Ardam - Livro N° 1 na série "Oeste Sangrento" - (Em Revisão)

Capítulo 08: O prefeito

Por Anastácia.

Aperto meus olhos que ardem como o inferno, não consigo ver nada além da entrada da caverna, a forte luz solar que invade esse local parece me enfraquecer mais a cada segundo que passo próxima a mesma. Usando da surpreendente velocidade que possuo, avanço para dentro da caverna ao me transformar em um borrão colorido, paro em meio a escuridão do local, morcegos se remexem incomodados no teto de pedra por causa da minha presença, o sangue seco em meu corpo está cheirando mal e não consigo parar de desejar mais disso, minhas veias estão ardendo e uma raiva desenfreada borbulha dentro de mim. Ainda não sei exatamente o que está acontecendo, mas tenho certeza que já não sou mais um ser humano, agora tudo se resume a impulso e sede, estou veloz e forte só que não posso sair ao sol, sou poderosa e para manter isso preciso do sague das coisas vivas ao meu redor, me tornei uma predadora; por mais assustadora que toda essa situação seja a verdade é que agora sinto que minha vida possuí significado e não só isso, sendo o que sou posso enfim viver minha vida sem precisar me preocupar com homens que nem meu pai querendo me controlar, o único porém é com relação a essa sede, preciso controlar isso se eu quiser estar com meu amado mais uma vez, principalmente porquê sinto que isso o que sou não foi criado para predar animais, acho que sou uma predadora de humanos.

- Ah... - Gemo quase rouca ao segurar meu estômago com ambas as minhas mãos, a sede está aumentando e ao que parece não está nem perto do meio dia. Não consegui encontrar outro animal nessa caverna, bom, nenhum com exceção dos morcegos acima de mim, o problema é que eles não atraem meus instintos, é como se eu os visse como iguais. - Não sei por quanto tempo ainda posso aguentar... - Balbucio ao sentir a dor dobrar meu corpo, estou exausta e faminta, meu corpo sujo de sangue e poeira fede demais e não há uma gota de água por quilômetros.

Ardam - 8:15 da manhã

Gritos femininos ecoam pelas ruas empoiradas da cidade ao chamarem a atenção das pessoas que ainda estão começando suas rotinas, em poucos instantes uma multidão se forma em frente a um bar enquanto fitam horrorizados a cena do outro lado da rua. Em frente ao prédio do bordel jazem corpos mutilados e despedaçados, há tanto sangue espalhado pelo chão e pelas paredes que impossível dizer a quam pertence, as prostitutas gritam alvoroçadas enquanto tentam passar pelo mar de mar mortos.

- Está piorando! - Diz um homem de aparência madura e pele de cor avermelhada, sua barba e bigode grossos se destacam em meio a sua observação, as pessoas ao seu redor estão completamente apavoradas e desoladas, as serigaitas conseguem passar pelo massacre ao taparem seus narizes e correrem para longe do bordel. Pedaços de carne e membros pendurados no telhado e nas sacadas da construção de madeira impõem uma visão macabra a quem por ali passar, a grande possa grossa de sangue se move lentamente ao consumir a areia amarelada da estrada de terra, abutres e corvos gralham ao sobrevoarem o local, o odor fétido de carne podre e sangue quente se espalha no ar. Alguns homens fardados com vestes da melicia se aproximamdo local ao estarem sentados sob cavalos, a multidão explode em meio a sussurros desesperados, as putas sujas de sangue choramingam enquanto suas mentes pequenas vão a loucura, os homens do xerife finalmente chegam ao local e param seus cavalos ao fitarem a cena bizarra com nojo, o rastro de poeira deixado pelo trajeto de seus cavalos começa a se dissipar, as aves carniceiras começam a se aproximarem, no horizonte uma carruagem preta se aproxima ao ser puxada por cavalos de pelagem marrom escuro, a mesma vem pela estrada Sul que entra em Ardam.

- Merda! - Esbraveja o subordinado de Augusto ao voltar seus olhar para a estrada, o rapaz aperta o arreio de seu cavalo enquanto sente uma gota de suor frio escorrer pela lateral de sua face máscula e feia. O mesmo aparenta ter por volta de trinta anos, sua pele é parda e seus cabelos médios bagunçados se mesclam a sua barba preta.