— Muito bem, Marília Mendonça, sente-se... — O professor pareceu analisar a sala, em busca de um lugar para a aluna nós. — Atrás de Fernanda.
— Se não se importar, professor, eu gostaria de me sentar atrás de Maraisa. — Disse ela, e meus olhos arregalaram-se. Ela sabe meu nome?
O professor não protestou, apenas assentiu encaminhando-se à sua mesa. Marília sentou-se atrás de mim, e um calafrio percorreu minha espinha.
Por algum motivo eu não conseguia prestar atenção na aula do professor, e nem era por que a explicação estava maçante demais. Apenas não conseguia. Tentei, mais uma vez, focar no assunto, quando sinto dedos gélicos sob meu ombro descoberto. Um arrepio percorreu o local, e em seguida uma respiração morna ousou tocar meu ouvido.
— Me empresta uma caneta? — Perguntou, e por algum motivo eu me senti presa à suas palavras, mesmo que fosse um mero pedido. — Esqueci meu estojo em casa.
— C-claro... — Rapidamente, revirei meu estojo em busca de uma caneta que estivesse em bom estado, sem marcas de mordida. Acabei pra encontrar uma, a minha favorita. Era rosa e continha desenhos de ursinhos. — A-aqui está.
— Obrigada, Maraisa...
Voltei à minha antiga tarefa: tentar prestar atenção na aula. Mesmo que eu sentisse o olhar de Marília sobre mim, eu precisava focar minha atenção, já que era extremamente desconfortável saber que a loira me encarava intensamente.
Bufei impaciente ao notar que Marília ainda me fitava. Seu olhar estava em mim. Eu sentia isso. Ela não tem que prestar atenção na aula? Comecei a batucar minha unhas na mesa, em um ato de nervosismo.
— Será que você poderia parar de me en-
Parei de falar ao virar-me para trás e perceber que a loira não me encarava. Pelo contrário. Seu olhar estava focado em seu caderno, onde ela anotava rapidamente o conteúdo. Seu olhar levantou até mim, encontrando meus olhos. Senti minhas bochechas esquentarem, e Marília sorriu divertida, dessa vez passando a me fitar.
— Algum problema, Maraisa? — Perguntou em um sussurro, e eu neguei com a cabeça e virei para a frente novamente.
Ouvi ela rir baixo, e naquele momento eu me senti patética, muito patética. Encolhi-me na cadeira, pensando em mil e uma formas de sumir daquela escola.
• • •
O sinal soou e eu suspirei aliviada, guardado o caderno de matemática juntamente com meu teste, que eu havia tirado um oito.
Levantei-me rapidamente, arrastando Maiara e Gustavo comigo. Os dois murmuravam palavrões baixos, mas eu ignorei, arrastando-os até o pátio, onde finalmente os soltei.
— O que foi isso, Maraisa?! — Perguntou Maiara, alisando o braço.
— Você quase arrancou meu pulso! — Gustavo resmungou, mostrando-me as marcas de minhas unhas.
— Me desculpem... Eu só.... Argh, aquela garota!
— Quem? Marília? — Maiara perguntou e riu.
— E falando nela, que surto foi aquele?
— Ah, e-eu achei que ela estivesse me encarando...
— E?
— E eu fiquei com vergonha! — Admiti, e os dois riram.

VOCÊ ESTÁ LENDO
memories. - malila
Fiksyen Peminat- Maraisa! Não esqueça a nossa promessa! - Eu nunca vou esquecer! - Gritou para a amiga, observando-a parar de correr aos poucos. - Eu nunca vou esquecer... Essa fanfic é uma adaptação.