0.1 - too much

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·.¸¸.·♩♪♫ Eu acho que você nunca sabe, nunca sabe. E se você me quisesse, você realmente deveria ter demonstrado. E se você nunca sangrar, você nunca vai crescer. E está tudo bem agora. Mas nós éramos algo especial, você não acha? ♫♪♩·.¸¸.·

[the 1 - Taylor Swift]

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Porchay olhava pela grande janela de seu quarto, um hábito que havia se tornado habitual. Ele via apenas luxo, um jardim gigantesco, e haviam também prédios mais a frente ao redor da enorme propriedade dos Theerapanyakul, e claro, guarda-costas, milhares deles espalhados por toda parte.

"Eu deveria estar feliz, certo?", perguntava a si mesmo diariamente o que havia de errado, estava vivendo bem melhor do que meses atrás, tinha seu irmão ao lado novamente, e o mais importante: sua mãe. Era bom vê-la, mas também era estranho, não tinha recordação nenhuma com ela. "As coisas deveriam ser assim mesmo?" Sua mãe estava apenas apática, nunca esboçava sinal algum, sempre pintando algum desenho que ele não compreendia.

Tudo havia acontecido tão rápido. Era demais para um jovem de 18 anos.

Nos últimos meses seu irmão havia o deixado repentinamente para ir trabalhar longe, descobriu posteriormente que esse "trabalho" era como guarda-costas de uma família de mafiosos. Isso explicava o motivo de ele não poder entrar em contato consigo durante esse tempo.

"- Era por você, Porchay. Tudo o que eu faço é pensando em você.", o irmão dissera uma vez. Isso em vez de confortá-lo, o fazia sentir-se pior.

Nesse ocasião, Porchay havia se apaixonado. Nem em seus sonhos mais fantasiosos teria imaginado tudo o que veio a seguir. Sempre havia admirado Kim, antes mesmo de saber seu real nome. Considerava-se seu fã número um. Tinha pôsters, chaveiros, fotos, camisas, itens de colecionador, havia assistido a todos os videos postados pelo rapaz em seu canal. Wik... Kim... não importava, pois a pessoa que ele amava poderia ter qualquer nome que  fosse, ele ainda o amaria. Eis o problema, ele ainda o amaria.

Logo, o pequeno altar em seu quarto para o ídolo, se tornou o local de lembranças para os dois. Fotos juntos surgiram aqui e ali, substituindo pôsters e fotos de photoshoots, os itens de fã, tornaram-se pequenas lembrancinhas dos poucos encontros que tiveram. Até que tudo desapareceu, tão rápido quanto surgiu.

Ele precisava confessar para si mesmo: apesar de tudo, seus sentimentos pelo mais velho permaneciam ali, não adormeciam e tampouco davam folga nos seus pensamentos. Quando o via, mesmo que de longe... algo aquecia e se agitava ainda dentro de si. Chay queria esquecê-lo, queria muito, por outro lado, queria perdoá-lo, queria apenas deitar ao seu lado em silêncio e passar a tarde desfrutando a companhia um do outro, ouvindo apenas os sons de seus corações e das respirações tranquilas.

Mas Porchay ainda estava inseguro, fora também o orgulho... ah! o orgulho, que descia amargo por sua garganta sempre que lembrava de tudo. Ele mentiu, mas Chay estava disposto a ouvi-lo no início. Só conseguia pensar que existia uma razão para ele não o ter contado. Bastava que o mais velho dissesse que o amava mesmo assim, que iriam passar por essa primeira dificuldade juntos, mesmo com o envolvimento de Porsche com Kinn, seu irmão; bastava que Kim dissesse que o amava e ele esqueceria tudo, estava disposto a conversar, se acertarem, pois ele tinha certeza que amava ao seu P'.

O problema é que ele não o amava, pelo menos foi isso que o deu a entender quando Porchay foi o questionar na porta de sua casa. Chay acreditou nisso, só de recordar a dor daquela lembrança, seus olhos começam a umedecer e a vista embaçar. Porchay pisca os olhos rapidamente tentando afastar as lágrimas e os pensamentos bobos que surgiam, diz para si mesmo que as lágrimas são pela luz forte que agora atravessa a grande janela e invade seu quarto incomodando seus olhos, mas Chay tem consciência que o incômodo encontra-se bem distante dos seus olhos, a dor encontra-se pulsando em seu peito.
Porchay continua a recordar-se do dia em que Kim, a pessoa que ele acreditou que o amava, o virou as costas sem olhar para trás.

THIS STORY IS CALLED US {KIMCHAY} por R.V. (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora