— Maraisa? Filha? — Ouvi a voz de minha mãe me chamar, então eu abri os olhos. — Ah, que bom que acordou. Tem uma garota na sala, e ela precisa falar com você.
— Quem é?
— Uma tal de Maiara... Mai... Algo assim... — Disse e eu assenti ainda sonolenta. — Parece que ela está mal.
— Certo, avise-a que eu já desço, por favor.
Minha mãe assentiu e se retirou do meu quarto. Levantei da cama e calcei minhas pantufas, logo dirigindo-me ao banheiro e passando uma água no rosto, apenas para acordar completamente.
Desci a escada, e a primeira coisa que pude visualizar foi Maiara sentada no sofá da sala com a cabeça baixa, fitando os próprios pés.
— Maiara? — Chamei e a mesma levantou seu rosto, deixando à mostra suas lágrimas. A ruiva correu até mim e me abraçou forte, chorando copiosamente em meu pescoço. — Metade...
— E-ele fez de novo...
— O quê?
— E-ele com outra g-garota... — Disse ela fungando. — B-bem na m-minha frente...
— Ah, meu amor... Eu sinto tanto por você...
— Dói muito, Maraisa...
— Eu sei... — Disse e ela se afastou de mim, tentando secar as lágrimas que teimavam em sair.
— M-me desculpe p-por vir aqui há e-essa hora... — Disse e eu assenti. — E-eu só preciso chorar...
— Maiara, senta aqui... — Pedi e ela assentiu, sentando-se no sofá. — Vou buscar um copo d'água pra você, já volto.
Caminhei até a cozinha e peguei um copo de vidro, o enchendo com água. Voltei para a sala e o entreguei para a ruiva, pedindo que ela bebesse um pouco. Um trovão alto ecoou no céu, fazendo ela estremecer, e naquele instante ela pareceu uma criança frágil e indefesa ao meu ver. Pobre Maiara... Não merece sofrer tanto...
— Está um pouco mais calma agora? — Perguntei e Maiara assentiu. — Pode me contar o que houve?
— Gustavo e eu àquela festa que ele havia mencionado ontem. — Declarou após tomar fôlego. — Estava tudo bem... Até que ele pediu para que eu buscasse alguma bebida. Peguei dois refrigerantes e voltei pro lugar que a gente estava, mas não encontrei ele. Procurei ele por muito tempo, até encontrar ele em um sofá no canto da sala, beijando uma garota no colo dele. — Finalizou, voltando a chorar.
— Metade...
— Eu não devia ter me apaixonado por ele! Mas... Mas eu não consegui! Eu sou uma idiota! Uma trouxa! Porque mesmos sabendo que ele só me machuca, eu só ele. — Disse, tentando desesperadamente secar suas lágrimas.
— Ah, Maiara... Eu sinto muito... — Disse e sequei uma lágrima solitária que escorreu por minha bochecha.
— P-por que está chorando?
— Por que você está sofrendo... Você é minha metade, Maiara. Dói saber que não posso te ajudar...
— Maraisa... — Maiara me abraçou, e eu a apertei fortemente contra mim, sentindo as lágrimas da mais nova molharem meu ombro. — Obrigada por me ouvir. — Agradeceu e se afastou. — Desculpa por causar esse incômodo, mas eu precisava falar com alguém...
— Tudo bem, amiga. Você pode fazer isso sempre que precisar. — Assegurei e a ruiva sorriu fraco.
— Bom, eu já vou indo.
— O que?! Vai pra onde?! Está chovendo, Maiara! Por favor, durma aqui e amanhã você vai pra casa.
— Não se incomode, Maraisa, eu vou ficar bem...
— Mas-
— Obrigada por me ouvir, você é minha melhor amiga... E não se preocupe comigo, prometo que ficarei bem.
Dito isso, Maiara abriu a porta e parou na varanda, observando a chuva forte cair. Breves segundos se passaram e ela cobrou sua cabeça com o capuz de seu moletom, finalmente saindo da varanda com a cabeça baixa, enquanto eu observava a mais nova caminhar calmamente pela rua, tendo suas roupas encharcadas rapidamente.
Adentrei minha sala e arrumei a sala, tentando ao máximo secar o sofá molhado que Maiara se sentara. Enquanto eu pressionava uma toalha contra o estofado branco, comecei a repensar tudo o que a ruiva me contou. Por que Maiara tem que sofrer tanto? Ela não merece nada disso, ela é uma garota tão frágil... Tão preciosa... Perdida em meus pensamentos, não havia percebido que lágrimas escorria por minhas bochechas e, então, tratei de seca-las rapidamente. Por que eu estava chorando? A resposta é simples: porque me senti uma inútil ao ver Maiara naquele estado e não poder fazer nada. Ela é uma garota incrível... E sei que quando Gustavo perceber o valor dela, será tarde demais.
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memories. - malila
Fanfic- Maraisa! Não esqueça a nossa promessa! - Eu nunca vou esquecer! - Gritou para a amiga, observando-a parar de correr aos poucos. - Eu nunca vou esquecer... Essa fanfic é uma adaptação.