Love Game- AU- Anne with an e

Capítulo 24 - Diante do mar

Era bem cedo quando Gilbert e Anne pegaram a estrada para iniciarem sua lua de mel. Estava frio, úmido e uma névoa densa cobria toda cidade, dando-lhe aquele aspecto de inverno que mais favorecia uma colcha quentinha e horas de sono a mais do que uma viagem de carro em direção à praia.

Para não ter que dirigir muitas horas, Gilbert contratara um motorista particular que os levaria até o hotel que ele reservara, e onde passaria uma semana em companhia da ruivinha, longe da cidade, das pressões do trabalho, do olhar irritante do seu pai sobre ele, e dos sorrisos irônicos de seu primo endereçados à ele.

Embora estivesse um pouco irritado pelo clima frio, e imaginando que na praia seria ainda pior, ele não conseguia ficar bravo com Anne por conta de sua escolha.

Ela poderia ter optado por qualquer outro itinerário que os levasse a um percurso mais tropical, mas preferira aquele para o qual estavam indo por razões sentimentais, e Gilbert não podia fazer nada a não ser respeitar a vontade dela.

Agora ela era sua esposa, e tal pensamento o fazia sorrir sem parar, embora fizesse isso secretamente, pois não queria dar bandeira demais e deixar Anne perceber que aquele casamento tinha deixado de ser um negócio para ele, e que dali a cinco anos ele pretendia esquecer aquela história de divórcio, e começar desde então uma família com ela.

Ele olhou para o lado, e percebeu que ela estava dormindo feito um anjo, e ajeitou a coberta que tinha escorregado em volta do corpo dela enquanto ela mantinha a cabeça apoiada em seu ombro.

Eles tiveram uma primeira noite juntos muito boa, pois após terem jantado , Gilbert a levou para a sala de TV onde viram um filme juntos, e quando foram para cama, ele notara o embaraço dela, e para ajudá-la a relaxar e fazê-la confiar nele , o rapaz colocara um lençol dobrado entre eles, demarcando o espaço de cada um.

Anne o olhara espantada e perguntara:

-Por que está fazendo isso?

-Porque você sempre me acusa de querer me aproveitar da situação. Então, quero que veja que isso não é verdade.- ele a encarara nos olhos e continuou.:- Quero que confie em mim, Anne, que acredite quando digo que quero fazer esse casamento funcionar, e vou fazer isso nos seus termos.

-Obrigada.- ela disse, e ele pôde ver que ela estava visivelmente aliviada.

Não era exatamente assim que queria passar sua noite de núpcias. E mesmo sabendo que teria muitos obstáculos para transpor para chegar até Anne, ele se permitira sonhar com uma noite inteira de amor com ela. Contudo, não ficara decepcionado pois no fundo sabia que Anne não se entregaria à ele naquela noite, mas isso não queria dizer que não pudesse acontecer no futuro, e ele se empenharia para que fosse logo, mesmo não pressionando Anne ou exercendo seus direitos de marido.

Não queria nada por obrigação ou apenas que ela o fizesse para agradá-lo. Quando acontecesse, queria que ambos estivessem na mesma sintonia, cheios de desejo, amor e paixão. Gilbert se cansara de atos sexuais vazios, ele queria algo verdadeiro e com sentimento, e tinha certeza de que com Anne em seus braços seria como ele vinha sonhando.

Esperar o tempo dela era dificil, pois quando se queria alguém como ele queria Anne, encontrar uma forma de canalizar esse desejo sem ultrapassar nenhuma barreira imposta pelo outro era um grande desafio. Mas Anne valia a pena, e Gilbert podia esperar por ela para sempre.

O motorista estacionou o carro na frente do hotel, e antes de descer, Gilbert deu uma olhada nos arredores pela janela, interessado em absorver tudo o que pudesse naquela primeira vista.

O local era bastante pitoresco e muito charmoso por sinal, localizado em uma comunidade de certa forma conservadora e discreta. O hotel que ele reservará, era familiar e pertencia a um casal de senhores que vieram de Londres há muitos anos atrás, se apaixonaram pelo ambiente e acabaram estabelecendo seu negócio ali, o que parecia ter sido uma escolha acertada, pois pelo que Gilbert averiguara antes de fazer a reserva, o lugar tinha turistas o ano todo e sua lotação vivia quase cem por cento coberta.