1 • Quando a incerteza espreita

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#PoeiraEstelar

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Vigésimo quinto ano do reinado de Min Cheong IV

Dinastia Min, Reino do Sul

10 luas até o Ano da Colheita

Não era difícil conseguir ouvir a voz estrondosa do Imperador se estivessem próximo o suficiente da sala do trono. Um conselho de guerra se reuniu cedo no lugar mesmo que o grande salão não tivesse aquela função em específico; uma grande mesa estava posta ali, conselheiros e representantes dos reinos que restaram ocupavam as cadeiras confortáveis enquanto o próprio Rei estava na cabeceira com a expressão impassível enquanto um grande mapa era analisado.

Do lado de fora, Min Yeji tentava ser discreta para saber o que estava acontecendo. Ela não deveria estar ali mas não fugiu de seu conhecimento que algo de muito errado estava acontecendo, ainda mais quando estrangeiros chegaram ao palácio, e se ninguém lhe dizia nada, ela procuraria respostas por si mesma.

- Não deveria estar com sua dama de companhia?

A jovem abafou um pequeno grito de susto antes de se virar com olhos arregalados para quem havia lhe pego no flagra. Ela nem ao menos fez questão de disfarçar o suspiro aliviado quando viu que era apenas Hyunjin, seu irmão.

- Pelos deuses, você quase me matou de susto!

- Se o papai pega você...

- Ele não vai, não se você ficar com a boca fechada... Agora fica quieto que eu tô tentando escutar o que eles estão dizendo.

- ...e todos foram atacados - Seo Joon mostrava pequenas bandeiras vermelhas espalhadas por diversos pontos do mapa que abrangia todas as terras sob domínio do Sul, os reinos à Oeste e os do Leste -, não sabemos como Majestade, mas o Norte tem conseguido avançar mais do que estávamos prevendo. Temos que nos preparar para um possível ataque. Se eles foram capazes de tomar o Leste, eu...

Cheong ficou em silêncio por alguns minutos, girava no dedo polegar um grande anel com uma ônix bem esculpida.

- Gong Yoo? - Min Cheong olhou para os dois soldados estrangeiros sentados no outro extremo da mesa. Ambos estavam abatidos, com escoriações recentes espalhadas pelo rosto e se Cheong não soubesse que os dois eram grandes guerreiros do Império do Leste poderia compará-los a duas crianças que só queriam dormir no colo de suas mães.

Yuta foi o primeiro a balançar a cabeça em negação, enquanto ao seu lado Takahiro tinha a mais clara expressão de dor. Cheong não queria acreditar que seu grande amigo tinha ido para a Morada dos Deuses tão precocemente. O Reino do Leste era o parceiro mais próximo do Sul há séculos.

- Diria que é sorte estarmos vivos, Majestade - Takahiro foi o próximo a pedir a palavra -, quero dizer, é como se eles permitissem que alguém sobrasse para passar para os próximos o que virá, do que eles são capazes de fazer.

- Eles devastaram tudo em poucos dias - Jackson disse, o mensageiro do Oeste tinha os braços completamente rodeados em bandagens e unguento, curandeiros do Sul não sabiam dizer se ele ainda teria chances de poder movê-los bem outra vez -, tomaram o palácio, a cabeça- a cabeça do meu Soberano...

- Malditos! - o Rei do Sul rugiu, dando um soco forte na mesa e fazendo algumas taças vazias tombarem.

Por onde aquele exército de demônios passava um rastro de destruição se estendia. Cheong se lembrava quando tudo começou, seu pai sempre lhe dizia que o Norte não era amigo. O Império rico do conhecimento em batalha nunca havia feito nada contra as nações vizinhas até algumas luas atrás quando ataques surpresas passaram a acontecer primeiro no extremo horizonte. Os boatos eram que o Norte havia um novo governante, de alma tão escura quanto o sangue que banhava sua espada; muitos espiões foram enviados para que pudessem saber mais, mas a resposta que traziam era sempre unânime: o jovem imperador nunca mostrou o rosto, nem mesmo para os súditos que o temiam o suficiente para não questionar seus atos infames. Em infelizes vezes que o contrário aconteceu, a pessoa não voltava para contar a história.

Depois das estrelas • myg + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora