio, tentou se concentrar em todas os aspectos negativos, mas sempre foi inútil. Não havia sentido em negar que ela era a única que billie amaria para sempre, mesmo que aquela garota fosse uma vadia absoluta ás vezes.

Billie passava a maior parte de seus dias trancada em seu quarto, olhando pela janela para o vasto nada que era o estado de connecticut. Ela se recusou a sair para o grupo ou qualquer atividade para crianças que eles haviam planejado para aquele dia. Ela estava infeliz aqui, e ela honestamente preferia tirar a própria vida do que sentar e colorir seus sentimentos.

Esta deveria ser uma ala de adultos mas a maneira como ela é tratada, você pensaria que ela tinha seis anos.

Hoje ela vai olhar para fora de sua janela e pensar em Riley.

Billie não tem forças para fazer mais nada.

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- estou pensando em postar uma nova história aqui, talvez eu faça ainda hoje :)

Propriedade de Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora