Fred e Genoveva Camargo andam de braços entrelaçados pelo vasto campo de cultivo enquanto conversam entre si, seus semblantes estão sérios e preocupados, os funcionários da fazenda estão começando a chegar no local para poderem exercer suas funções, o sol das cinco da manhã está se erguendo lentamente no céu alaranjado, pássaros cantam felizes ao sobrevoarem o local junto com alguns corvos e abutres. Fred faz uma careta ao ter seu nariz invadido por um odor podre de carne misturada a sangue, Genoveva arregala seus orbes e aperta o braço de seu marido ao vislumbrar a imagem além dos dez primeiros campos de cultivo de abóbora, quase vinte cadáveres foram retaliados e agora jazem mortos e despedaçados ao estarem espalhados no horizonte. Genoveva é uma mulher de quarenta e sete anos de idade com traços joviais em sua bela face, rosto oval, olhos castanhos, cabelo preto ondulado médio, 1,19 de altura na estatura endomorfo com curvas belas e atraentes; no momento a senhora Camargo está trajando um vestido longo na cor laranja, seu cabelo está preso atrás de sua cabeça.
- Aquela maldita besta... - Esbraveja Fred ao destacar seus traços rústicos, sua voz emana raiva e descontentamento, só agora o homem percebe que os cadáveres pertencem aos funcionários que ficaram finalizando o trabalho na lavoura.
- Querido, o que faremos? - Questiona Genoveva ao oscilar olhares entre seu marido e os corpos mortos, são tantos membros arrancados e retaliados que a mulher sente-se tonta apenas por olhar.
- Reunirei meus homens e darei um fim nessa maldita aberração! - Retruca ao bradar em meio ao ódio de ter perdido parte de seus companheiros de trabalho.
2 horas e 30 minutos depois...
O senhor Camargo se posiciona de forma ereta e autoritária enquanto observa os homens do xerife transportarem o que restou dos corpos, corvos gralham ao sobrevoarem o local, um homem com aparência de trinta anos de idade se aproxima de Fred que já não está mais na companhia de sua esposa, o homem que acaba de chegar é ninguém menos que Augusto San Jones, o xerife de Ardam; o mesmo possuí rosto quadrado com traços músculos e joviais, 1,29 de altura na estatura mesomorfo com musculos notáveis mesmo que estejam por debaixo de sua roupa elegante, olhos azuis, cabelo preto liso no clássico topete masculino e não possuí barba ou bigode em seu rosto. O xerife está trajando um conjunto elegante em tonalidade de azul escuro e branco por de baixo do seu sobretudo preto de couro com golas altas e pontudas.
- Daremos um jeito no prejuízo! - Diz Augusto com sua voz grave ao finalmente parar de andar, se posicionando ao lado de Fred que permanece em silêncio.
- O prejuízo, como você insiste em chamar, é o de menos xerife. Aqueles homens eram meus amigos e tinham família, não me importa perder uma colheita ou outra, por isso quero que me ajude a dar cabo da maldita fera que causou isso! - Retruca Fred ao deixar sua voz grave e esganiçada alterada por suas emoções ferventes, Augusto bufa de indignação ao ouvir as palavras do velho ao seu lado.
- Compreendo a sua agonia, mas, ninguém sabe como matar a coisa ou se quer com encontrá-la, não posso deixar de proteger Ardam para caçar algo que nunca foi visto fora da cidade! - Retruca ao fazer a mente de Fred girar, o velho está se questionando sobre tudo o que acaba de ouvir, se perguntando como é possível que as pessoas no comando de Ardam sejam tão indiferentes a vida de seus vizinhos e amigos.
- Que seja, faça seu maldito trabalho, eu mesmo matarei a besta! - Retruca Fred ao esbravejar de raiva, seu pulso acelerado lhe impede de ser gentil e paciente, antes que Augusto possa se pronunciar com relação ao que acaba de ouvir é deixado sozinho com seus homens, Fred caminha apressadamente até a porteira de entrada do curral onde os campos de cultivo ficam, os funcionários do senhor Camargo estão esperando suas ordens ao permanecerem de pé do outro lado da cerca á esquerda da porteira aberta. Em poucos instantes o fazendeiro chega até seus homens com raiva e preocupação emanando de seus olhos, o velho de cabelos grisalhos põe as mãos na cintura e suspira cansado por alguns instantes, sua camisa quadriculada em tons de amarelo e sua calça jeans se mesclam ao estilo de suas botas de couro em tons de marrom claro.
- O que ele disse? - Questiona um dos funcionários, o mesmo possuí cabeça raspada e pele morena em tom escuro, sua voz máscula e grave reverbera de forma atraente e sedutora ao mesmo tempo em que soa séria e preocupada.
- Baboseiras de um covarde, vamos dar cabo da besta por nossa própria conta! - Retruca enquanto fita o chão de terra seca á sua frente, o sol das oito da manhã brilha intenso no céu, os funcionários de Fred se entreolham e concordam com as palavras de seu chefe; todos estão aflitos com tantas mortes, indignados com os lideres da cidade que tanto se fazem de desentendidos e preferem não verem o que tem ocorrido desde que a besta atacou pela primeira vez, Fred olha para seus homens e assente positivo com um gesto de cabeça, em seguida saí do local em companhia dos mesmos. Há alguns metros da porteira o xerife lança um olhar estranho e desconfiado, ao que parece existem discordâncias reais em meio a população, Augusto torce seu rosto de raiva e cospe no chão um segundo antes de se virar na direção de seus homens, tal ato mais parece uma confirmação de que o desafio foi aceito. A brisa da manhã começa a soprar sob o local e faz o cheiro podre dos cadáveres se espalhar no ar, as poucas árvores presentes na região são agitadas pela ventania, os corvos continuam a gralhar enquanto sobrevoam o local.
Na residência da família Camargo uma discussão entre Anastácia e sua mãe ocorre a todo fervor, ambas as mulheres estão na sala de estar do casarão e Genoveva parece estar ganhando a discussão, a jovem moça está mais desesperada que nunca, seus pensamentos sobre seu futuro com Henrique se misturam aos pensamentos desesperados de como resolver sua vida, aflita e sem saber exatamente o que fazer além de se desesperar. Anastácia se levanta do sofá onde estava sentada ao suspirar indignada, sua mãe está convicta de que Faustos é o melhor partido para sua filha, um pensamento ardente passa pela cabeça da jovem, porém, realizá-lo é o mesmo que jogar todos os seu problemas nas costas de seu amado.
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Ardam - Livro N° 1 na série "Oeste Sangrento" - (Em Revisão)
VampireAo Oeste do mundo existe uma pacata cidade onde seus habitantes á muito vem sendo aterrorizados por uma horrenda e pavorosa criatura da noite. Henrique luta contra a sociedade para obter a mão de sua amada em casamento, um dilema é lançado quando F...