Capítulo 10- A data do casamento

206 22 13
                                    

CAPÍTULO 10

A chuva que caia naquela manhã de sábado, acordou Gilbert, batendo furiosamente em sua janela. Ele se arrastou até o chuveiro, tomou uma ducha quente, e depois se sentou na bancada de sua cozinha, enquanto esperava que sua cafeteira elétrica lhe preparasse um daqueles cafés expressos fortes, que o despertariam em cinco minutos.

Como não teria que ir ao trabalho, ele esperava poder fazer alguma coisa interessante dentro do apartamento mesmo, já que se divertir ao ar livre com aquele tempo estava fora de questão. Talvez pudesse assistir a um filme ou ler um daqueles livros que começara e ainda não terminara por pura falta de tempo. Eram poucas as opções, mas não deixavam de ter seu charme quando pensava na oportunidade de relaxar e deixar seus problemas pessoais do lado de fora da porta naquele dia.

Inesperadamente, a imagem de Anne surgiu em sua mente, e ele suspirou. Não sabia por que aquela garota o fascinava, mas a verdade era que vinha pensando nela com bastante frequência. Talvez fosse o jeito com que ela o enfrentava sempre, deixando claro que tudo o que estava fazendo era contra sua vontade, e que não o queria por perto se pudesse evitar.

Ele a escolhera para ser sua esposa, justamente por conta dessa aversão que ela demonstrava explicitamente sentir por cada coisa relacionada a ele. E apesar de ter que lidar com a maneira ríspida com a qual ela sempre o tratava, era divertido vê-la irritada por qualquer coisa que ele fizesse que não lhe agradasse.

Anne tinha personalidade, e isso era um enorme ponto a seu favor. Também odiava ser controlada ou ser dependente de alguém, outra coisa que gostava nela. Ele iria detestar ter uma esposa que concordasse com tudo o que ele falasse e que vivesse pendurada nele a cada cinco minutos. Ele não tinha paciência para carências emocionais, e como Anne, ele também não gostava de pessoas melosas e melodramáticas. Era por isso que seus relacionamentos anteriores nunca funcionaram por muito tempo, pois por mais que deixasse claro que era só curtição, as garotas acabavam se apegando de um jeito que ele se sentia na obrigação de terminar tudo, pois não desejava que tivessem a ideia errada de que ele iria mais a fundo com elas na relação.

Ele não se apaixonava como não estava apaixonado agora. Anne apenas o intrigava por sua maneira de ser, pois enquanto as suas outras ex-namoradas faziam de tudo para agradá-lo, Anne não dava a mínima . Ela se importava demais com suas próprias opiniões, e era sincera o bastante para deixá-lo saber sobre seus pontos de vista opiniões, e Gilbert simplesmente achava isso maravilhoso.

Seu telefone tocou quando estava tomando seu café da manhã, e Gilbert praguejou baixinho ao ver que era seu pai. Deus! Será que nem na sua folga ficava livre da soberania Blythe?

-Alô - ele disse de mau humor, desejando não ter saído da cama.

-Alô, filho. Bom dia. Eu queria saber se você poderia vir até aqui em casa hoje.

-Eu estou de folga, papai.- Gilbert respondeu, não desejando sair do calor de sua casa para enfrentar o clima ruim apenas porque seu pai achava que lhe devia algo.

-Nós precisamos conversar, Gilbert. É importante. - John insistiu.

-Não pode ser por telefone mesmo? Acabei de acordar, papai e não estou a fim de sair hoje.- Gilbert respondeu,mexendo o café com uma colherinha de prata.

-Até poderia ser por telefone, mas quero te ver, filho. - John respondeu, e Gilbert estranhou aquelas palavras e disse:

-O senhor me vê todo dia no escritório.

-Lá é trabalho, Gilbert. Não conversamos sobre assuntos pessoais no escritório. - John explicou. Na verdade, ele sentia Gilbert sempre tão longe dele, mais ainda fora do escritório , porque parecia que o rapaz fazia questão de mantê-lo a parte de qualquer coisa que acontecesse em sua vida . Ele sempre precisava buscar um motivo válido para conseguir trazê-lo para mais perto e ainda assim, Gilbert era tão arisco quanto um gato.

Love Game- AU- Anne with an eOnde histórias criam vida. Descubra agora